Enfim, depois de oito décadas, o tricampeonato do Corinthians
Com a vitória de 2 X 1 sobre o São Paulo, gol salvador de Vagner Love aos 89', o "Timão" encanta 46.468 espectadores e mais milhões através do País
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Prevaleceram a História, as estatísticas e, claro, o fator campo & torcida única. Neste domingo, 21 de Abril, na Arena ainda-sem-nome de Itaquera, 46.468 espectadores, no clássico apelidado de “Majestoso”, o Corinthians de Fábio Carille sobrepujou o São Paulo de Alexi Stival, o Cuca, 2 X 1, na peleja decisiva do Paulistão de 2019, e abiscoitou o seu primeiro tricampeonato desde 1939.
Foi o confronto número 340 entre os dois clubes, agora 129 triunfos a 104 em favor do “Mosqueteiro”, 493 gols a 464. Foi o seu desafio número 11 desde a inauguração da Arena, em 18 de Maio de 2014, e a oitava vitória do “Timão” ainda invicto, lá, diante do “Tricolor”, 24 tentos a 10. E impressionante, foi o 21º sucesso de Carille em 23 combates de mata-mata como o treinador do Corinthians desde a sua primeira ascensão, 22 de Dezembro de 2016.
Nos seus 117 anos de existência, aliás, em 39 ocasiões o Paulistão se encerrou num mata-mata. Em nove, como agora, houve uma igualdade no cotejo inicial – na pugna de ida, no Morumbi, dia 14, houve o resultado de 0 X 0. E só em 1986 e em 1988 um time ganhou as medalhas no campo do inimigo, Inter de Limeira e Corinthians contra Palmeiras e Guarani. Pior, para o São Paulo, completou 19 anos sem suplantar o “Mosqueteiro” em tal disputa.
Quando o duelo começou, o “Tricolor” não marcava um tento já fazia 299 minutos. Muito mais pobre, o “Timão” não registrava um tento já fazia 418. E parecia escrito nas estrelas que abocanharia o caneco quem se livrasse antes desse tabu tenebroso. E o Corinthians quebrou o dele aos 31’ através do seu improvável zagueiro/artilheiro Danilo Avelar. Do lado direito, Sornoza cobrou um escanteio, o volante Ralf desviou de cabeça e, entre o beque Arboleda e o arqueiro Tiago Volpi, impetuosamente Avelar se imiscuiu e testou, 1 X 0.
Absolutamente inoperante em todo o primeiro tempo, aos 47’, nos acréscimos, num lance individual de Antony, um corte em dois adversários e um tiro rasteirinho de canhota que resvalou no pé do poste de Cássio, o São Paulo achou o seu empate. No intervalo, Cuca especulou e substituiu o apagado Éverton Felipe por Hernanes, um meia veterano e convalescente de contusão. Carille apenas recomendou pressão e intensidade ao seu elenco. Não funcionou pois Hernanes, de fato, aprimorou a qualidade do passe no seu meio-campo. E o “Tricolor” passou a controlar o jogo.
Aos 65’, com Vagner Love, o seu veterano de plantão, no lugar de Pedrinho, Carille tentou devolver o truco. Ainda se obrigou a enviar o platino Boselli ao posto do solitário Gustagol. Um tudo-ou-nada que se complicou muito aos 75’ quando, lesionado Henrique, um quase xará, o Pedro Henrique, entrou no seu lugar. Do gramado da Arena já emanava um cheirinho de bingo de penais. Porém, aos 89’, bem ao estilo sofredor do "Timão", depois de um lançamento maravilhoso de Sornoza, quase na marca de cal, Vagner Love desfrutou um voleio espetacular, o seu primeiro gol no campeonato. Fatal. E antológico.
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