Em três anos, o primeiro Super Bowl sem os Patriots e sem Tom Brady
De todo modo, coincidências incríveis, um duelo entre Andy Reid (Chiefs) um treinador a quem ele bateu, e o seu ex-reserva Jimmy Garoppalo (49ers)
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Pela primeira vez desde 2017 e o seu Super Bowl LI, não haverá nem Tom Brady e nem os New England Patriots na decisão da NFL, a National Football League dos EUA. Dia 4 de Janeiro, a rodada inaugural dos “playoffs” desta temporada, exatamente a que celebra o centenário oficial do esporte mais popular daquelas bandas, por 13 X 20 o time de Tom Brady e do treinador Bill Belichick tombou diante dos Tennessee Titans que, depois de eliminarem os Baltimore Ravens, 28 X 12, no jogo final da Conferência Americana perderiam dos Kansas City Chiefs, 24 X 35. Impressionantes superposições.
Contra os Chiefs, neste domingo, dia 2 de Fevereiro, no Hard Rock Stadium de Miami, estarão em campo os San Francisco 49ers, campeões da Conferência Nacional e, coincidentemente, liderados por um certo Jimmy Garoppolo, um “quarterback” que, de 2014 até 2017, foi reserva de Tom Brady, sob Bellichick, inclusive naquele último título dos Patriots. Os Chiefs, aliás, retornam ao Super Bowl, agora o de número LIV, pela primeira vez desde 1970, na edição IV, quando suplantaram os Minnesota Vikings por 23 X 7. O seu “quarterback” de hoje, Patrick Mahomes, quase chegou à disputa de 2018. Todavia, de novo coincidentemente, então os Chiefs soçobraram, na decisão da Conferência Americana, 31 X 37, numa pugna de fato espetacular, que se estendeu a uma prorrogação, frente os Patriots de Brady e de Bellichick.
Era Andy Reid o treinador dos Chiefs e de Mohames na tal noite trágica de 20 de Janeiro de 2018, dentro da sua casa, o Arrowhead Stadium, quando o “quarterback”, então com meros 23 de idade, conduziu os companheiros a um placar de 17 X 7 ao começar o quarto derradeiro do combate. Chegou a vencer por 31 X 28 quando, incrível, em 28 segundos, Brady engendrou a sequência de lances que redundariam no empate e no bingo do tempo extra. Também era o mesmo Reid o treinador dos Philadelphia Eagles que, em 2004, pelo Super Bowl XXXIX, sofreram uma derrota de 21 X 24 diante dos Patriots, no terceiro dos seis troféus Vince Lombardi que Brady arrebatou. O cotejo deste domingo, claro, pode significar a sua tão ansiada redenção.
Numa entrevista que concedeu logo após desembarcar em Miami para a grande decisão da NFL, mesmo com o sorriso camuflado atrás do seu bigodaço característico, Reid brincou: “Se eu fiz festa? Que nada. Eu comi um cheeseburger e daí fui dormir”. De todo modo, claro que ele carrega na consciência a forma com que os Chiefs se esfacelaram diante da eficiência de Brady nas suas duas derrotas cruéis para os Patriots. Desafetos e críticos mais severos insinuam que os elencos de Reid podem brilhar na explosão, caso de Mahomes, passador excepcional. Controlam mal o cronômetro, porém. Fraquejam diante de ofensivas pacientes e meticulosas, como a dos 49ers.
De fato, nos vastos 37 X 20 com que os seus 49ers humilharam os Green Bay Packers na casa do inimigo e na decisão da Conferência Nacional, Kyle Shanahan impactou os especialistas com a estratégia utilizada. Aos 40 de idade e na tentativa de se tornar o terceiro treinador mais jovem da História a levar o Superbowl, ele sumariamente reduziu a quantidade de passes que Garoppalo desferiria: foram apenas 6 corretos em 8 chances. E, em compensação, abusou das investidas pelo chão. De um total de 354 jardas percorridas, 285 via solo, 220 delas concentradas num único “running back”, o impressionante Raheem Mostert, 27 de idade, 1m78 de altura e 93kg de peso. Mostert, sozinho, acumulou quatro “touchdowns”, 24 dos 37 pontos dos 49ers. A retaguarda dos Chiefs é apenas a 12ª dentre as 32 da NFL/2019.
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