Com seis equipes, a incrível Copa das Nações online - de Xadrez
Deste dia 5 até 10 de Maio, a China, os EUA, a Europa, a Índia, a Rússia e o Resto do Mundo disputam a grande batalha do jogo do xeque-mate
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Invariavelmente inusitado, ao menos diante dos olhares dos mortais comuns, o universo do Xadrez inaugurou, nesta terça-feira, dia 5 de Maio de 2020, um evento de fato espetacular. Com a participação de 36 disputantes, 24 homens e 12 mulheres, até o dia 10 ocorrerá a I Copa das Nações realizada online, de pelejas em ritmo rápido, com o tempo básico de 25’ e um incremento de mais 10” por lance, a partir da abertura. O evento ostenta, até, trilha sonora.
Os disputantes se dividem em seis times: China, Estados Unidos, Europa, Índia, Rússia e Resto do Mundo. Haverá dez rodadas, ou dois turnos, de seis cotejos cada, equipe contra equipe. Em cada jornada, cada esquadra fará três prélios entre homens e um jogo entre mulheres. Dois dos integrantes de cada brigada, um varão e uma dama, ficam na reserva. A vitória vale um ponto, o empate vale meio. Ao final dos turnos, os dois times mais bem classificados se desafiarão, na decisão, dia 10, em combate direto pelo título e pelo prêmio equivalente a R$ 1 milhão. Nada mal para um esporte sem patrocínios.
Infelizmente, exausto, o norueguês Magnus Carlsen, de 29 anos, campeão do planeta desde 2013, não pôde se alinhar no elenco da Europa. Ele acaba de vencer uma gigantesca maratona de duas semanas de partidas em sua homenagem. Todavia, dos oito Grandes Mestres que, em Março, no Torneio de Candidatos de Ekaterinburgo, na Rússia, batalhavam pelo privilégio raro de desafiá-lo, seis toparam viver a loucura deliciosa do Xadrez Relâmpago. Pela China, Ding Liren, 27, e Wang Hao, 30. Pelos EUA, Fabiano Caruana, 27. Pela Europa, o neerlandês Anish Giri, 25, e o francês Maxime Vachier-Lagrave, de 29. E, pela Rússia, Ian Alexandrovich Nepomniachtchi, 29.
Aliás, como o capitão do Resto do Mundo, reaparece o ex-campeão Garry Kasparov, do Azerbaidjão. A função primordial do capitão é estabelecer, por prélio, a ordem dos tabuleiros, do 1 ao 4. Curiosamente, na Índia, o veterano Viswanathan Anand, 50, divide as tarefas de capitão e jogador. Na média dos “ratings”, as pontuações de cada enxadrista na sua carreira recente, em pugnas no estilo “Blitz”, a China é a favorita com 2.718. Daí, vêm a Europa (2.687), a Rússia (2.662), os EUA (2.654), a Índia (2.611) e o Resto do Mundo (2.598). Caruana, no entanto, exibe a melhor qualificação individual, 2.835.
Detalhes significativos? Primeiro, o retorno aos holofotes de Telmour Radjabov, 33, do Azerbaidjão, ele que não hesitou em desistir do Torneio de Candidatos por causa, então, das ameaças de disseminação da Covid-19. Ironia, acabou substituído por Vachier-Lagrave, que acabou por assumir o comando da tabela do certame no momento da sua interrupção, exatamente na sua metade. Segundo, e a minúcia mais esfuziante, o fato de a Copa das Nações ter o seu próprio hino, composto e entoado por uma exótica chilena, Juga Di Prima, que se veste provocativamente e cujo repertório é todinho baseado nas 64 casas e nas ações estratégicas de pretas e brancas.
Como eu já havia prometido, e já cumprido, na época do Torneio de Candidatos, acompanharei, integralmente, o passo-a-passo da Copa das Nações de Xadrez e, sempre que viável, farei as indispensáveis atualizações. Aqueles, porém, que desejarem a velocidade online e, melhor, os pertinentes comentários de dois GMs brasileiros, Rafael Leitão e Krikor Mekhitarian, repasso o endereço adequado para a sua diversão. Basta clicar em
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