Nenhum gol no "Clássico Alvinegro" do Campeonato Paulista de 2019
Em jogo que começou atrasado por incúria da diretoria do Corinthians, chuva de papel laminado no campo, uma correria desenfreada, para nada...
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Bem atrás do Santos na tabela geral de classificação do Campeonato Paulista de 2019, 14 pontos contra 22 em 27 disponíveis, até o seu confronto deste domingo, dia 10 de Março, o Corinthians ostentava, sobre o seu adversário da Baixada, uma vantagem bastante curiosa: havia derrotado o São Paulo e o Palmeiras, respectivamente, por 2 X 1 e 1 X 0, enquanto que o “Peixe” havia superado o “Tricolor” por 2 X 0 e empatado por 0 X 0 com o “Verdão”. Diante dos grandes rivais, um aproveitamento de 43% a 18% dos seus pontos.
O “Mosqueteiro” também prevalecia nas estatísticas do chamado “Clássico Alvinegro”, o mais antigo do Futebol do Estado. Desde o seu primeiro cotejo, 6 X 3 em favor do Santos, no Parque Antarctica, certame regional, em 22 de Junho de 1913, até um amistoso, 1 X 1, no último dia 13 de Janeiro, na sua Arena ainda-sem-nome de Itaquera, o “Timão”” predominava por 130 a 106 em 331 jogos, e por 583 a 506 nos tentos registrados. O Corinthians, bi em 2017 e 2018, Fábio Carille como seu treinador, soma 29 títulos. O Santos, hoje sob o platino Jorge Sampaoli, tem 22, e foi o conquistador da taça em 2016.
Uma decisão imbecilóide da diretoria do “Mosqueteiro”, aquela mesma que já faz cinco anos não consegue vender os “naming rights” da Arena, decidiu encantar o início do combate com uma rebrilhante chuvarada de pedacinhos de papel laminado. Ridículo, grotesco, não imaginou que poderia atrapalhar, claro, os movimentos dos seus próprios atletas.
Até o arqueiro Cássio protestou. Sem saída, o mediador Douglas Marques das Flores, 29 de idade, FPF, exigiu a limpeza inevitável. O Corinthians, porém, não dispõe de equipamentos para tal procedimento. E enviou ao campo meia-dúzia de garis abnegados, com meras vassourinhas e correlatos primitivos, destinados a liberar, ao menos, as linhas de demarcação. Vem multa aí...
Atrasou-se em cerca de dez minutos o combate, diante de 41.737 espectadores, com torcida única, essa lastimável condição do torneio bandeirante por determinação da PM e do Ministério Público. Todavia, depressa se percebeu que Carille decidiu ressuscitar uma estratégia que fora bem sucedida nas suas gestões anteriores. Um chutão à frente de Cássio, o domínio de bola por Clayson ou por Pedrinho através dos flancos e um cruzamento sobre a marca penal. Só que, no passado, o treinador tinha Jô, como o seu pivô de plantão. O substituto de Jô, o Gustagol, lesionado, estava nas tribunas. E o primeiro tempo empacou num acirrado mas tosco 0 X 0.
Coube ao Santos, apenas aos 55’, o lance de maior perigo até então, virada de Jean Mota, artilheiro do certame com 7 tentos, que Cassio desviou. Do outro lado, no “Timão”, o equatoriano Sornoza, o seu melhor na temporada junto ao Gustagol, tricotava em demasia à frente da grande área do “Peixe”. Aos 64’, com um ombro dolorido, Pedrinho pediu a substituição. Entrou Vágner Love e, subitamente, o “Mosqueteiro” se inflamou, oportunidades sucessivas que o arqueiro Vanderlei, como de hábito, neutralizou muito bem.
Contrariamente, em duas pelotas atrasadas Cássio falhou rotundamente e por pouco não propiciou o gol a Derlis González e a Cueva. Menos mal que, acrobaticamente, quase aos 90’, o arqueiro de Veranópolis/RS impediu o 1 X 0 de González. Resultado definitivo: 0 X 0. O Santos, no Grupo A, classificadíssimo à fase das oitavas-de-final, contra o Red Bull Brasil de Campinas. E o Corinthians, praticamente, no Grupo C, necessitado de mais um só ponto para desafiar ou Ferroviária de Araraquara ou Bragantino.
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