Com temporal, e mesmo no sufoco, o Napoli se livra do Genoa, 2 X 1

Insuperável colecionadora de títulos no Calcio da Velha Bota, 34 vezes a ganhadora do campeonato nacional, a atual conquistadora de sete certames em seguida, mesmo a Juventus de Turim já viveu as amarguras da Série B, a segunda divisão. O time mais antigo da Itália, datado de 1893, o Genoa da Ligúria mereceu nove vezes o direito de bordar, na sua linda camisa “rossoblu”, o scudetto de vencedor, mas padeceu em 33 ocasiões a humilhação do porão. Único sulista a levantar o troféu de melhor em 114 disputas, o Napoli chegou a falir em duas oportunidades, somente neste Século XXI, e perambulou, inclusive, pela Série C. Um fato histórico, e fascinante, porém, une essas agremiações. Depois de performances irreparáveis, na B, em 2007/2008, as três retornaram, juntinhas, à Série A.

Neste sábado, pela rodada de numero 12 do atual torneio de 2018/2019, no venerando Luigi Ferraris de Genova, um estádio de 35.685 lugares, datado de 1911 mas, claro, suficientemente reformado e modernizado, o “Grifone” enfrentou o “Ciuccio”, cada qual com os seus particulares motivos para batalhar pelo sucesso. Apelidado “Grifone”, por causa do seu símbolo mitológico, o leão com cabeça de águia, o Genoa, 14 pontos e a 14ª posição, vagueava no miolo da tabela de classificação e procurava, óbvio, se afastar da zona de queda. Batizado “Ciuccio”, o “Burro”, brincadeira com o cavalo negro que identifica a Terra da Pizza na Heráldica, o Napoli tinha 25 pontos e dividia a vice-liderança com a Internazionale de Milão. Nada de fraquejar e de correr o perigo de se afastar ainda mais da contenda pelo topo.

Classificação à parte, dois fatores numéricos promoviam o favoritismo do “Burro”. Tinha sofrido, em seus prélios anteriores, precisamente a metade dos tentos cedidos pelo “Grifone”, 12 X 24. E o Genoa tinha realizado apenas 3/4 dos tentos somados pelo Napoli, 16 X 24. Muito pior, a ofensiva do anfitrião dependia em demasia de Piatek, um atacante polonês, autor de 9 dos seus gols, ou 56%. Mas, imprevistamente, aos 20’, caberia a Kouamé, 20 de idade, reserva habitual do Genoa, só uma rete na Bota, cravar 1 X 0 no placar. Imprevistamente, um toró interromperia o jogo na etapa derradeira.

Daí, terminado o temporal, aos 62’, de novo imprevistamente, nem com Insigne e nem com Mertens, os seus artilheiros, 7 tentos cada, o Napoli igualaria, graças a outro suplente, Fabián Ruiz, ibérico de 22 anos, também na sua segunda rete no torneio. Então, aos 82’, numa tentativa precária e azarada de desviar um cruzamento trivial, o trapalhão Biraschi marcou contra.

Apesar do sufoco, o Napoli subiu aos 28 pontos e agora fica à espera de a rodada se completar no domingo. Única equipe da Série A que nunca penou com o rebaixamento, a Inter enfrentará, em Bérgamo, a Atalanta (15). Ironia, a Juventus viajará até a capital da Lombardia para desafiar o maior inimigo da Inter, o Milan (21). Será o cotejo 223 entre “bianconeri” e “rossoneri”. Na sua primeira partida, datada de 29 de Abril de 1901, pelo campeonato, mesmo em Turim o “Diavolo” bateu a “Zebra”, 3 X 2. No mais recente, de 9 de Maio último, no Olímpico de Roma, pela Copa Itália, a Juve arrasou o Milan, 4 X 0. No percurso, 87 triunfos da Juve e 66 do adversário, 323 gols a 226.

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