Dois irmãos, os Inzaghi treinadores, hoje dominam o Futebol da Itália
Simone, o Inzaghino da Lazio de Roma, e Filippo, o Pippo do Benevento, têm os seus times na liderança, respectivamente, da Série A e da Série B
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
De sobrenome Inzaghi, dois irmãos de Piacenza, cidade da Emília-Romagna, cerca de 100.000 habitantes, 70 quilômetros ao noroeste de Parma, atualmente mandam no Futebol da Velha Bota. Filippo, o mais velho, 46 de idade, é o treinador do Benevento, 63 pontos ganhos em 78 disponíveis, líder sossegadíssimo da Série B, 17 à frente do Frosinone, o segundo colocado. Simone, 43, é o treinador da Lazio, líder inesperada e provisória da Série A, 62 pontos em 78, respectivamente dois e oito à frente da Juventus e da Internazionale, cujo confronto direto, programado para este domingo, 1º de Março de 2020, foi adiado para 13 de Maio, por causa do Coronavírus-19.
Ambos, em seus idos de atleta, atuaram como atacantes. E Filippo, o Pippo, com as chuteiras, foi muito melhor do que Simone, o Inzaghino. Entre 1991 e 2012, vestiu as camisas de sete clubes, inclusive a Juventus e o Milan. Pela “Senhora”, disputou 120 pelejas e anotou 57 tentos. Pelo “Diavolo”, 202 porfias e 73 gols. Nos seus doze anos de carreira, 466 pugnas e 197 “reti”.
Envergou o fardamento da “Azzurra” em 57 ocasiões e registrou 21 gols, ouro na "Squadra" inesquecível que arrebatou a taça na Alemanha/2006. Levantou três vezes o “scudetto”, em duas a Champions League, e conquistou um Mundial de clubes da FIFA. Como treinador, porém, o seu currículo não parece tão majestoso. Começou nas equipes de base do Milan, em 2012, assumiu o elenco principal entre 2014 e 2015, perambulou pelo Venezia e pelo Bologna até assinar, em 22 de Junho de 2019, com o Benevento da Campânia.
Sobre o talento eventual do Simone jogador, observou o antológico Alex Ferguson, do Manchester United, que o enfrentou quando o Inzaghino jogava pela Lazio: “Esse rapaz já nasceu em posição de impedimento”. De fato, de 1994 a 2010 exibiu os uniformes de oito times, mas só na Lazio encontrou algum sucesso, 28 tentos em 133 pugnas de temporadas intercaladas por empréstimos, de 1999 até pendurar as suas “scarpe” em 2010. Abiscoitou um único título nacional, pela “Águia”, na “stagione” 1999/2000.
Como “mister”, porém, a sua fama fermentou. E sempre na Lazio, a partir do infanto-juvenil, no mesmo 2010, até um episódio inusitado, ocorrido em 2016. Simone havia assumido um posto de interino, no quadro principal, em 3 de Abril. Sabia que a cúpula da “Águia” apenas esperava a liberação de Marcelo Bielsa, um argentino que já tinha orientado as seleções da sua pátria e do Chile. Bielsa, um tipo controverso, também chamado de “El Loco”, surtou, ridiculamente durou 48 horas no cargo, e o Inzaghino foi efetivado.
Pacientemente ele estruturou o elenco que já abiscoitou a Coppa Italia de 2018/19 e que, agora, não celebra apenas a primeira vez em que a “Águia” subiu ao topo do pódio na Bota desde o dia 14 de Maio de 2000, quando bateu a Reggiana por 3 X 1, no rumo do segundo “scudetto” da sua história, inaugurada em 1900. No seu percurso atual a Lazio festeja uma performance espetacular. Com a queda do Liverpool, surpreendentemente batido pelo Watford, 1 X 3, sábado, 29 de Fevereiro, tornou-se sua a maior série invicta da Europa, 21 pelejas. Daí, só muito depois de um enorme vazio, surge o Bayern de Munique, nove. Pena que o Covid-19 espreite essa alegria familiar...
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