Brilhante a Juve, impressionante classificação às quartas da CL
Com três tentos do CR7, a "Senhora" resgata os 0 X 2 de Madrid e despacha o Atlético. Por 7 X 0, o Manchester City elimina o Schalke da Alemanha.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Também a Juventus e o Manchester City se agregaram ao Ajax, ao Porto, ao Tottenham e ao Manchester United nas quartas-de-final da edição de número 64 da Champions League, a 27ª desde que a competição recebeu esse novo nome em 1992/93. Nesta terça, 12 de Março, os britânicos basicamente definiram o seu futuro já na etapa inicial da sua peleja contra o Schalke da Alemanha, 3 X 0 que, ao encerramento, se tornariam 7 X 0. E em Turim, no seu melhor desempenho em meses, a “Velha Senhora” resgatou o infortúnio e os seus erros da peleja de Madrid e sapecou emocionantes 3 X 0 no Atlético.
Agora, quarta, 13 de Março, acontece a última etapa dos confrontos de retorno das oitavas da competição. Daí, no dia 15, sexta, definidos todos os classificados, na sua sede de Nyon, Suíça, a UEFA promoverá o sorteio dos duelos das quartas, que se realizarão de 9 a 17 de Abril. De 30 de Abril a 8 de Maio, se disputarão as semis. E a decisão, como de hábito na CL, ocorrerá numa única partida, em local pré-escolhido. Data e local, 1º de Junho, desta vez no exuberante Estádio Wanda Metropolitano de Madrid.
Antes, a Champions se chamava European Cup e apenas incluía o detentor da taça e os ganhadores dos certames nacionais dos seus 31 países. Então, quando o Continente se fragmentou, a UEFA precisou ampliar a quantidade de times.Hoje com 55 nações afiliadas, esta CL se inaugurou em 26 de Junho, com 79 times. Teve cinco eliminatórias e uma fase de oito grupos de quatro agremiações, cujos remanescentes, ou 16 clubes, presentemente se debatem. Num total de 201 prélios, até esta terça houve 528 tentos, a média de 2,62. A partir dos grupos, já com o creme-do-creme em ação, em 110 pelejas houve 317 gols e a média melhor de 2,88. Exatas 5.195.276 pessoas testemunharam os 110 combates, a média ótima de 47.230 por confronto.
Eis os cotejos desta terça, dia 12:
JUVENTUS 3 X 0 ATLÉTICO DE MADRID
Allianz Stadium, 40.884 espectadores
(Cristiano Ronaldo/3/1pen)
Na ida, Atlético de Madrid 2 X 0 Juventus
Wanda Metropolitano, 67.193 espectadores
(Giménez, Godin)
Numa noitada de “tutto esaurito”, vendidos integralmente os espaços do seu estádio, a “Senhora” entrou na partida com uma determinação inédita em relação às suas pugnas mais recentes, uma sucessão de exibições ruins nas quais se demonstrou precária na retaguarda, precisamente onde residiu a sua força maior em todos os seus anos de busca do octocampeonato. Falhas que lhe custaram a queda na "andata". Poderia ter aberto o marcador antes dos 4’, num lance controvertido, gol de Chiellini, na sua aparição de número 500 pela Juve, que o mediador Björn Kuipers, da Holanda, invalidou por uma suposta infração de Cristiano Ronaldo, pé alto, sobre o arqueiro Oblak.
Não cessou, porém, a enorme pressão da “Zebra” contra os “Colchoneros”, nesta data vestidos de azul. Até os 22’, quando Koke tentou um chute de longe, o Atlético ainda não havia se aproximado do arco de Szczesny. Então, aos 27’, num cruzamento do excelente Bernardeschi, que se movimentava admiravelmente entre as laterais do campo, o CR7 subiu mais do que Juanfrán e, de cocuruto, anotou 1 X 0. Impressionante, o astro da Ilha da Madeira atingia o seu gol 125 na CL, um recorde estratosférico. Pois ele ainda subiria aos 126 logo aos 48’, noutra testada brutal, depois de um alçamento do compatriota Cancelo, que o arqueiro ainda espalmou - meio metro depois da linha, no entanto, conforme provou a imagem automática da UEFA.
Adicionado ao placar de Madrid, o resultado de 2 X 0, efetivamente, significava um empate. Permanecesse, o cotejo marcharia para a prorrogação. Quanto à “Zebra” e aos “Colchoneros”, necessitavam de só uma chancezinha para visarem os seus passaportes. Numa falha terrível de Arias, aos 82’, o garoto Moise Kean, recém-entrado no posto de Mandzukic, desperdiçou cara-a-cara com Oblak ao bater de tornozelo, junto ao poste. Então, aos 84’, num pênalti de Correa em Bernardechi, que o VAR avalizou, o CR7 escalou o patamar dos 127 tentos. Brava Juve! Como necessitava, não cometeu um erro sequer.
MANCHESTER CITY 7 X 0 SCHALKE
Etihad Stadium, 51.518 espectadores
(Aguero/2/1pen, Sané, Sterling, Bernardo Silva, Foden, Gabriel Jesus)
Na ida, Schalke 2 X 3 Manchester City
Veltins-Arena, Gelsenkirchen, 54.740 espectadores
(Bentaleb/2/2pen X Aguero, Sané, Sterling)
Clément Turpin, o árbitro francês, não precisaria recorrer ao VAR para praticamente determinar a qualificação do City, aos 35’ da peleja do Etihad. Foi ostensiva a falta de Bruma em Bernardo Silva que redundou num penal que Aguero realizou, 1 X 0. Logo depois, no entanto, aos 38’, coube ao VAR convalidar a posição de Sterling que, num passe de calcanhar, concedeu ao argentino a possibilidade dos 2 X 0 na entrada da área pequena.
Daí, aos 42, Sané, ex-Schalke, outra vez mal-assombraria os antigos colegas ao fulminar, de canhota, 3 X 0. E aos 56’ o melhor do prélio, Raheem Sterling, ampliaria, 4 X 0. Vareio de bola dos pupilos de Pep Guardiola contra os rapazes de Domenico Todisco. E, pior, aos 71’, Bernardo Silva faria 5 X 0. Aos 78’, graças a Phil Foden, uma sova, 6 X 0. E os 7 X 0 com Gabriel Jesus, incrível devastação. Empacados, nas oitavas, em suas três aparições recentes, os “Citizens” tranquilamente romperam escrita tão incômoda.
Eis os cotejos da quarta, dia 13:
BARCELONA X OLYMPIQUE LYONNAIS
Camp Nou, 99.354 lugares
Na ida, Olympique Lyonnais 0 X 0 Barcelona
Parc Olympique Lyonnais, 57.889 espectadores
O time “Blaugrana” jamais perdeu do “Leão” em torneios da Europa: em 7 jogos, 4 triunfos e 3 empates. Bastante improvável que Bruno Genésio supere Ernesto Valverde e quebre tal tabu em plena Catalunha, num caldeirão que obviamente, como sempre, estará repleto em todos os seus andares.
BAYERN X LIVERPOOL
Allianz Arena, 70.000 lugares
Na ida, Liverpool 0 X 0 Bayern
Anfield Road, 52.250 espectadores
Mesmo sem o zagueiro Kimmich e o atacante Thomas Mueller, punidos pelo excesso de advertências, na sua Bavária os “Roten” de Niko Kovac devem atingir as quartas pela oitava temporada consecutiva. Juergen Klopp, o treinador dos “Reds”, dirigiu o Borussia Dortmund, um super-rival do Bayern, de 2008 até 2015, e não montou um currículo feliz: em 30 pelejas, ganhou só 9 e fracassou em 16. No Allianz, em 15 porfias, perdeu 9 e ganhou apenas 4.
Eis como os outros classificados atingiram as quartas:
TOTTENHAM
No Wembley Stadium, Londres, 71.214 espectadores
Tottenham 3 X 0 Borussia Dortmund
(Son Heung-min, Verthongen, Llorente)
No Westfalenstadion, 66.099 espectadores
Borussia 0 X 1 Tottenham
(Harry Kane)
O capitão Harry Kane, que já registrou quatro tentos em quatro partidas diante da “Muralha Amarela”, e aquela alaranjada do uniforme do arqueiro Lloris, asseguraram os “Spurs” nas quartas pela primeira vez desde 2011.
AJAX
Na Johan Cruijff Arena, 52.286 espectadores
Ajax 1 X 2 Real Madrid
(Ziyech X Benzema, Asensio)
No Santiago Bernabéu, 77.013 espectadores
Real Madrid 1 X 4 Ajax
(Asensio X Ziyech, David Neres, Tadic, Schone)
E dizer que os portentosos “Merengues” ostentavam sete vitórias nos seus últimos sete prélios diante dos “Filhos dos Deuses”. Padeceram, no seu estádio sagrado, a maior humilhação de toda a sua história fenomenal em Champions League. Memorável a performance do sérvio Dusan Tadic.
PORTO
No Olímpico de Roma, 51.727 espectadores
Roma 2 X 1 Porto
(Zaniolo/2 X Ádrian Lopez)
No Estádio do Dragão, 49.029 espectadores
Porto 3 X 1 Roma (na prorrogação)
(Soares, Marega, Alex Telles/pen X De Rossi/pen)
Um duelo nervoso, tenso, em que o treinador Eusebio Di Francesco, depois da igualdade em 1 X 1 nos primeiros 45’, se escondeu numa tola retranca. Pior, depois dos 2 X 1 em favor do elenco de Sérgio Conceição, decidiu apostar no bingo dos penais. Acabaria por ceder a sua vaga, ironicamente, na marca de cal, mas aos 117’, cobrança irretocável de Alex Telles, ex-Grêmio/RS
MANCHESTER UNITED
No Old Trafford, 74.054 espectadores
Manchester United 0 X 2 PSG
(Kimpembe, Mbappé)
No Parc des Princes, 47.441 espectadores
PSG 1 X 3 Manchester United
(Bernat X Lukaku2, Rashford/pen)
Sem se intimidarem como o barulho absurdo da torcida de Paris, os briosos pupilos de Ole Gunnar Solskjaer logo aos 2’ atestaram que o placar adverso de casa poderia ser recuperado e, por isso, lutaram até os acréscimos e o gol crucial de Rashford, num pênalti. Foi pedante o elenco de Thomas Tuchel, também prejudicado pela maior falha da carreira do arqueiro Gigi Buffon. Foi patética, para dizer o menos, a presença de Neymar na tribuna e até na lateral do campo, depois de farrear absurdamente no Carnaval do Brasil.
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