Dudu e Jean Mota conduzem o "Verdão" e o "Peixe" às semifinais
O Palmeiras despachou o Novorizontino, 5 X 0, e assumiu a liderança na tabela geral. E o Santos ficou num raso mas suficiente 0 X 0 com o RBB.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Sem louvores eloquentes, mas também sem sobressaltos, o Santos e o Palmeiras se consolidaram, nesta noite de 26 de Março, como os primeiros dois clubes classificados às semifinais do Campeonato Paulista de 2019. No Moisés Lucarelli da Ponte Preta, o “Peixe” ficou num raso porém suficiente 0 X 0 com o Red Bull Brasil de Campinas. No Pacaembu, porque cedeu o Allianz Parque ao espetáculo de Paul McCartney, o “Verdão” venceu o Novorizontino por 5 X 0, num cotejo que se decidiu logo no seu comecinho.
No prélio de ida, no mesmo Pacaembu, porque a sua Vila Belmiro atravessa uma reforma, o Santos havia batido o “Touro Loko”, tranquilamente, 2 X 0. Poderia até perder com um gol de desvantagem que sobreviveria no torneio. Diante de minguados 9.396 espectadores, no estádio da “Macaca”, pois o RBB não tem o seu próprio e até deverá se transferir, muito breve, a Bragança Paulista, novamente o treinador Jorge Sampaoli tentou abusar dos passes rápidos e das triangulações para envolver o time de Antonio Carlos Zago.
Um antigo central de coração e carisma, Zago conduziu o “Touro” até estas quartas-de-final com um desempenho de fato impressionante. Depois de dois resultados de 1 X 1 e uma queda pela contagem mínima, o “Touro” bateu o Corinthians por 2 X 0, na Arena sem-nome de Itaquera, e daí se manteve invicto com 7 sucessos em 9 combates, 17 tentos pró e apenas 6 cedidos, o primor de 27 pontos e a liderança da classificação geral, até sucumbir ao “Peixe”, no Pacaembu. Zago ficou tão furioso que, asperamente, bateu boca e quase trocou sopapos com o indócil e destrambelhado Sampaoli.
Bem, indócil e mal-educado. Antes dos 2’ do desafio, um lançamento de Jean Mota colocou Sasha cara a cara com Júlio César, que impediu o gol que, tão cedo, já detonaria as esperanças do RBB. Sampaoli não se controlou e, sem pensar que fora o arqueiro a realizar uma proeza, xingou o subordinado e chutou o chão. Coube ao Santos, de todo modo, sempre sob a regência providencial do experiente Carlos Sánchez, uruguaio de 34 anos, e do maestro Mota, paulistano de 25, mandar nas ações até que se encerrasse o duelo e o “Touro” ao menos, vil consolo, se despedisse sem perder.
Sábado, no Jorge Ismael de Biasi de Novo Horizonte, o “Verdão” se exibia mediocremente quando arrancou o tento do empate, 1 X 1, aos 65’. Uma nova igualdade, agora, levaria a partida à disputa de penais. E, enquanto pôde, Roberto Fonseca, o treinador do “Tigre do Vale”, apostou na possibilidade da loteria das onze jardas. Com as estatísticas absolutamente em seu desfavor, não tinha alternativa o ex-zagueiro de 56 anos e uma só passagem memorável na carreira de atleta, o título estadual do São Paulo em 1985. Em 5 jogos, o Novorizontino acumulava 4 derrotas e 1 empate, só 2 gols contra 15.
Desde a inauguração do Allianz, em 19 de Novembro de 2014, foi a vigésima vez em que o Palmeiras ignorou o Futebol, preferiu hospedar um musical e daí se obrigou a recorrer ao venerando Municipal como sede de um jogo. Evidentemente, esse tipo de troca aborrece os torcedores fiéis ao espaço em que morou o Parque Antarctica. Mas, existem compensações. No Pacaembu o “Verdão” tinha somado 44 dos pontos possíveis, aproximadamente 77%.
Perante 26.706 torcedores, depositaria mais três no seu cofrinho. E basicamente desenhou o triunfo antes mesmo dos 10’ do prélio, em dois lances ensaiados, cobranças de escanteio impecáveis de Dudu. Aos 5, uma testada seca e fulminante de Felipe Melo no flanco oposto. O controvertido xerife completava a sua porfia de número 100 pelo clube e recebeu um quadro fotográfico como homenagem. Daí, aos 9, Deyverson desviou no primeiro poste e, no outro, Ricardo Goulart aparou, sem marcação.
Então, se desenvolveu protocolarmente o remanescente do duelo. Aos 51’, enfim com o apoio do VAR, do qual a sua diretoria tanto reclamou na ida, o “Verdão” cravou 3 X 0, Gustavo Scarpa, num pênalti tão óbvio que sequer necessitava do árbitro de vídeo. E sem o VAR, aos 65’, em outro pênalti, Dudu ampliou, 4 X 0. Aos 77’, agora num arremesso lateral, ele, Dudu, o fac-totum do elenco de Felipão, originou o lance que redundou em mais um tento de Scarpa. Detalhe: graças à eliminação do RBB, o Palmeiras assumiu a liderança da tabela geral do torneio. Caso, nesta quarta, o São Paulo e o Corinthians ultrapassem o Ituano e a Ferroviária e também continuem vivos, as semis terão, no sábado, dia 30, “Tricolor” X “Verdão”, e dia 31, “Timão” X “Peixe”.
PS: Incrível, tristíssima, a notícia da morte do radialista Rafael Henzel, 45 de idade, um infarto enquanto jogava uma pelada com amigos. Um dos seis sobreviventes da queda do avião que levava a delegação da Chapecoense, na noite de 28 de Novembro de 2016, para a decisão da Copa Sul-Americana na Colômbia, ainda recentemente Rafael havia posado, para o Portal do Palmeiras, com a camisa do “Verdão”, o seu time de coração.
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