Com o Giuseppe Meazza da capital da Lombardia quase repleto em seus 80.018 lugares, apenas 2.500 “tifosi” da agremiação visitante, cirurgicamente, pragmaticamente, a octocampeã Juventus de Turim rompeu a invencibilidade da sua hospedeira, a Internazionale de Milão e assumiu o topo da tabela de classificação do Campeonato Italiano de 2019/20. Apesar da arbitragem cheia de polêmicas do habitualmente muito bom Gianluca Rocchi, o jogo dignificou o seu apelido de “Derby d’Italia” pela sucessão de alternativas e de emoções.
Placar de 2 X 1 no duelo número 249 entre a “Biscione”, a serpente mitológica da Inter, e a “Vecchia Signora”, ou também a “Zebra” da capital do Piemonte, Milão e Turim duas cidades distantes cerca de 140 quilômetros, 1h10’ de carro, através da excelente Rodovia A4. Agora, na quantidade de vitórias, a contagem apresenta Juve 111 X 77 Inter. No volume de gols, 355 X 322.
Nas estatísticas do Campeonato, a sua edição 88 desde que se iniciaram, na “stagione” de 1929/30, os certames de turno-returno e pontos corridos, a Juve sai do “Derby” com 19 pontos em 7 partidas, 13 tentos pró e 6 contra. A Inter empaca nos 18 pontos, 14 gols a favor e 4 sofridos. Roma e Napoli, únicos clubes que, a partir de 2012, ousaram contestar a prevalência da "Signora", parecem distantes, respectivamente 12 e 13 pontos. E surpreende, a ótima campanha da Atalanta de Bérgamo, "La Dea", com preciosos 16 pontos.
Insperadamente, Maurizio Sarri, o treinador da “Zebra”, ao invés do anunciado Higuaín, escalou Dybala, outro argentino, para compor o ataque da sua equipe, ao lado de Cristiano Ronaldo. E funcionou bem, logo aos 4’, quando Pjanic lançou Dybala da intermediária e, junto à linha da área grande, o platino acertou um tiro cruzado, rasteiro, de esquerda, no canto oposto de Handanovic. Então, aos 18’, o árbitro assumiu a primeira atitude que provocou os protestos da “Signora”. Apontou toque de De Ligt numa tentativa de o holandês se antecipar a Lautaro Martinez, mais um argentino em campo. Dúvida. Rocchi nem consultou o VAR. Um penal que Lautaro converteu, 1 X 1.
O mediador ainda irritaria os torcedores da Juve aos 42’, quando anulou sozinho, sem VAR, uma “rete” do CR7, depois de uma linda triangulação com Dybala, por suposta posição de impedimento do platino. E, nos acréscimos do primeiro tempo, ao não considerar um penal do uruguaio Godin em Dybala.
Aliás, a Inter se esmerou nos choques corporais, bem ao estilo de atleta de Antonio Conte, o seu atual treinador. Daí, na etapa derradeira, o padrão se manteve, as pancadas da “Biscione”, os reclamos da “Zebra”, até que, aos 62’, simultaneamente, enfim Sarri colocou Higuaín, mas no lugar de Bernardeschi, e também Bentancur, um uruguaio, no lugar do alemão Khedira.
Deu muito certo aos 80’, toque delicioso de Bentancur a Higuaín que de 12 metros fulminou Handanovic. Nos últimos 14 certames, apenas numa ocasião o título não ficou com a Juve ou com a Inter: em 2010/11, levou a taça o Milan. Antes, de 2005 até 2010, a “Biscione” havia arrebatado o penta. E, desde 2011, insolitamente, coube à “Signora” acumular a maravilha de oito troféus.
Diga-se, em honra da verdade, que, por enquanto, a Juve não exibiu o Futebol dos idos de Massimiliano Allegri no seu comando, quando ostentava três zagueiros, o capitão Chiellini, hoje lesionado, em plena forma. Pacientemente, todavia, o seu elenco se ajusta aos ditames de Sarri, que adota o 4-4-2 que se transforma em 4-3-3. Como “domenica” do Meazza já demonstrou.
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