Na disputa de penais o Eintracht vence a Europa League de 21/22
Resultado de 1 X 0 nos 90', de 0 X 0 na prorrogação e de 5 X 4 no bingo das 11 jardas. O arqueiro Knapp salvou os tedescos no finzinho dos suplementares e ainda pegou uma das cobranças.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Na história das disputas interclubes da UEFA, a entidade que organiza o Futebol no Velho Mundo, apenas em uma ocasião, no passado, tinham se confrontado o Eintracht Frankfurt da Alemanha e o Glasgow Rangers da Escócia. Aconteceu na temporada de 1959/1960, nas semifinais da então Copa dos Campeões da Europa. Por 6 X 1 em casa e 6 X 3 em visita os tedescos detonaram seus adversários. Na decisão ocorreu uma goleada ao inverso, e num jogo único, ironicamente realizado em Glasgow - o Real Madrid arrasador por 7 X 3.
Apelidado de “Time das Águias”, até esta data, dia 18 de Maio de 2022, apenas uma vez o Eintracht havia conquistado um título continental, aquele da extinta UEFA Cup, hoje Europa League, em 1979/1980. E também só uma vez os “Leões”, ou os “Gers” das chamadas Terras Altas da Grã-Bretanha, engalanaram a estante com prêmio equivalente, aquele da Copa das Copas, ou a Cup's Cup, também batizada simplesmente de Recopa, em 1971/1972.
Nesta quarta-feira, dia 18 de Maio, no Ramón Sánchez-Pizjuan de Sevilha, ambos se digladiaram pela Europa League de 2021/2022. E se pode dizer que o Eintracht ostentava um leve favoritismo. Estava invicto, com sete sucessos em 12 combates, enquanto o Rangers, de dois jogos mais porque se obrigou a uma etapa intermediária de pré-classificação, em 14 contendas acumulava cinco vitórias e cinco derrotas. Pois continuou invicto o elenco da Alemanha, 1 X 1 no tempo regulamentar, 0 X 0 nos 30’ suplementares e 5 X 4 nos penais. O arqueiro Trapp evitou os 2 X 1 do Rangers nos últimos instantezinhos da prorrogação e ainda salvou uma das penalidades. Além de levantar a taça, o Eintracht assegurou uma vaga já na fase de grupos da próxima Champions League.
EINTRACH FRANKFURT 1 (0/5) X 1 (0/4) RANGERS
Sevilha, Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, 42.714 lugares
Público: 38.842
Árbitro: Slavko Vincic (Eslovênia)
Gols: Borré X Ayodele-Aribo
Oliver Glassner e Giovanni Von Bronckhorst montaram os seus times, o Eintracht e o Rangers, com a cautela que uma finalíssima exige. Consequência: embora com mais volume os germânicos, na etapa inicial somente dois lances de algum perigo, uma boa intervenção de cada arqueiro, respectivamente Kevin Trapp e Allan McGregor. Faltou, a cada elenco, a eficiência dos seus artilheiros, apagados Daichi Kamada, de cinco gols até aqui pelo Entracht, e James Tavernier, um ala-goleador, de sete tentos pelo Rangers.
Eclodiria aos 57’, todavia, uma tenebrosa, ridícula conjunção de equívocos dos tedescos. Absolutamente despreocupado, na sua intermediária, Djibril Sow cabeceou para trás, o central Tuta, ex-São Paulo, escorregou, e o nigeriano Joe Ayodele-Aribo se locupletou, 1 X 0 à saída de Trapp. O Eintracht sentiu o impacto. Igualaria, no entanto, aos 69’, numa falha da bequeira do Rangers. Da esquerda Kostic cruzou, McGregor intuiu o que viria mas parou no meio do caminho. Lentos, Goldson e Bassey não perceberam que o colombiano Rafael Borré se infiltrava para tocar de bico de chuteira, 1 X 1. No tempo regular que daí restou, antes do apito final, os tedescos desperdiçariam ao menos duas chances do 2 X 1. Mas, aconteceria a prorrogação, com os perigos de praxe à espreita dos dois clubes.
Sempre, num período suplementar, o mínimo vacilo se transforma em fatalidade. E o Eintracht fez o que pôde para provocar uma falha na retaguarda do Rangers. Aos escoceses, aliás, restavam somente os arremates à distância. Todos inúteis. Muito pior. Quando dispuseram da melhor oportunidade de todo o cotejo, aos 118, numa contra-ofensiva de Roofe que colocou Kent a dois metros da meta de Knapp, com a canela destra o arqueiro evitou o desastre e levou o prélio aos penais. E eis como se desenrolou a loteria:
RANGERS 1 X 0
Tavernier converteu
EIBTRACHT 1 X 1
Lenz converteu
RANGERS 2 X 1
Davis converteu
EINTRACHT 2 X 2
Hrustic converteu
RANGERS 3 X 2
Arfield converteu
EINTRACHT 3 X 3
Kamada converteu
RANGERS 3 X 3
Ramsey, Knapp defendeu com as pernas
EINTRACHT 4 X 3
Kostic converteu
RANGERS 4 X 4
Roofe converteu
EINTRACHT 5 X 4
Borré converteu
Criada em 1972 para equivaler a um segunda divisão das interclubes do Velho Mundo, a então Copa UEFA exibiu 53 agremiações de 31 federações, título do Tottenham da Inglaterra. Com o passar do tempo e o decorrer de todas as modificações geográficas que o continente atravessou, em 2009 cresceu, se transformou em Europa League, a EL, a Liga Europa. Em 2018/2019 e 2019/2020 chegou ao absurdo de 213 times. A Covid-19 e a criação da nova Conference League, espécie de terceira divisão, forçaram a UEFA a enxugar a EL. Que nesta edição, a 51ª desde o nascimento, a 13ª desde a modificação, começou com 58 elencos, 21 específicos e 37 repescados das eliminatórias da Champíons League. Da sua etapa de chaves, oito, cada qual com quatro times, teve 139 jogos e 367 gols, média de 2,64, com 3.435.542 espectadores, média de 24.716.
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