Na NBA os Warriors sonham em virar a Dinastia das Dinastias
Na história do Basquete profissional da América do Norte, os Celtics, os Bulls e os Lakers já mantiveram por longo tempo uma geração de supervencedores
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Desde a temporada de 2014/15 os Golden State Warriors abiscoitaram todos os galardões da Conferência Oeste da NBA, a National Basketball Association, a entidade que organiza o Basquete da América do Norte, no Canadá e nos Estados Unidos. E ainda conquistaram o título principal da modalidade em três das últimas quatro competições. Eis uma pequena antologia dessa sua performance de números absolutamente brilhantes:
2014/15
Regular Season: 67 vitórias e 15 derrotas
Playoffs: 4 X 0 nos New Orleans Pelicans, 4 X 2 nos Memphis Grizzlies, 4 X 1 nos Houston Rockets
Finais: 4 X 2 nos Cleveland Cavaliers
2015/16
Regular Season: 73 vitórias e 9 derrotas
Playoffs: 4 X 1 nos Houston Rockets, 4 X 1 nos Portland Trail Blazers, 4 X 3 no Oklahoma City Thunder
Finais: 3 X 4 em favor dos Cavaliers
2016/17
Regular Season: 67 vitórias e 15 derrotas
Playoffs: 4 X 0 nos Portland Trail Blazers, 4 X 0 no Utah Jazz, 4 X 3 no Oklahoma City Thunder
Finais: 4 X 1 nos Cavaliers
2017/18
Regular Season: 58 vitórias e 24 derrotas
Playoffs: 4 X 1 nos San Antonio Spurs, 4 X 1 nos New Orleans Pelicans e 4 X 3 nos Houston Rockets
Finais: 4 X 0 nos Cavaliers
Nos esportes dos EUA se batiza de Dinasty, ou Dinastia, a geração dos atletas que acumulam lauréis praticamente em sequência na sua modalidade. Por exemplo, na NBA, criaram uma Dinastia os Boston Celtics (de Bill Russell e de Larry Bird, 16 triunfos e 3 vices em 31 temporadas, de 1957 a 1987); os Chicago Bulls (de Michael Jordan e de, entre outros, Steve Kerr, o atual treinador dos Warriors, 6 sucessos em 8 certames, de 1991 a 1998); e os Los Angeles Lakers (de Kobe Bryant, 5 ouros e 2 pratas em 11 anos, de 2000 a 2010). Elencos que, claro, se eternizaram. Os Bulls de Michael Jordan, Scottie Pippen, Toni Kucok e Dennis Rodman, além de Steve Kerr, detinham um espetacular recorde de vitorias na NBA, 72-10, desde os idos de 1995.
Na verdade, a história dos Golden State Warriors, ou os Guerreiros do Estado Dourado da Califórnia, se iniciou em Philadelphia, na Pennsylvania, em 1946. Depois, em 1962 a franquia se transferiu a San Francisco e enfim, em 1971, precisamente no outro lado de uma baía do seu mesmo nome, à cidade de Oakland. A associação já havia arrebatado dois galardões, em Philadelphia, 1947 e 1956, quando amealhou o seu primeiro título em Oakland, 1975. Daí, necessitaria de uma conjunção de fatores para desembarcar no conceito de Dinastia, uma conjunção inaugurada em 14 de Maio de 2014, quando o seu General Manager, o audacioso Bob Myers, então nos 39 de idade, se arriscou a contratar Steve Kerr como o seu treinador. Uma aposta afortunada.
Os Warriors de 2014/15 já dispunham de quatro craques incluídos entre os vinte melhores da NBA: além de Steve Curry, o MVP, Draymond Green, Klay Thompson e mais o australiano Andrew Bogut. Em 2015/16 enriqueceram o seu elenco Andre Iguodala, um campeão olímpico em Londres/2012, e o brasileiro Leandro Barbosa, a quem a crítica escolheu como o “Melhor Sexto Homem da Liga”. Daí, em 4 de Julho de 2016, dispostos a não repetirem o infortúnio das Finais em que abriram 3 X 1 e permitiram aquela reviravolta aos Cavaliers, toparam investir quase R$ 180 milhões em um contrato de dois anos com Kevin Durant, o MVP de 2014 pelos Thunders. Valeu. O recém-adicionado se tornaria o MVP das Finais de 2016/17.
E Myers não sossegou. Sonhava em construir um elenco de “All Stars” absolutos. Assim, em 6 de Julho de 2018, anunciou a chegada aos Warriors de DeMarcus Cousins, um pivô explosivo e dominante, de 2m11 e 122kg, pela bagatela de R$ 20 milhões, um ano de contrato. Parece pouco, ao menos em relação a Durant. Acontece que, em Janeiro de 2017, o apelidado “Boogie” havia sofrido uma dramática lesão de tendão-de-aquiles. Byers, Kerr & Cia. apostaram na sua recuperação. Quase doze meses depois, efetivamente, Cousins ressuscitou nas quadras e na noite deste 24 de Janeiro, na Capital One Arena dos Wizards de Washington/DC, participou da sua terceira peleja com o time do Golden State. Havia acumulado, antes, a marca de 22 pontos, 8 assistências e 15 rebotes em 36’ de jogo. Digamos, razoável...
Pelo placar de 126 X 118 os Warriors mantiveram a sua liderança absoluta na Conferência Oeste, agora com 34 triunfos e 14 derrotas, aproveitamento de 70,8%, à frente dos Denver Nuggets, que têm 31-15 e 67,4%. Foi o seu oitavo sucesso em seguida, o décimo em 11 combates. E Cousins, cujo tempo de utilização o treinador aprimora, calmamente, paulatinamente, a cada nova pugna, atuou em 24’21”, um terço além da sua média, e registrou 17 pontos, 3 assistências e 6 rebotes. Os outros craques cruciais do elenco variaram os seus desempenhos: 38 pontos para Curry, 21 para Durant, 11 para Iguodala, 9 para Thompson, 7 para Green – que, de todo modo, pontificou nos rebotes, 15 em 50. Quando Cousins atingir a sua plena forma talvez os Warriors possam, até, pensar na fantasia de criar uma Dinastia das Dinastias.
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