Da fratura de Gabriel Jesus à fissura de Neymar, a lesão que se repetiu
Ambas no pé direito, ambas no quinto metatarso, um ossinho delicado mas utilíssimo para quem desfere o tiro de três dedos. Chuteiras iguais. Será?
Silvio Lancellotti|Sílvio Lancellotti
Na noite britânica de 13 de Fevereiro de 2017, Premier League, aos 14’ da sua quinta partida com a camisa do Manchester City, o garoto Gabriel Jesus, promessa da seleção brasileira, num lance boboca, desimportante, se deitou no gramado, aos prantos. Saiu de maca. Exames detalhados, apenas 48 horas depois, constataram que Gabriel sofrera uma fratura por estresse no quinto metacarpo do seu pé direito. Infelicidade?
Na noite gaulesa de 25 de Fevereiro de 2018, certame da França, aos 76’ do seu trigésimo prélio com a camisa do PSG, o já experiente Neymar, craque fundamental na seleção brasileira, num lance boboca, desimportante, se deitou no gramado, aos prantos. Saiu de maca. Exames detalhados, apenas 48 horas depois, constataram que Neymar sofrera uma fissura por estresse no quinto metacarpo do seu pé direito. Infelicidade?
Não acredito em coincidências. Como dizem os meus ancestrais sicilianos, as coisas simplesmente colidem. Mas, Gabriel Jesus e Neymar costumam calçar chuteiras semelhantes, com as travas em V, como as lâminas dos patins de gelo. Travas, a propósito, que o Barcelona recentemente vetou.
Gabriel precisou se submeter a uma pequena cirurgia e, em 3 de Abril, data exata do seu aniversário de 20 anos, voltou a bater bola. No dia 19 já pôde disputar um treino coletivo. Embora tenha acusado, também, uma torção de tornozelo, Neymar sofreu uma lesão menos grave. De todo modo, fissura significa uma ameaça de fratura. E o quinto metacarpo, ossinho mínimo do exterior de cada pé, aquele que toca a pelota num “chute de três dedos”, vive exposto, permanentemente, aos bicos agressivos dos marcadores rivais.
Carlinhos Vidente, de consultório em Apucarana/PR, imediatamente se tornou figura nacional depois de uma publicação regional, a “Tribuna do Norte”, anunciar que havia antecipado o problema de Neymar: “Vejo ele de cinco a sete meses de cama”. À parte o descuido com o idioma, o suposto iluminado obviamente se equivoca. O rapaz talvez retorne às porfias em quatro, no máximo cinco semanas.
Certamente, porém, não se apresentará diante do Real Madrid, pelo retorno da Champions League, dentro de casa, em 8 de Março. E o seu PSG precisa se resgatar do placar de 1 X 3 que tomou no Santiago Bernabéu. Para o seu clube e, pior, principalmente para o seu proprietário, o catariano Nasser Al-Khelaifi, a ausência do número 10 significará, ao menos, um desperdício de quinze meses. Ou, até que se desenrole a próxima temporada da CL.
Desafortunadamente, sem Neymar, apenas um furacão, na “Cidade Luz”, evitará que os torcedores do PSG se lastimem como se lamentaram na CL de 2016/17. Então, na mesma fase das oitavas-de-final, como mandante o PSG sovou o Barcelona por 4 X 0. Mas, na volta do Nou Camp da Catalunha, amargou uma debacle, 1 X 6. Astro maior do Barça? Ele, sómente ele, ninguém mais do que ele, Neymar da Silva Santos Júnior.
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