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Silvio Lancellotti - Blogs

Na Copa América, agora, melhor seria o Japão do que o Paraguai

Dos seus três adversários possíveis nas quartas-de-final da competição, havia esses dois e o Equador. O Brasil, porém, pegou o mais complicado dos três.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

O time do Brasil que fez 3 X 0 na Bolívia
O time do Brasil que fez 3 X 0 na Bolívia

Pelos seus desempenhos, até então, nesta 46ª edição da Copa América, impossível apostar, entre o Equador, o Japão e o Paraguai, qual dos três seria, teoricamente, o adversário mais conveniente, para o Brasil, na etapa das quartas-de-final da competição. Nenhum conseguiu uma única vitória na fase de grupos. “La Tri” se limitou a um mero empate em três pelejas, 2 tentos a favor e 7 contra. Os “Samurais Azuis” e a “Albirroja” somaram 2 pontos. Nos gols, respectivamente, 3 X 7 e 3 X 4. E exatamente por causa do seu déficit menos dramático, menos opulento, o Paraguai abocanhou a classificação.

Brasil 4 X 1 Japão, na Copa da Alemanha/96
Brasil 4 X 1 Japão, na Copa da Alemanha/96

Pelo passado e pelas tradições, nenhum dos rivais parecia mais confortável do que o Japão. Em 12 duelos com os “Samurais”, o Brasil está invicto, 10 triunfos e 2 empates, nos gols 34 a apenas 5. Também o Equador não se demonstrava antecipadamente um perigo. Em 32 partidas contra “La Tri”, o Brasil ganhou 26 e soçobrou em somente 2, nos tentos 93 a 22. O vizinho Paraguai, todavia, invariavelmente se prova um contendor incômodo. Mais complicados, dentre os outros 9 integrantes da Conmebol, a entidade que supervisiona o Futebol na América do Sul, só, evidentemente, a Argentina e o Uruguai.

Brasil 3 X 1 Paraguai, no então Sul-Americano de 1925
Brasil 3 X 1 Paraguai, no então Sul-Americano de 1925

Numa antologia de 79 duelos com a “Albirroja”, o Brasil ostenta 47 triunfos a 11, com 173 gols registrados e 66 sofridos. A “Canarinho”, que então se vestia de branco e azul, cravou 3 X 0 na estréia, em 12 de Outubro de 1921, em Buenos Aires, Copa América da Argentina. Repetiu o placar, 3 X 0, na pugna mais recente, em 25 de Março de 2017, na Arena Corinthians, eliminatórias da Copa da Rússia. Todavia, na antologia da competição continental, o Paraguai coleciona uma performance razoavelmente superior àquela do geral. No total de 30 porfias, reuniu 7 vitórias contra 13, acumulou 30 tentos e concedeu 61.

Parreira, Felipão e Tite, nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002
Parreira, Felipão e Tite, nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002

E mais: o Brasil não supera a “Albirroja” desde a edição de 2001, na Colômbia, quando um elenco de Luiz Felipe Scolari estabeleceu 3 X 1 na etapa das quartas-de-final. Curiosamente, a “Canarinho” se humilhou, naquela Copa América, ao fracassar diante de Honduras, 0 X 2, numa das semis. Logo depois, porém, bateria o Paraguai, 2 X 0, nas eliminatórias da Copa de Coréia-Japão de 2002, cuja arrebataria com Felipão. Daí, também, se iniciou o rol de 18 anos de suas desditas sucessivas diante da equipe “Albirroja”.


Adriano, depois do golaço na Copa América de 2004
Adriano, depois do golaço na Copa América de 2004

Em 2004, no Peru, sob Carlos Alberto Parreira, o Brasil acabou campeão ao arrancar o empate à Argentina, 2 X 2, golaço de Adriano, nos acréscimos, e então abiscoitar o troféu numa disputa de penais, 4 X 2. Mas, nos grupos, já havia perdido do Paraguai por 1 X 2. Posteriormente, em 2011, sob Mano Menezes, na Argentina, conseguiu a façanha de ficar num empate de 2 X 2 na fase de grupos, noutro de 0 X 0 nas quartas, e daí, pateticamente, ao errar todos os penais, engolir 0 X 2 e se despedir da briga pelo título. Daí, sob Carlos Caetano Dunga Bledorn Verri, em 2015, no Chile, novamente nas quartas, novamente parou num empate, 1 X 1, e novamente desabou nos penais, 3 X 4. Um tabu raro, de desfecho imprevisível na rota de Tite, desafortunado na Copa da Rússia e ainda na procura do seu primeiro título pela seleção.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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