No Estadual, com um golaço, o Palmeiras complicou o São Paulo
Um toque de calcanhar de Dudu e um torpedo de Carlos Eduardo bastaram para atrapalhar as chances de classificação do "Tricolor" no certame
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Praticamente classificado o Palmeiras, ainda em risco o São Paulo, os dois adversários de antologia realizaram neste sábado, dia 16 de Março, no venerando estádio do Pacaembu, o seu “Choque Rei” de número 318. Pelo certame Estadual de 2019, o combate teve o “Tricolor” como o mandante e, por isso, uma platéia de 19.208 pessoas exclusivamente em seu favor. Apesar de tantos apoiadores, porém, o resultado de 1 X 0 favoreceu o “Verdão”, um petardo de Carlos Eduardo, graças a uma assistência de Dudu, de calcanhar.
Equilibradíssimos os dois rivais na história do cotejo, as estatísticas agora exibem 108 triunfos do São Paulo e 108 do Palmeiras, 423 tentos a 425. Ambos se desafiam desde o Estadual de 1930, no dia 30 de Março, no desaparecido Estádio da Floresta, empate de 2 X 2. E o “Verdão”, a cada pugna, mais humilha o “Tricolor”, um tabu de dez anos. No duelo anterior, 6 de Outubro de 2018, mesmo no Morumbi, havia ganho de 2 X 0 pelo Brasileiro. Aliás, o Morumbi que não pôde hospedar a porfia deste sábado por causa dos danos imensos que lhe causaram, inclusive nas áreas sociais, as chuvas que desabaram sobre a infelizmente desamparada Paulicéia.
Claro que existiram inúmeras partidas importantes entre os dois times. Mas, nenhuma tão digna de um destaque enciclopédico como a datada de 20 de Setembro de 1942. Uma semana antes, no dia 14, conseqüência da II Guerra Mundial, o Brasil em conflito com a Velha Bota, o então Palestra Itália, primeiro na tabela do Estadual, precisou mudar de nome e virou Palmeiras.
Os seus onze atletas subiram ao gramado do Pacaembu com a bandeira nacional, suplantaram o “Tricolor” por 3 X 2 e arrebataram o título do certame. Cunhou-se daí um mote: “Morreu líder, nasceu campeão”. E em honra dos onze atletas o clube produziu um painel delicioso com as suas caricaturas, batizado de “Arrancada Heroica”, agora numa parede do Allianz Parque.
A derrota complicou bastante a situação do São Paulo nesta edição de número 118 da competição bandeirante. Culpa de um regulamento inusitado, criação dos sábios da FPF, a Federação Paulista de Futebol. São 16 equipes divididas em 4 chaves de 4, as quais só atuam contra as 12 restantes, em turno único de pontos corridos. Incrível, absurdamente, não se digladiam dentro do seu próprio grupo, uma circunstância capaz de criar distorções na classificação. Os confrontos diretos dos candidatos às vagas apenas acontecerão posteriormente, então em mata-matas de ida e volta.
As sobreviventes disputarão as semifinais. E as últimas duas, também em ida e volta, batalharão pelo título, hoje em poder do Corinthians, o bicampeão, 2017 e 2018. O Palmeiras ocupa o primeiro posto do Grupo B, com 22 pontos, boa folga adiante dos 19 do Novorizontino. No Grupo D, todavia, o São Paulo empacou nos 14, atrás dos 17 do Ituano e apenas dois à frente do Oeste. Ironia: neste domingo, dia 17, os fãs do “Tricolor” se obrigarão a torcer pelo rivalérrimo Corinthians, que hospedará o rubro-negro do Itápolis.
* A partir da esquerda: Oberdan, Begliomini, Junqueira, Zezé Procópio, Og Moreira, Del Nero, Cláudio, Valdemar Fiume, Villadoniga, Lima e Echevarrieta.
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