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Mesmo sem brilhar, o Bayern bate o PSG e conquista o seu sexto título

Numa partida em que Neymar, frustrado, atuou opacamente, brilhou Coman, um reserva dos "Bávaros", que o seu treinador escalou na última hora

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

O momento exato da testada de Coman, Bayern 1 X 0
O momento exato da testada de Coman, Bayern 1 X 0 O momento exato da testada de Coman, Bayern 1 X 0

Numa peleja em que o seu implacável tridente, Gnabry-Mueller-Lewandowski, com a sua mistura de vigor físico e de entendimento automático, não pôde predominar, como se imaginava, sobre uma zaga bem liderada pelo bravo Thiago Silva, o Bayern Muenchen da Alemanha bateu o Paris St.-Germain da França por 1 X 0 e abiscoitou a sua sexta taça da Liga dos Campeões da Europa, temporada de 2019/2020, edição 65, a 28ª desde que, em 1992/1993, mudou o seu nome de Champions Cup para Champions League. A partida encerrou a mais bizarra versão da competição, a única da História do Futebol, por exemplo, interrompida por uma pandemia e obrigada a realizar muitas porfias de portões fechados. Inclusive a contenda crucial pelo troféu.

Um outro ângulo do gol de Coman
Um outro ângulo do gol de Coman Um outro ângulo do gol de Coman

A decisão aconteceu neste domingo, 23 de Agosto, no Estádio da Luz de Lisboa, Portugal. Sem platéia. Cerca de 200 países do planeta, porém, exibiram as suas ações através da televisão. Curiosamente, antepôs dois tedescos nas funções de treinador. Na orientação dos “Bávaros” de Munique, Hans-Dieter Flick, 55 de idade, de Heidelberg, no cargo desde Novembro. Na direção dos “Parisiens” da Cidade Luz, Thomas Tuchel, de Krumbach, a completar os 47 no próximo 29 de Agosto. Flick estava tranqüilo no seu posto, contrato reformado até 2023. Tuchel, todavia, dependia dos humores do bilionário Nasser bin Ghanim Al-Khelaifi, do Catar, que comprou o PSG em 2011 e então queimou o absurdo de R$ 6 bilhões na sua fantasia de conquistar a Europa.

A celebração do gol e do título
A celebração do gol e do título A celebração do gol e do título

Flick surpreendeu Tuchel com uma inovação agressiva entre os seus onze titulares. Escalou mais um atacante, e um francês, Kingsley Coman, para ampliar a potência do seu tridente, Gnabry-Mueller-Lewandowski e para acuar o lateral Thilo Kehrer, um alemão, o mais frágil da zaga do PSG. O prélio, de todo modo, seguiu bem equilibrado, nervoso, inclusive, a marcação cerrada nas saídas de bola, os dois times quase sem chance de armar adequadamente uma invasão de cada área. Neymar perpetrou a primeira oportunidade de gol aos 19’, quando se infiltrou, veloz, através do flanco esquerdo e exigiu uma intervenção preciosa do sempre sólido arqueiro Neuer. Aos 21’, então, de virada, Lewandowski respondeu, com um tiro no poste direito de Keylor Navas. E subitamente o combate se inflamou, como se pretendia.

O momento em que Neuer evitou o gol de Neymari
O momento em que Neuer evitou o gol de Neymari O momento em que Neuer evitou o gol de Neymari

Fez falta, na articulação dos “Bávaros”, o meia Perisic, a quem Flick sacrificou para a escalação de Coman. Tanto que, ao invés de atuar pelo chão, o Bayern exagerou nos passes cruzados pelo alto. E o PSG se mostrou bem mais perigoso. No lance mais agudo da etapa inicial, o árbitro italiano Daniele Orsato corretamente ignorou um protesto dos germânicos que pediram penal num choque de Kehrer e Coman. Teria mais trabalho Flick do que Tuchel, durante o intervalo, para reprogramar a sua tática. Nenhum deles, contudo, mexeu nos onze respectivos. E a impressionante aplicação das duas equipes prevaleceu, intacta, até os 59’, quando Kimmich acertou um alçamento preciso na testa de Coman e os “Bávaros” colocaram o letal 1 X 0 no placar.

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A virada de Lewandowski no poste de Keylor Navas
A virada de Lewandowski no poste de Keylor Navas A virada de Lewandowski no poste de Keylor Navas

Bastou para que o PSG se desmontasse e o Bayern, num rompante, assumisse o controle psicológico do desafio. A tensão se tornou visível nos rostos dos “Parisiens”. Flick, imediatamente, trocou Coman por Perisic e ainda tornou o seu esquema mais pausado ao sacar Gnabry e enviar ao duelo o brasileiro Philippe Coutinho. Claro que, atrás no resultado, o PSG passou a pressionar, estabanadamente e sem se preocupar com firulas, obscuro o brilho individual de Neymar, ostensivamente frustrado. E claro, o tempo escorreu, um drama. Nem em posição de absoluto impedimento Mbappé conseguiu varar Neuer.

A taça, à espera da gravação do nome do campeão de 2020
A taça, à espera da gravação do nome do campeão de 2020 A taça, à espera da gravação do nome do campeão de 2020

Inaugurada em 25 de Junho de 2019 com 79 clubes de 54 afiliadas da UEFA, entidade-matriz do Futebol no Velho Continente, esta LC suspendeu as suas atividades em 11 de Março, no pico da pandemia Covid-19, no meio das oitavas de final, para voltar em 7 de Agosto com quatro jogos atrasados, sem público. Então, a partir do dia 12, o ineditismo se acentuou: todos os duelos das quartas e das semis se desenrolaram em Lisboa. No total, a competição teve 119 partidas com 386 tentos, a média de 3, 24. Antes da parada, 4.758.398 espectadores tinham apreciado 106 pugnas, digamos, de normalidade, a média de 44.059, um volume que, nos tristes tempos de uma praga que matou milhões, evidentemente não faz mais o menor sentido.

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O elenco vencedor em 2020
O elenco vencedor em 2020 O elenco vencedor em 2020

Atrás da Espanha (18 títulos e 11 vices), da Inglaterra (13 e 9) e da Itália (12 e 16), a Alemanha, 8 e 10, ocupa o quarto posto dos melhores da LC. Além de levantar o troféu seis vezes, o Bayern foi vice em cinco. O seu último título datava de 2013. A França só levou a taça em 1993 com o Marselha, e acumula 6 derrotas na final. Em sua melhor performance anterior, em 1994/1995, o PSG havia caído, numa das semis, diante do Milan da Itália, 0 X 1 e 0 X 2. Agora, em 24 de Setembro, e talvez até com platéia, na Puskás Arena de Budapest, capital da Hungria, os “Bávaros” desafiarão o Sevilha da Espanha, ganhador da Liga Europa, pela Supercopa da UEFA. O Bayern e o PSG, de todo modo, já garantiram vagas diretamente na fase de grupos da próxima LC. A entidade fará o sorteio respectivo, 32 clubes em 8 chaves, dia 1º de Outubro.

Pedro Cavalcanti, "adieu, mon ami"...
Pedro Cavalcanti, "adieu, mon ami"... Pedro Cavalcanti, "adieu, mon ami"...

PEDRO CAVALCANTI (1941-2020)

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O Pedrão foi o meu primeiro amigo no Jornalismo, nós dois iniciantes na profissão, na editoria de Internacional de “Veja”, ainda nos tempos dos números zero, em 1968. Depois seguimos rumos diversos, sem que perdêssemos o contato nem que diminuísse o nosso afeto mútuo. Ele se tornou um itinerante na América Latina, correspondente em Paris e no Oriente Médio, cobriu guerras e golpes de estado e também se transformou em escritor. Em uma dessas coincidências formidáveis, incríveis, que o destino é capaz de perpetrar, realizava seu livro “Em Nome do Pai” e eu tocava o meu “Em Nome do Pai dos Burros”. Partilhamos dedicatórias divertidas.

No caso do Pedrão, a saga hilariante de um especialista em inseminação artificial que troca o esperma de clientes pelo seu e acaba por produzir centenas de filhos. No meu caso, uma homenagem à palavra, o título faz apenas uma brincadeira com o clássico apelido do Dicionário. Meses atrás, em Dezembro, Pedrão lançou outra obra de induzir as gargalhadas, “Tradição, Família & Assassinatos”, sobre os Fontes, todos moradores de um mesmo edifício na Av. São Luiz do Centro paulistano, cujo avô-patriarca morre de homicídio ao lhe cair na cabeça um exemplar do Webster com 2.620 páginas. Repórter que sobreviveu a conflitos bélicos e que permaneceu incólume até frente a Covid-19 na Europa e no Brasil, infelizmente se foi por causa de um infarto, na madrugada de sexta, dia 21. “Au revoir, ami”.

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