E o impossível aconteceu: o Real Madrid e a Juventus perderam
Muito pior, a queda dos "Merengues", em casa, virada do Manchester City, 2 X 1. A "Senhora" caiu em Lyon, 0 X 1, mas pode se reabilitar em Turim.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Terminou nesta quarta-feira, dia 26 de Fevereiro, com os seus dois últimos combates, a jornada de ida das oitavas-de-final da Champions League 2019/2020 da UEFA. Na França, Olympique Lyonnais 1 X 0 Juventus de Turim. E, na capital da Espanha, Real Madrid 1 X 2 Manchester City. Sempre de dois em dois, sempre numa terça e numa quarta, de 10 a 18 de Março, ocorrerão as voltas, mandos invertidos. Por enquanto, a disseminação do Covid-19, o Coronavírus, não afetou a competição. Espera-se que, até as oito porfias de retorno, e não só em função do Futebol, a praga já esteja controlada.
Hoje na sua edição 65, a CL se inaugurou em 1955/1956 sob o nome de Champions Cup. Daí, em 1993, recebeu o batismo atual e assumiu uma formatação bem diferente, agora na sua temporada 28. Modernizou-se e incorporou clubes além daqueles ganhadores dos seus respectivos certames nacionais. Trata-se de agremiações selecionadas segundo um ranking que acumula os desempenhos, nos cinco anos recentes, das 55 afiliadas da UEFA e das suas equipes, até determinar a quantidade que cada nação inscreverá.
Iniciada em 25 de Junho, esta CL principiou com 79 times, 26 pré-qualificados à sua fase de grupos e mais 53 outros envolvidos em uma série de eliminatórias, um total de 91 prélios, 240 gols anotados, média de 2,64. Sobreviveram seis, que se acumularam aos 26. Ou, os melhores 32, em oito chaves, desafios de turno e returno e ida e volta. Dos grupos até aqui já se desenrolaram 104 partidas, com 327 tentos anotados, média 3, 14. Exatas 4.663.985 pessoas, a média excelente de 44.486, viram essas porfias.
Participam das oitavas-de-final os clubes que ficaram no primeiro e no segundo lugares dos grupos. Um sorteio dirigido decidiu os mata-matas. O bingo evitou a possibilidade de duelos entre equipes de um mesmo país. E coube aos oito líderes o privilégio da volta em casa. No caso de igualdade em pontos ganhos, e também no saldo de tentos, contarão em dobro aqueles gols registrados no campo do inimigo. Caso permaneça o empate, prorrogação de 30’. De novo, valerão em dobro os tentos eventuais do quadro visitante. E caso o empate ainda suceda, haverá a disputa de penais, alternadamente.
Jogos deste 26 de Fevereiro, retorno em 17 de Março
REAL MADRID 1 X 2 MANCHESTER CITY
Santiago Bernabéu Stadium, 75.615 espectadores
Árbitro: Daniele Orsato (Ita)
Gols: Isco X Gabriel Jesus, De Bruyne/pen
Grandes equipes à parte, dois duelos singulares definiram o desafio do Bernabéu. Um confronto estratégico e tático entre Zizou Zidane, pelos “Merengues”, e Pep Guardiola, pelos “Citizens”. E, em cada linha de frente, um atacante que poderá envergar o fardamento do Brasil nos Jogos de Tóquio: Vinícius Júnior pelo Real Madrid e Gabriel Jesus pelo City. Porém, no primeiro tempo, decepcionaram todos, à exceção dos arqueiros Thibaut Courtois do Real, Éderson dos “Citizens”, cada qual com uma intervenção preciosa, tiros de Gabriel Jesus e de Benzema. Dois ataques sem a fome do gol, justo o resultado de 0 X 0, até que, aos 60’, Luka Modric roubou uma bola no meio-campo dos britânicos e tocou a Vinícius Júnior. O garoto, ex-Flamengo, arrancou, numa disparada imparável, e colocou Isco diante do 1 X 0.
Então, o inesperadérrimo desabrochou do nada. Aos 78’, num lance brilhante pelo flanco, De Bruyne se livrou de três “Merengues” e levantou. Falhou o “capitán” Sérgio Ramos e, de cabeça, Gabriel Jesus só cumprimentou um atônito Courtois. Logo depois, aos 82, numa investida de Sterling através da área do inimigo, atabalhoadamente, e de carrinho, Carvajal quis cortar e acertou o adversário, um penal que o impecável mediador Orsato indicou sem recorrer ao VAR. De Bruyne converteu, City 2 X 1. Pior, para os hospedeiros, aos 86’, novamente atazanado por Gabriel Jesus, Sérgio Ramos o derrubou pouco antes da meia-lua. Infração do último homem, o Real com dez, e o Pep com 2 X 1 sobre Zizou. Agora, tarefa complicadíssima, a dos espanhóis, bater os “Citizens”, no Etihad de Manchester, por dois tentos de diferença.
OLYMPIQUE LYONNAIS 1 X 0 JUVENTUS
Parc Olympique Lyonnais, Lyon, 57.355 espectadores
Árbitro: Jesús Gil Manzano (Esp)
Gol: Tousart
Não havia uma outra saída para Rudi García, treinador do Lyon, que recém-substituiu o brasileiro Sylvinho, além de pressionar e tentar, dentro de casa, um resultado capaz de tornar mais apetecível o seu retorno em Turim. E o seu time, de fato, se mostrou bem aguerrido e, aos 21’, depois de um escanteio, numa testada de Ekambi, até acertou o travessão da meta da “Senhora”. No comando das ações, a excelente performance de Bruno Guimarães, o capitão da Sub-23 classificada no Pré-Olímpico da Colômbia.
Pior, azar da “Senhora”, num choque involuntário, aos 29’ De Ligt começou a sangrar na cabeça e precisou sair do jogo, até receber um curativo. Imediatamente o Lyon desfrutou o buraco da bequeira e, numa contra-ofensiva através do seu flanco esquerdo, um cruzamento de Aouar até Tousart criou a abertura de contagem, 1 X 0. Em toda a história do confronto a “Zebra” estivera invicta em seus quatro prélios com o “Leão”, três triunfos, um empate, 5 tentos a 2. E encerrou o primeiro tempo aliviada, apenas o placar mínimo em seu desfavor. Péssima a atuação da Juve, somatória de erros nos passes, patética e pavorosa a sua incapacidade de penetração.
Não melhorou nada a Juve na etapa derradeira. Viveu de tentativas esporádicas de bola parada, infrações batidas por Pjanic e por Cristiano Ronaldo, ora sem pontaria, ora na barreira. Choca o fato de Maurizio Sarri ainda insistir com Bentancur e Rabiot e deixar os bem mais eficientes Higuaín e Bernardeschi no banco. Insuficientes os 70% de posse da “Senhora”, desesperada pelo tento salvador. E prejudicada por um penal que o árbitro ibérico não viu e que até o VAR ignorou, um agarrão de Bruno Guimarães em Dybala. Derrota da “Senhora”, por responsabilidade exclusiva de Sarri. Claro, tranquilamente poderá fazer os dois tentos de diferença em Turim. Mas, não necessitava se humilhar com uma prestação indigna do seu nome.
Realizados em 18 de Fevereiro, retorno em 11 de Março
ATLÉTICO DE MADRID 1 X 0 LIVERPOOL
Wanda Metropolitan, 67.443 espectadores
Árbitro: Szymon Marciniak (Pol)
Gol: Saúl Ñiguez
BORUSSIA DORTMUND 2 X 1 PARIS SAINT-GERMAIN
Westfalenstadion, 66.099 espectadores
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Esp)
Gols: Haaland/2 X Neymar
Realizados em 19 de Fevereiro, retorno em 10 de Março
TOTTENHAM 0 X 1 RB LEIPZIG
Hotspur Stadium, Londres, 60.095 espectadores
Árbitro: Cuneyt Çaqir (Tur)
Gol: Werner/pen
ATALANTA 4 X 1 VALENCIA
San Siro, 44.236 espectadores
Árbitro: Michael Oliver (Ing)
Gols: Hateboer/2, Ilicic e Freuler X Cheryshev
Realizados em 25 de Fevereiro, retorno em 18 de Março
NAPOLI 1 X 1 BARCELONA
Stadio San Paolo, 44.388 espectadores
Árbitro: Felix Brych (Ale)
Gols: Mertens X Griezmann
CHELSEA 0 X 3 BAYERN DE MUNIQUE
Stamford Bridge Stadium, Londres, 36.671 espectadores
Árbitro: Clément Turpin (Fra)
Gols: Gnabry/2, Lewandowski
Em 20 de Março a UEFA realizará um novo sorteio, que definirá as quartas-de-final, programadas para os dias 7/8 e 14/15 de Abril. No caso, sem cabeças-de-chave e com a possibilidade de prélios entre times de uma mesma nação. Daí, os mata-matas seguirão até restarem os dois elencos que se digladiarão na decisão de 30 de Maio de 2020, no Olímpico de Ataturk, Istambul, Turquia.
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