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De volta o "Fifagate", mas num livro que é impossível você parar de ler

Obra de Ken Bensinger, "Cartão Vermelho" segue o conceito e o ritmo de um romance de mistério em que pouco importa o enredo de final conhecido

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Uma das fachadas da entidade, na Suíça
Uma das fachadas da entidade, na Suíça Uma das fachadas da entidade, na Suíça

Com certeza o enfadonho de plantão reagirá, irritado: “E de novo esse assunto envelhecido e até mofado?” Sim, de novo retorna à tona o chamado “Fifagate”, o escândalo que abalou o Futebol logo depois da Copa do Brasil/2014 e que, na manhã de 27 de Maio de 2015, no Bar au Lac Hotel de Zurique, na Suíça, em pleno 65º Congresso da entidade, redundou nas prisões de sete cartolas, inclusive o brasileiro José Maria Marin, então o presidente da CBF.

O Bar au Lac, cercado pela polícia
O Bar au Lac, cercado pela polícia O Bar au Lac, cercado pela polícia

De fato se trata de uma história de enredo absolutamente desvendado e com desfecho suficientemente conhecido. Envolvido num esquema que já durava 24 anos, mesmo um octogenário, nascido em 6 de Maio de 1932, Marin foi encarcerado por seis meses na própria Suíça, acabou transferido aos Estados Unidos e lá ficou em regime de detenção domiciliar até receber, em Dezembro de 2017, uma devida condenação. No seu caso, diversas acusações, de aceitar propina a conspirar para fraude na Copa do Brasil, na Copa América e na Libertadores, além de participar de uma operação de lavagem de dinheiro e de amealhar US$ 6,5mi desde que assumiu o comando da CBF em 2012.

A detenção de Marin, em Nova York
A detenção de Marin, em Nova York A detenção de Marin, em Nova York

Sobre o tema, efetivamente, se escreveram três dúzias de livros, dezenas de longas reportagens, centenas de artigos em um punhado de idiomas. Nenhuma obra, todavia, tão bem pesquisada e primorosamente escrita como a intitulada “Red Card – How the US Blew the Whistle on the World’s Biggest Sports Scandal”, de Ken Bensinger, por lá lançado em 2018, pela editora Simon Schuster, e aqui, semanas atrás, pela Globo Livros. Jornalista faz mais de duas décadas, colaborador de periódicos como o “Wall Street Journal” e o “Los Angeles Times”, Ken Bensinger soube como transformar em literatura aquilo que, na pena de um periodista comum, se limitaria a um texto factual.

Ken Bensinger
Ken Bensinger Ken Bensinger

Em português “Cartão Vermelho – Como os Dirigentes da FIFA criaram o Maior Escândalo da História do Esporte”, a obra de Bensinger foi vítima de uma injusta polêmica no Brasil. Alimentou-se a suspeita de que a sua enfim publicadora apenas havia adquirido os direitos de vertê-la para poder ignorá-la e assim evitar a divulgação de uma série de informações prejudiciais à Rede Globo, parceira habitual da FIFA etcetera. “Cartão Vermelho”, de todo modo, desembarcou nas lojas do País e é isso, agora, que interessa. Pois, repito, a obra vai além de excelente. Impossível você parar de ler.

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Chuck Blazer
Chuck Blazer Chuck Blazer

Bensinger, por exemplo, definiu como personagem-base um certo Steve Berryman, um agente especial da Receita Federal dos EUA, que costumava receber avisos em seu celular sempre que aparecia, na Internet, alguma notícia relacionada a determinadas palavras-chave – “suborno”, uma delas. Ao saber que o FBI investigava as contas de Chuck Blazer (1945-2017), membro do Executivo da FIFA e dono de uma suíte na Trump Tower de Nova York exclusivamente para manter os seus gatos, puxou a ponta de um fio que se desenrolaria numa inacreditável trama de abrangência mundial. Eu li as 369 páginas de “Cartão Vermelho” de uma talagada. Como se fosse um romance de mistério. Aliás, em que os criminosos terminam mesmo na cadeia.

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