Brasil 3 X 1 Peru, as notas dos campeões da "Canarinho" de Tite
Num cotejo que parecia tranquilo, ocorreu a expulsão de Gabriel Jesus, a lógica reação do Peru, mas o treinador sobreviveu à sua primeira decisão
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Brasil 3 X 1 Peru. O nono título da “Canarinho” na Copa América. Foi a sua partida de número 45 contra “La Inca”. Agora, 32 vitórias a 4. Na quantidade de gols, 98 a 30. Só na competição continental, na sua primeira decisão com o Peru, em 19 cotejos, 14 triunfos a 2. E, nos tentos, 42 a 13. Eis as análises da atuação dos atletas e do treinador, enfim campeão com a seleção.
ALISSON BECKER (7,0)
Sempre seguríssimo, em todas as circunstâncias.
DANIEL ALVES (8,5)
Um passe espetacular, de 40 metros em profundidade, originou o gol do 1 X 0 aos 15’. Aos 36 anos, realizou a melhor competição da carreira pela seleção.
MARQUINHOS (7,0)
Tarefa complexa, marcar Paolo Guerrero. Safou-se airosamente. Apenas desgrudou do capitão de “La Inca”, é obvio, no momento da cobrança da penalidade máxima. No geral, se portou com eficácia. Bem.
THIAGO SILVA (7.5)
Nesta peleja, de fato um leão no miolo de área. Chegou até a cortar cruzamentos quase deitado no chão. Aliás, foi com o braço direito apoiado no campo que, sem querer, desviou um passe lateral de Flores. O mediador Roberto Tobar, do Chile, equivocadamente, apontou a marca da cal e da cobrança da penalidade máxima saiu o gol de Guerrero. Melhor do que bem.
ALEX SANDRO (6,5)
Prejudicado pelo sistema quase 4-3-3 de Tite. Na Itália, na Juventus de Massimiliano Allegri, 3-5-2, se destacou por atuar como um ala natural. Mas, mesmo muito pouco no apoio, sem comprometer.
CASEMIRO (6,0)
Outra vez contido em excesso. Dificilmente comete algum erro. De todo modo, na seleção fazem falta as suas aparições de surpresa na frente, como habitualmente ocorre no Real Madrid. Neste prélio, mero coadjuvante.
ARTHUR (8,0)
De todos os novos convocados de Tite, em relação à Copa da Rússia, aquele que mais evoluiu, na eficiência e na personalidade. Conseguiu suprir, com mobilidade, o aprisionamento de Casemiro. O melhor do meio-campo.
PHILLIPE COUTINHO (6,0)
Parecia sonambulesco, apartado do combate, até que, no início da etapa derradeira acordou e armou um lance que só não redundou em gol porque Firmino arrematou de tornozelo. O mais fraquinho do meio-campo.
ÉDER MILITÃO (S/N)
Entrou aos 76’ só para reforçar a retaguarda.
GABRIEL JESUS (8,0)
Absolutamente brilhante no lance que originou o gol do 1 X 0. Da matada de bola no peito aos dribles em dois marcadores do Peru e ao cruzamento impecável para a aparada de Éverton Cebolinha. Absolutamente frio, como convinha, ao receber o toque de Firmino, logo depois do empate do Peru, e dobrar o seu tesouro e o placar, 2 X 1. Bobamente, aos 29’, recebeu um cartão amarelo, numa dividida desnecessária com Tápia. Daí, aos 70’, em outro erro do mediador Tobar, viu o segundo e inevitavelmente acabou expulso. Saiu do gramado aos prantos. Grotesca a sua agressão física ao equipamento do VAR na lateral. A sua nota evidentemente diminuiu por causa da bobagem.
ÉVERTON (9,0)
Nem precisou ajeitar a pelota que lhe caiu, da direita da grande área, no outro lado da pequena, no lance do 1 X 0. Escorou de primeira, sem a menor chance para Gallese. Depois das expulsão de Gabriel Jesus e da substituição de Firmino ficou sozinho na frente e demonstrou coragem, aplicação e esperteza, aos 87, a induzir Tobar a marcar um penal de Zambrano, visivelmente no ombro a ombro. Que, no futuro, um tal de Neymar se precate.
ROBERTO FIRMINO (7,5)
Atraiu zagueiros, abriu através das laterais e, logo depois do gol do Peru, já nos acréscimos da etapa inicial, quase no meio de campo, recuperou uma bola perdida, desceu como um atacante e, como um armador de categoria, deu o passe que colocou Gabriel Jesus cara-a-cara com Gallese.
RICHARLISON (7,5)
Surpreendentemente curado da sua estranha caxumbite. E, com outros bem aquecidos na pugna, lhe coube bater a penalidade no Cebolinha. Rasteiro, e no cantinho, perfeitamente, sem chance para Gallese, 3 X 1.
ADENOR BACCHI, o TITE (7,5)
Impactou a sua concentração no princípio da peleja, a cabeça inclinada para o alto, os olhos fechados, como se implorasse a ajuda de Dona Ivone, a sua Mamma que subiu aos céus em 9 de Março. Daí, no momento do gol, 1 X 0, se aliviou de vez. Montou o time corretamente, ao usar e abusar dos flancos, ao invés de tentar a invasão do Peru através do miolo. Com a exclusão de Gabriel Jesus, passou pelo seu maior teste como treinador: em casa, segurar os 2 X 1 com menos um homem. Apesar dos pesares, sobreviveu.
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