Numa quarta-feira empolgante, brilham os "Reds" e os "Spurs"
O Liverpool devastou o Porto, 4 X 1. E o Tottenham perdeu do Manchester City, 3 X 4, mas de classificou pelo critério dos tentos feitos como visitante.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Por ordem alfabética, o Ajax da Holanda, o Barcelona da Espanha, o Liverpool e o Tottenham da Inglaterra. Estes são os quatro semifinalistas da Champions League de 2018/19, a edição de número 64 da grande competição, a 27ª desde a temporada de 1991/92, a derradeira em que foi chamada de European Champions Cup. Na terça-feira, 16 de Abril, respectivamente, o Ajax e o Barcelona bateram a Juventus da Itália e o Manchester United da Inglaterra. E nesta quarta, 17, coube a Liverpool e a Manchester City também despacharem o Porto e o Tottenham de Londres. Dois jogos empolgantes.
Provenientes de um triunfo bastante confortável, 2 X 0 em Anfield Road, os “Reds” se asseguraram sem sustos, 4 X 1 no Estádio do Dragão, frente a 49.117 espectadores. Derrotados por 0 X 1 na ida, no combate de introdução à Europa do novíssimo Tottenham Hotspur Stadium da capital da Grã-Bretanha, os “Citizens” se compensaram, no seu Etihad, diante de 53.348 pessoas, placar de 4 X 3. Acabaram desqualificados, porém, no critério dos tentos anotados em viagem. Agora, na fase das semifinais, entre os dias 30 de Abril e 8 de Maio, se confrontarão Ajax X Tottenham, duas zebras, e Barcelona X Liverpool.
Inaugurada em 26 do Junho, com 79 times das 55 nações afiliadas à UEFA, a competição passou por cinco etapas eliminatórias, uma de grupos, as oitavas e as quartas-de-final, num total de 211 prélios, nos quais se registraram 561 gols, a média interessante de 2,66. A partir da fase de grupos, somadas as oitavas e as quartas, em 120 pelejas houve 351 tentos com a média de 2,93. Exatos 5.833.377 espectadores testemunharam tais pugnas, com 48.611 por jogo. Definidos os ganhadores das semis, a decisão, como de hábito na CL, se desenrolará numa única porfia, 1º de Junho, no Wanda Metropolitano de Madrid.
Eis uma síntese das pugnas da quarta, 17 de Abril:
PORTO 1 X 4 LIVERPOOL
Estádio do Dragão, 49.117 presentes
(Militão X Mané, Salah, Firmino, Van Dijk)
Na ida: Liverpool 2 X 0 Porto
Anfield Road, Liverpool, 52.465 espectadores
(Keita, Firmino)
Em 19 visitas à Inglaterra, nenhuma vitória dos lusos. De fato, foi radical, e impressionante, na Terra dos Beatles, o domínio dos “Reds” de Juergen Klopp sobre o “Dragão” de Sérgio Conceição. Na CL de 2018/19, placar agregado de Liverpool 5 X 0. Que, aliás, na volta, atuaria por uma simples igualdade. O Porto, evidentemente, apertou o seu adversário desde o apito inicial. Mas, num contra-ataque insinuante, aos, 25’, num cruzamento do faraó Salah, da direita à esquerda, Mané perpetrou o seu nono tento nos últimos dez cotejos do seu time. O Porto reclamou de um impedimento. Depois de uma longa consulta ao VAR, o árbitro Danny Makkelle, holandês, confirmou, 1 X 0.
Missão ingratíssima, a dos rapazes do “Dragão”, reverter um resultado agregado de 0 X 3. Bem que se esforçaram. E alguma esperança acalentaram aos 69’, um escanteio de Alex Telles que Éder Militão aparou de cabeça. Pena, esperança vã. Aos 77’, e de cabeça, Roberto Firmino, um outro brasileiro em ação, saborearia um cruzamento alto de Henderson. E aos 84, no enésimo corner da partida, o concentradíssimo Van Dijk, infiltrado na área pequena, completaria o resultado, 4 X 1. Juergen Klopp, de fato, já pode inscrever o seu nome como um treinador digno de se eternizar nas antologias da CL.
MANCHESTER CITY 4 X 3 TOTTENHAM
Etihad Stadium, 53.348 presentes
(Sterling/2, Bernardo, Aguero X Son/2, Llorente)
Na ida: Tottenham 1 X 0 Manchester City
Tottenham Hotspur Stadium, 60.044 espectadores
(Son)
Kun Aguero, artilheiro dos “Citizens” de Pep Guardiola, amargou um penal espetacularmente defendido por Hugo Lloris. Do outro lado, Harry Kane, artilheiro dos “Spurs” de Maurício Pochettino, sofreu uma complexa lesão de tornozelo que impediria a sua presença na volta. Salvou o Tottenham, na ida, e aos 78’, um tento nascido de uma jogada estranha do coreano Heung-Min Son, uma pelota que, antes do gol, pererecou sobre a linha de fundo, sem sair, conforme atestaria a verificação pelo VAR. Difícil, muitíssimo difícil a missão dos “Spurs” no desafio de retorno. Não inviável, porém.
Aliás, nem o maior fanático pelo Ludopédio fantasiaria o que houve por lá, alucinadamente, em 420 segundos do primeiro tempo. Aos 4’, De Bruyne encontrou Sterling, sem marcação, no flanco esquerdo, na entrada da área do Tottenham. Sterling trocou de pé e arrematou cruzado, de destra, City 1 X 0. Aos 7, numa barbeiragem de Laporte, o coreano Son desfrutou, pouco adiante da meia-lua, 1 X 1. O mesmo Son dobraria o seu butim aos 10’, depois de roubar a pelota do mesmo Laporte. Aos 11 os “Citizens” produziriam 2 X 2, tiro de Bernardo que resvalou em Danny Rose e enganou o arqueiro Lloris.
Sterling recolocou os hospedeiros da casa na frente logo aos 21’, ao saborear, no poste oposto, um cruzamento de De Bruyne, Manchester 3 X 2. Por causa do quesito dos tentos anotados em viagem, todavia, os “Citizens” apenas se classificariam se ampliassem a diferença para dois. E o jogo, na verdade um jogaço, virou drama. Herói dos seus companheiros, em várias situações anteriores, novamente Lloris se demonstrou fundamental. Aos 59’, no entanto, o bravo gaulês não teve como segurar o petardo de Aguero, no bico da área pequena, depois de uma enfiada de De Bruyne. Finito? Não. Existiria mais.
Aos 73’, num corner levantado por Trippier, cocurutos diversos à sua procura, a bola resvalou na anca de Nando Llorente e atraiçoou o brasileiro Éderson. Cunyet Çakir, o bom mediador da Turquia, considerou conveniente um pedido de ajuda do VAR. Era evidente, porém, que a bola não tinha tocado no braço do espanhol dos “Spurs”, 3 X 4. Aos “Citizens” restava o desespero na busca do tento que ainda salvaria a sua temporada. E o tento brotou nos acréscimos, passe de Aguero até Sterling. Na sua lateral do gramado, Guardiola enlouqueceu de alegria. Contudo, em seguida enlouqueceria de raiva. O VAR confirmou o impedimento de Aguero na origem do lance. O ousado e corajoso Çakir invalidou a igualdade que conduziria os “Citizens” às semis. Guardiola se desvencilhou do casaco de lã que vestia, o atirou atrás do banco e se foi embora, sem cumprimentar Pochettino, um velho desafeto.
Eis uma síntese das pugnas da terça, 16 de Abril:
JUVENTUS 1 X 2 AJAX
Allianz Stadium, Turim, 41.445 presentes
(Cristiano Ronaldo X Van de Beek, De Ligt)
Na ida: Ajax 1 X 1 Juventus
Johan Cruijff Arena, Amsterdam, 50.390 espectadores
(David Neres X Cristiano Ronaldo)
A “Zebra” só pressionou e dominou até os 28’. Então, no aproveitamento de um corner, de cabeça, o CR7 fez 1 X 0. Parecia escrito o destino do combate. Porém, logo depois, aos 34’, numa distração imperdoável da sua zaga, Van de Beck se infiltrou e bateu no canto esquerdo de Szczesny, 1 X 1. O empate pela mesma contagem provocaria o sufoco de uma prorrogação e, eventualmente, o bingo dos penais. Os “Filhos dos Deuses”, todavia, iluminados, mais e mais se assanharam em busca de um placar ainda melhor. E aos 66’ sobreveio o impacto. Também num escanteio, De Ligt pulou muito mais alto do que Rugani e Alex Sandro, 2 X 1. Havia 2.700 torcedores do Ajax no Allianz. Inebriados pela euforia, contra o silêncio de quase 39.000 atônitos rivais.
BARCELONA 3 X 0 MANCHESTER UNITED
Camp Nou, Barcelona, 96.708 presentes
(Messi/2, Philippe Coutinho)
Na ida: Manchester United 0 X 1 Barcelona
Old Trafford, 74.093 espectadores
(X Luke Shaw/con)
Apesar do seu fracasso em Turim, o CR7 permanece como o principal artilheiro da história da CL, 126 tentos em 162 partidas. Astro maior dos 3 X 0 do Camp Nou, porém, Leo Messi consolidou a sua posição como o seu vice, 110 tentos em 133 partidas. No primeiro da sua jornada majestosa, aos 16’, num lance espetacular, entortou dois adversários e daí fulminou, de canhota, da entrada da área. Depressa, aos 20, depois de dominar a bola na intermediária, avançou e bateu de 25 metros, de destra. Pobre De Gea, arqueiro dos “Red Devils”, engoliu o maior peru de toda a sua carreira. Enfim, aos 61', num andamento já protocolar, o brasileiro Philippe Coutinho, em excelente jornada, motivado pela promessa da reforma do contrato mas bravo com a torcida, a quem inclusive xingou ao celebrar, fecharia os 3 X 0.
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