E Tom Brady agora vai em busca do seu sexto título no Superbowl
Em jogos brilhantes, duas prorrogações, os Patriots batem os Chiefs por 37 X 31 e os Rams Superam os Saints por 26 X 23. A decisão em 3 de Fevereiro.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Numa reprise do que ocorreu em 3 de Fevereiro de 2002, exatos 17 anos depois, na mesma data de 2019, se confrontarão num Superbowl, agora o de número 53 da história, os Los Angeles Rams e os New England Patriots. Então, na inauguração de uma dinastia que lhes propiciaria a coleção de cinco títulos da NFL, a National Football League, entidade que comanda o esporte da bola oval, por 20 X 17 os Patriots superaram os Rams, que tinham a sua sede em Saint Louis, Missouri. Liderou a equipe de New England naquela bela aventura um certo Thomas Edward Patrick Brady, com os seus 25 anos de idade.
Pois hoje aos 42, neste domingo, 20 de Janeiro de 2019, Tom Brady emudeceu as arquibancadas do Arrowhead Stadium de Kansas City, Missouri, um total de 76.416 lugares ao ar livre, em um crepúsculo de bastante frio, ao coordenar um resultado de 37 X 31, 14 X 0 apenas na etapa inicial. Com o seu sucesso, os Patriots se tornaram os campeões da American Conference da NFL.
Em visita ao climatizado Mercedes-Benz Superdome de Nova Orleans, os Rams necessitaram de uma espetacular reviravolta no marcador e de uma prorrogação para bater os Saints, 26 X 23, e se tornarem os campeões da National Conference. Aliás, graças a uma formidável conjunção de circunstâncias, ambas as pugnas exibiram peculiaridades que as enciclopédias magicamente eternizarão. Pelo fato de as duas acabarem em prorrogação. E pelo majestoso desafio de duas gerações na posição de “quarterback”.
No Arrowhead, antológico Brady desafiou o garotão Pat Mahomes, dos Chiefs, precisos 18 anos e 45 dias mais moço. Enquanto Mahomes realizava o cotejo de número 18 como titular, Brady já comemorava os 18 torneios na carreira. Foi, simplesmente, a maior diferença de idade num Playoff da NFL. Datalhe: num jogo da temporada regular, em 6 de Outubro de 2018, os Patriots de Brady haviam sobrepujado Mahomes e os Chiefs, 43 X 40.
No Mercedes-Benz Superdome, por sua vez, duelaram o também veterano Drew Brees e o também garotão Jared Goff, 15 anos e 270 dias mais novo e profissional desde 2017. Sumariamente, a segunda maior diferença de idade numa decisão de Conference da bola oval. Em jogo da temporada regular, em 4 de Novembro, Brees havia batido Goff com razoável facilidade, placar de 45 X 35. E a vingança de Goff aconteceria de modo ousadamente dramático.
Antes que os Rams pudessem armar uma única ofensiva digna do nome, os Saints já tinham estabelecido o marcador de 13 X 0. E ainda cresceram, tranqüilos, aos 20 X 10, quando impactaram os Rams com uma jogada insólita. Entrou em campo Tayssom Hill, um “quarterback” como Brees. Pois a Hill o malandro Brees estipulou um dos seus passes laterais, “touchdown”.
Os Saints ainda contiveram uma reação de Goff & Cia., o placar de 23 X 20, a 15” do encerramento do combate. Mas Greg Zuerlein embocou um dificílimo “field goal” de 48 jardas, basicamente da metade do gramado. Empate. E daí os Rams assumiram, psicologicamente, o controle do cotejo. Na prorrogação, interceptaram um lançamento de Brees, recuperaram território, e então marcharam céleres até uma posição de “field goal” ainda mais complicada, 57 jardas. O seu herói Zuerlein, impecável, não falhou, 26 X 23.
Assustou os fãs que tingiram de vermelho o Arrowhead o fato de os Chiefs não realizarem um ponto sequer, em sua casa, no primeiro tempo do combate. Um “touchdown” pelo solo, graças ao ímpeto de Sony Michel. E um outro pelo alto, lindo passe de 29 jardas de Brady até Phillip Dorsett. Não ocorria de os Chiefs pré-Mahomes ficarem no zero, em 30’, desde a quarta rodada da temporada de 2016, derrota para os Pittsburgh Steelers, 10 X 43.
No terceiro quarto, e somente no terceiro quarto, o time de Mahomes acordou quando o seu “quarterback”, em quatro passes bem sucedidos, idealizou o “touchdown” de Travis Kelce. Cairia bastante, no entanto, o ritmo das movimentações. Quase no final daqueles 15' os Patriots manejariam a chance de um “field goal”, uma distância perigosa, 47 jardas. De todo modo, frio como ar aberto do estádio, o “kicker” Stephen Gostkowski converteu.
Vantagem razoável, 17 X 7. Mahomes, contudo, dispõe mesmo de um talento raro, capaz de mixar espertamente os passes e as corridas, ora pelo meio, ora nos flancos. E no princípio do quarto derradeiro fulgurou com um dos seus lançamentos singulares, que mais se assemelham aos arremessos de um “pitcher” do Beisebol. Placar de 14 X 17. E como se portaria, no aperto, o legendário Brady? Por incrível que pareça, inventaria a roda quadrada.
Faltavam 9’ para o desfecho do prélio e, a uma distância apetecível, 25 jardas, ao invés de escolherem o chute os Patriots optaram por sua quarta tentativa pelo chão. Empacaram. E a questão se inverteu. Como se portaria, diante da probabilidade de um sucesso, o garotão Mahomes? Depois de um episódio polêmico, que obrigou a arbitragem a examinar os vídeos por dez minutos, teriam ou não os Chiefs a posse da bola oval, Brady simplificou o dilema ao fazer um dos piores passes da sua carreira. Uma interceptação.
Mahomes não perdoou. Com um lançamento curtinho armou a arrancada de Demian Williams, 23 jardas, e os hospedeiros à frente no marcador, 21 X 17. Tom Brady e Sony Michel perpetraram uma nova virada, 24 X 21. E em mais noventa segundos Mahomes e Demian Williams responderam, 28 X 24. Restariam ao legendário meros 61 para desembarcar na briga pelo sexto anel de campeão do Superbowl. Drama no Arrowhead. Mas, Brady é Brady.
Uma jogada muito bem estruturada pelo chão, a investida em velocidade de Rex Burkhead, os Patriots com 31 X 28 e ainda 39 segundos para que os Chiefs pudessem forçar uma prorrogação. Harrison Butker, “field goal” dos Chiefs, 31 X 31, e também a American, como a National, se obrigaria ao sufoco dos suplementares. Só que Mahomes & Cia. estavam além do seu limite de forças físicas e mentais. Paciência e domínio territorial favoreceriam os Patriots. Em 13 etapas, Brady & Cia. se aproximaram até duas jardas da chamada “End Zone”. Coube a Burkhead o “touchdown” crucial, 37 X 31, desnecessária a cobrança do “extra point”. Mahomes tem muito caminho, ainda, à sua frente. Todavia, parece impossível que alguém sequer chegue junto de Tom Brady.
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