Sem um título qualquer desde a Sul-Americana de 2012, quando um elenco dirigido por Ney Franco superou o Tigre da Argentina, e sem um título estadual desde 2005, quando um elenco dirigido por Émerson Leão ficou oito pontos à frente do Corinthians de Daniel Passarella, o São Paulo se digladiou nesta noite de 20 de Março de 2108, no seu Morumbi, com o São Caetano, em busca de uma vaga nas semifinais do Paulista da temporada. Depois de um dilúvio que detonou a cidade mas não comprometeu a ótima drenagem no estádio, em dois lances muito mais casuais do que ensaiados ou construídos. superou o “Azulão”, 2 X 0 e se livrou de um tabu diferente, curiossíssimo.
Nas estatísticas, mantinha uma vantagem insignificante diante do elenco hoje orientado por Pintado, um ex. Em 29 cotejos, 11 triunfos a 9 e 33 tentos a 33. Além disso, em dois confrontos anteriores de mata-matas, acumulara exatamente duas eliminações. Aliás, não era feliz, em tal tipo de disputa, desde o título continental de 2012. Em 29 ocasiões, apenas 14 sobrevivências. E, dentre os seus 15 insucessos, a lástima de 5 como o grande favorito.
Por exemplo, em 2014, com Muricy Ramalho no banco, desabou diante do Penapolense no Paulista e do Bragantino na Copa do Brasil. Em 2016, com Edgardo Baúza, sofreu contra o Audax Osasco no Paulista e com o Juventude de Caxias/RS na Copa do Brasil. Pior ainda, em 2017, sob a orientação de Rogério “M1to” Ceni, de tão frustrante memória, sucumbiu dentro de casa, na Copa Sul-Americana, ao pequenino Defensa y Justicia da Argentina.
O drama desta noite marcou a efetiva posse do treinador Diego Aguirre na sua coordenação. Aguirre esteve na lateral do gramado, sábado, dia 17, quando o “Tricolor” perdeu do São Caetano, 0 X 1. Falou quase nada, porém. Na sua maior parte o gestual e o palavrório couberam ao interino André Jardine. Percebeu-se, nos seus atletas, um ânimo diferente. Na etapa inicial, porém, foi do zagueiro Sandoval, do “Azulão”, o lance mais perigoso em favor de Aguirre & Cia., uma bola horrorosamente atrasada que entortou, mesmo, a espinha do arqueiro Paes.
Na volta do intervalo, Aguirre se obrigou a substituir o meia Valdívia, o melhor da peleja até então, por causa da recidiva de uma lesão. O São Paulo continuou na pressão e os pupilos de Pintado permaneceram no resguardo. Até que, aos 65’, noutra pelota mal atrasada, agora por Alex, ao invés de chutá-la no Rio Pinheiros o arqueiro esboçou um corte em Tréllez, entregou o tesouro e o colombiano cravou 1 X 0, resultado que encaminhava a porfia para a loteria dos penais. Paes se atrapalharia, de novo, aos 84’, depois de uma cabeçada molenga de Diego Souza que resvalou na base do poste, correu sobre a linha, esbarrou no arqueiro e entrou. Dois frutos do acidente e o “Tricolor” nas quartas-de-final.
Os outros jogos de volta:
21/3 – Santos X Botafogo, Vila Belmiro, 19h30
21/3 – Palmeiras X Novorizontino, Allianz, 21h45
22/3 – Corinthians X Bragantino, Ar. Corinthians, 20h00
Como quase ocorreu no Morumbi, em caso de igualdade em pontos e em saldo de tentos, se recorrerá aos caprichos do bingo dos penais.
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