Corinthians X Santos, mais um clássico. Mas, para quê serve?
Num Paulistão de regulamento insólito, com uma fase de grupos basicamente inútil, serve apenas para manter viva a mais antiga rivalidade do Estado
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Caso o Paulistão de Futebol, nesta temporada de 2019, acontecesse por pontos corridos, o Santos tranquilamente comandaria a tabela de classificação, 22 em 27 possíveis. Estaria 4 à frente do Red Bull Brasil de Campinas e do Palmeiras, manteria uma folga de 5 adiante do Guarani e do Corinthians. Ocorre, porém, que o certame do Estado é apenas um arremedo de pontos corridos. E as posições na classificação geral pouco valem, por enquanto, para uma definição de como se encerrará, efetivamente, esta edição de número 118 da competição bandeirante.
Numa idealização inusitada dos sábios da FPF, a entidade estadual que rege a modalidade, tal sistema divide as 16 equipes em 4 chaves de 4 cada, as quais exclusivamente desafiam as 12 restantes, em pontos corridos porém em turno único. Não existem os confrontos diretos entre as agremiações de cada grupo. As duas melhores apenas se debatem posteriormente, em mata-matas de ida e volta. As sobreviventes disputam as semifinais e, daí, as últimas duas, também em ida e volta, batalharão pelo título, hoje em poder do Corinthians, o bicampeão em 2017 e 2018, agora em busca de um ambicionado tri.
Desabarão à divisão inferior os clubes que se limitarem às duas últimas colocações na classificação geral. Claro, uma óbvia distorção, depois de meras 12 partidas em um torneio de 16 clubes. Toda essa parafernália tem um só sentido. Pela tabela se determinam aqueles que mandarão o retorno em suas casas, além do emparceiramento das semifinais, o esquadrão de melhor performance contra o do quarto desempenho. Ou, pode-se dizer que o jogo entre o “Timão” e o “Peixe”, neste domingo, na Arena ainda-sem-nome de Itaquera, meramente vale pelas suas estatísticas.
Denominado de “Clássico Alvinegro”, é o mais antigo do Futebol do Estado. Desde o seu primeiro jogo, 6 X 3 em favor do Santos, no Parque Antarctica, certame regional, em 22 de Junho de 1913, até o recente amistoso, 1 X 1, em 13 de Janeiro, também na Arena, houve 331 cotejos, vantagem estatística do “Timão” nos triunfos, 130 a 106, e nos gols registrados, 583 a 506. O Corinthians de Fábio Carille, o treinador do bi, soma 29 títulos. O Santos, hoje sob o argentino Jorge Sampaoli, tem 22, e foi o vencedor em 2016. O Palmeiras conquistou 22 troféus. O São Paulo abiscoitou 21.
Gostou? Clique em “Compartilhar”, em Twittar”, ou deixe a sua opinião em “Comentários”. Muito obrigado. E um grande abraço!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.