Na Copa América, agora, melhor seria o Japão do que o Paraguai
Dos seus três adversários possíveis nas quartas-de-final da competição, havia esses dois e o Equador. O Brasil, porém, pegou o mais complicado dos três.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Pelos seus desempenhos, até então, nesta 46ª edição da Copa América, impossível apostar, entre o Equador, o Japão e o Paraguai, qual dos três seria, teoricamente, o adversário mais conveniente, para o Brasil, na etapa das quartas-de-final da competição. Nenhum conseguiu uma única vitória na fase de grupos. “La Tri” se limitou a um mero empate em três pelejas, 2 tentos a favor e 7 contra. Os “Samurais Azuis” e a “Albirroja” somaram 2 pontos. Nos gols, respectivamente, 3 X 7 e 3 X 4. E exatamente por causa do seu déficit menos dramático, menos opulento, o Paraguai abocanhou a classificação.
Pelo passado e pelas tradições, nenhum dos rivais parecia mais confortável do que o Japão. Em 12 duelos com os “Samurais”, o Brasil está invicto, 10 triunfos e 2 empates, nos gols 34 a apenas 5. Também o Equador não se demonstrava antecipadamente um perigo. Em 32 partidas contra “La Tri”, o Brasil ganhou 26 e soçobrou em somente 2, nos tentos 93 a 22. O vizinho Paraguai, todavia, invariavelmente se prova um contendor incômodo. Mais complicados, dentre os outros 9 integrantes da Conmebol, a entidade que supervisiona o Futebol na América do Sul, só, evidentemente, a Argentina e o Uruguai.
Numa antologia de 79 duelos com a “Albirroja”, o Brasil ostenta 47 triunfos a 11, com 173 gols registrados e 66 sofridos. A “Canarinho”, que então se vestia de branco e azul, cravou 3 X 0 na estréia, em 12 de Outubro de 1921, em Buenos Aires, Copa América da Argentina. Repetiu o placar, 3 X 0, na pugna mais recente, em 25 de Março de 2017, na Arena Corinthians, eliminatórias da Copa da Rússia. Todavia, na antologia da competição continental, o Paraguai coleciona uma performance razoavelmente superior àquela do geral. No total de 30 porfias, reuniu 7 vitórias contra 13, acumulou 30 tentos e concedeu 61.
E mais: o Brasil não supera a “Albirroja” desde a edição de 2001, na Colômbia, quando um elenco de Luiz Felipe Scolari estabeleceu 3 X 1 na etapa das quartas-de-final. Curiosamente, a “Canarinho” se humilhou, naquela Copa América, ao fracassar diante de Honduras, 0 X 2, numa das semis. Logo depois, porém, bateria o Paraguai, 2 X 0, nas eliminatórias da Copa de Coréia-Japão de 2002, cuja arrebataria com Felipão. Daí, também, se iniciou o rol de 18 anos de suas desditas sucessivas diante da equipe “Albirroja”.
Em 2004, no Peru, sob Carlos Alberto Parreira, o Brasil acabou campeão ao arrancar o empate à Argentina, 2 X 2, golaço de Adriano, nos acréscimos, e então abiscoitar o troféu numa disputa de penais, 4 X 2. Mas, nos grupos, já havia perdido do Paraguai por 1 X 2. Posteriormente, em 2011, sob Mano Menezes, na Argentina, conseguiu a façanha de ficar num empate de 2 X 2 na fase de grupos, noutro de 0 X 0 nas quartas, e daí, pateticamente, ao errar todos os penais, engolir 0 X 2 e se despedir da briga pelo título. Daí, sob Carlos Caetano Dunga Bledorn Verri, em 2015, no Chile, novamente nas quartas, novamente parou num empate, 1 X 1, e novamente desabou nos penais, 3 X 4. Um tabu raro, de desfecho imprevisível na rota de Tite, desafortunado na Copa da Rússia e ainda na procura do seu primeiro título pela seleção.
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