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Nole Djokovic, número um na raquete e também na bizarrice

Enquanto o seu esporte espera pelo fim da Covid-19, o tenista da Sérvia se esmera em declarações contra a vacinação e a favor da água poluída

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Nole, com o troféu de número um
Nole, com o troféu de número um Nole, com o troféu de número um

Aos 32 anos de idade, um praticante do Tênis desde os quatro, profissional desde os dezesseis, Novak Djokovic, um sérvio de Belgrado porém um morador do Principado de Mônaco, pois lá não precisa pagar impostos sobre os quase US$ 150 milhões que abiscoitou, já deveria estar no panteão dos personagens acima do Bem ou do Mal, imune às críticas amargas da Mídia os dos desafetos. Na sua carreira, afinal, o Nole ganhou 911 dos 1.098 jogos que disputou como pro, o extraordinário absurdo estatístico de 83%.

Aos oito anos de idade
Aos oito anos de idade Aos oito anos de idade

Mais. Acumulou 79 títulos, 78 de simples, um de duplas. Tornou-se o primeiro da História a superar o faturamento dos US$ 100 milhões. O primeiro e, até agora, o único, a conquistar, nas simples, o “Career Golden”, um galardão reservado ao profissional que consegue vencer todos os os torneios de Masters 1000. Assumiu pela primeira vez a liderança do ranking do planeta em 4 de Julho de 2011. Daí, voltou à ponta entre Novembro de 2012 e Setembro de 2013. Retomou o topo em 7 de Julho de 2014 e por lá ficou até 6 de Novembro de 2016. E, enfim, recuperou o posto em 3 de Fevereiro de 2020. Efetivamente, sem debates, um fenômeno, mesmo.

Com os pais, Dijana e Srdan
Com os pais, Dijana e Srdan Com os pais, Dijana e Srdan

A eclosão da Covid-19, todavia, à parte as tragédias que espalhou através do mundo, acabou por mostrar um Nole no mínimo estranho, para não dizer bizarro. Em diversas ocasiões ele se manifestou contrário a qualquer vacinação ou condição equivalente. Claro, é o seu direito individual. De todo modo, dificilmente a temporada de 2020 poderá ressurgir dentro dos padrões da normalidade. Aconteceu, por exemplo, o adiamento do Aberto da França, o torneio antológico de Roland Garros que, ao invés de 24 de Maio até 7 de Junho, foi reprogramado para 20 de Setembro a 4 de Outubro. E no último sábado, 9, Andrea Gaudenzi, o presidente da ATP, observou que, talvez, eventualmente, o Tênis em geral retorne em Agosto: “Uma esperança.”

Adolescente
Adolescente Adolescente

Logicamente, astros como Rafael Nadal e Roger Federer, os principais rivais de Nole no circuito, inclusive topam atuar sem público, e com portões fechados. “Eu desejo, muito, jogar,” declara Nadal: “Mas, acho bastante difícil. Há inúmeras pessoas em situação terrível. No momento, o que menos me preocupa é o Tênis.” E o espanhol não hesita em enviar uma mensagem, diretíssima, ao sérvio: “Não sou ninguém para exigir nada de ninguém. Porém, quando você participa de um circuito, precisa se sujeitar às regras. Caso se exija uma vacinação para a segurança de todos, e caso queira continuar no Tênis de alto nível, o Djokovic inevitavelmente terá de se submeter à norma.” Federer inclusive já agregou: “Sem segurança, nunca.”

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Com Rafael Nadal
Com Rafael Nadal Com Rafael Nadal

Num primeiro momento, Nole se justificou. Daí, depois da polêmica que causou com a sua primeira declaração sobre a vacinação, e de ter doado cerca de R$ 6 milhões à sua pátria na batalha contra a pandemia, tentou atenuar. Disse que o mundo vive um momento confuso e admitiu que aceitaria tomar a vacina, apesar de preferir que a escolha não fosse algo obrigatório: “Não sou especialista, mas quero ter a opção de escolher o que é melhor para o meu corpo. Mantenho a mente aberta e continuarei a pesquisar sobre esse tópico porque é importante e afetará todos nós. Aliás, para ser sincero, apesar de ter o máximo de acesso às informações, de eu não carecer de recursos, tenho dúvidas, e muitas dúvidas, sobre o que fazer.”

E a excentricidade djokovicense não se limitou ao tema da vacinação. Neste domingo, 10 de Maio de 2020, ele agregou mais um tempero folclórico à sua verborragia. No seu perfil do Instagram, publicou uma “live” em que assegurou que uma boa energia é capaz de fazer a água poluída se purificar e os alimentos tóxicos se tornarem, digamos, nutritivos. Nole jura que vários experimentos científicos provaram que as moléculas da água reagem às emoções humanas. Todavia, por descargo de consciência, deixa um portão aberto à fuga: “Penso assim. Se minhas idéias vão mudar com o tempo, não posso garantir.” Nem se esforce, prezado Nole. Apenas retorne ao Tênis.

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