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Silvio Lancellotti - Blogs

No crucial "Deuses da Bola", toda a bela história da seleção do Brasil

Eugenio Goussinsky e João Carlos Assumpção lançam um livro básico, com as fichas técnicas completas de todos os jogos desde 2014 até 2017

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

O convite e a capa
O convite e a capa

Sem saudosismo, sem melancolia. Mas, convenhamos, nada, nada como o instrumento de pesquisa impresso no papel. Nada como o velho livro, que não exige a energia elétrica ou a bateria, um micro, um laptop ou um celular. Sem dizer que nem sempre é absolutamente confiável a investigação através da soberana Internet. E mais. Nestas vésperas de Copa do Mundo, nada, mesmo, como o velho livro, um instrumento de pesquisa amigável e portátil.

Eugênio e João Carlos
Eugênio e João Carlos

Pela Editora DSOP, nesta segunda-feira, dia 21 de Maio de 2018, Eugenio Goussinsky e João Carlos Assumpção, dois jornalistas, dois repórteres como os de antigamente, devidamente casados com a precisão, lançam “Deuses da Bola”, 430 páginas de um volume principal, um anexo de outras 42, com toda a bela história da seleção brasileira, desde o seu famoso prélio inaugural contra o Exeter City da Inglaterra, 2 X 0 no Estádio das Laranjeiras, em 21 de Julho de 1914, até o derradeiro de 2017, placar de 0 X 0 com a Inglaterra, em Wembley, dia 14 de Novembro.

A fuga de Rivellino, em 1976
A fuga de Rivellino, em 1976

O trabalho, magnificamente projetado no seu grafismo e na sua impressão, inclusive com direito a uma sobrecapa de proteção, se divide em duas partes. Na primeira, em tópicos de títulos engenhosos e bem-humorados, textos ágeis, deliciosamente redigidos, Eugenio e João Carlos descrevem toda a aventura do Ludopédio no País. Há motes dramáticos, como “O Dia do Silêncio”, sobre a derrota do Brasil na decisão da sua Copa, em 50. E há aqueles divertidos, como “A Corrida de Rivellino”, num prélio contra o mesmo Uruguai, em 76, pela assim chamada Copa do Atlântico. Perseguido por Ramírez, um adversário mal intencionado, o “Bigode” fugiu no rumo dos vestiários e desabou de bumbum nas escadarias do subsolo do Maracanã. Uma cena inesquecível... Até para o Riva..

O Exeter City, em 1914
O Exeter City, em 1914

Na segunda parte se enfileiram as fichas técnicas de todas as partidas da seleção principal – aquelas de 2014 a 2017 aparecem no anexo. Encontram-se as datas de realização, a escalação do time do Brasil com o respectivo treinador, a escalação do rival, os marcadores dos gols eventuais, o nome do árbitro, se o cotejo valeu por competição ou foi um amistoso, e mais o local, o estádio e a cidade em que ocorreu. De novo, a tipologia e a diagramação auxiliam a procura e a leitura. Admiráveis os cuidados da DSOP.


Leônidas, em 1938
Leônidas, em 1938

Senti falta, todavia, de algumas tabelas de consolidação das informações. Por exemplo, quantas vezes a seleção do Brasil enfrentou a sua congênere da Argentina ou até do Zaire? Quantas vezes venceu, empatou e perdeu? Ou quantos tentos registrou e sofreu? Em quantas pelejas estiveram Pelé, e Neymar, e Leônidas da Silva? Quantos gols cada qual anotou? Também, na lista de títulos, senti falta de uma explicação mínima a respeito do significado de competições clássicas, como a Copa Roca, ou menos representativas, como a Copa Umbro. Nada, porém, que não se acerte na próxima edição.

Ou, num novo anexo. Que haverá, talvez depois da Rússia e das atualizações. Afinal, os “Deuses da Bola” não param mesmo de brilhar.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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