No Calcio, em casa, o Napoli padece e, em viagem, a Juventus desfruta
Normal a vitória da "Senhora", 1 X 0 sobre a Lazio na capital. Mas, impactante o desabamento do Napoli, dentro da sua Terra da Pizza, Roma 4 X 2.
Silvio Lancellotti|Sílvio Lancellotti

O mais equilibrado nesta década, o Campeonato Italiano de 2017/2018 apenas deverá se definir nos entornos da sua rodada de número 34, quando se chocarão, no Allianz Stadium de Turim, a Juventus dona da casa e dos últimos seis títulos, e o Napoli da Terra da Pizza. Até lá, alegrias e infortúnios poderão se superpor a cada giornata. Inclusive infortúnios que se tornem alegrias.
Neste sábado, por exemplo, dia 3 de Março, pela rodada de número 27 do torneio, as duas agremiações líderes se digladiaram com adversários dificílimos, ambos, aliás, da capital da Bota. O Napoli, 69 pontos em 78 disponíveis, hospedou a Roma, 50, quinto posto, a um passo da zona de classificação à próxima Champions League. A Juve, 65 e um prélio adiado com a Atalanta, por causa de uma nevasca, visitou a Lazio, 52, no terceiro lugar.

Desfalcado de dois titulares cruciais, o volante Cuadrado, colombiano, e o artilheiro Higuaín, platino, o elenco de Massimiliano Allegri padeceu absurdamente para sobrepujar o “catenaccio”, o “ferrolho” armado por Simone Inzaghi. Tanto que só aos 93’, meros átimos antes do esgotamento dos acréscimos, em um lance fulgurante, o argentino Paolo Dybala, acuado pelo zagueiro Parolo, que chegou a derrubá-lo, fez 1 X 0.

Como o seu prélio fora programado para o período da tarde peninsular, restava à Juve esperar o que ocorreria, à noite, na Terra da Pizza. Debaixo de chuviscos, Maurizio Sarri, o treinador do “Burro” da Campânia, nos vestiários desistiu de escalar o seu capitão Hamsik, gripadérrimo. O seu adversário, Eusèbio Di Francesco, porém, recuperou o seu principal atleta, o volante De Rossi. Mas, punida, a torcida da Roma não viajou para presenciar a partida.
Bem ao contrário da pugna da capital, a do San Paolo se iniciou de maneira fulminante, e emocionante. Aos 6’, graças ao habitual oportunismo de Insigne, que aparou um cruzamento na área pequena do arqueiro Allison, o Napoli inaugurou o placar. Daí, a Roma deu a saída e, imediatamente, Nainggolan municiou o turco Under, que igualou o resultado. Triste silêncio. E a mudez se repetiu aos 26’ quando o apoiador Florenzi, a quem Di Francesco colocou na ala, levantou na marca do pênalti e o artilheiro Dzeko testou, Roma 2 X 1.

Houve mais celebração nos bares das calçadas cobertas de Turim. Faziam falta o talento criativo e o comando de Hamsik. Tão tenso ficou Sarri que uma câmera de TV o flagrou a fumar, escondido. A Roma se retrancou, apenas à espera de uma simples ofensiva esporádica em velocidade. E o Napoli pressionou, esterilmente, estabanadamente.

Aos 65’, já sem alternativa, o mister do “Burro” solicitou um sacrifício do estóico Hamsik. Haveria tempo para um resgate? Ironia, não. Aos 72, na tal ofensiva esporádica, da esquerda Kolarov cruzou até Dzeko, no flanco oposto. Dzeko aparou de direita e, da entrada da área, fulminou, de canhota, 3 X 1. Pior, aos 79’, numa barbeiragem da zaga rival, através de Perotti a “Loba” quadruplicou. Se não houve festejos dos giallorossi nas arquibancadas do São Paulo, sobraram muitas expressões de lamento e até de lágrimas.

Mertens ainda diminuiu, 2 X 4, aos 90’. Claro, inutilmente. O Napoli empacou nos 69 pontos. A Juventus subiu aos 68 – e, non dimenicar, não esquecer, ainda pega a Atalanta, provavelmente dia 13, no Allianz Stadium do Piemonte. Acaba de eliminar a equipe de Bérgamo, duas vezes 1 X 0, em casa e fora, pela Copa Itália. Inviável que tropece no certame nacional.
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