Bayern impiedoso: 3 X 0 no Lyon. Agora, a decisão contra o PSG.
Depois de sofrer nos primeiros 15' do cotejo, os "Bávaros" de Hans-Dieter Click conquistam a sua décima vitória em dez jogos na Liga dos Campeões
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Noite lusitana de terça-feira, em 18 de Agosto de 2020. Na primeira das semifinais da Liga dos Campeões da Europa, ao superar por 3 X 0 e sem nenhum sobressalto, no Estádio da Luz do Benfica, o menos cotado Red Bull Leipzig da Alemanha, o Paris Saint-Germain da França evitou que a competição se enriquecesse com um episódio inédito em seu desenrolar de tantas situações já inauditas. Impediu a possibilidade de uma decisão entre duas agremiações sem título em suas 64 edições anteriores e ambas provenientes de uma mesma turma na fase de grupos: além do Leipzig, o Olympique Lyonnais da França, Aliás, as duas com as colocações mais baixas, no ranking da UEFA, a entidade-matriz do Futebol no Velho Continente, dentre as quatro sobreviventes nas semis, respectivamente a 32ª e 17ª.
Claro, tal fenômeno exigia que o Leipzig sobrepujasse o PSG e que, teoricamente uma tarefa bem mais complexa, também o Lyon, nesta quarta-feira 19, no José Alvalade do Sporting, ultra-rival do Benfica na capital de Portugal, na segunda das semis superasse o Bayern Muenchen da Alemanha. Até então, na estatística, parecia descomunal a primazia dos “Bávaros” sobre os “Gones”, os “Meninos” do Lyon. Em oito confrontos do passado, quatro triunfos a dois, nos tentos 11 X 9. Pior ainda, para os gauleses, era o seu retrospecto nesta LC: em nove cotejos, quatro vitórias e três derrotas, 14 tentos pró e 11 contra. Apenas Robert Lewandowski, o polonês artilheiro do Bayern, anotara 14 tentos na competição. Os “Bávaros”, invictos e com nove sucessos em nove pelejas, ostentavam 39 tentos contra 8. Padeceram por cerca de quinze minutos, acuados por um ímpeto quase juvenil dos “Meninos”, mas se recuperaram graças à experiência e à aplicação, resultado de 3 X 0. A sua décima pugna na competição, a sua décima vitória.
Determinado, estóico no princípio da partida, armado na coragem pelo treinador Rudi Garcia, até os 15’ o Lyon queimou duas oportunidades de ao menos estabelecer a folga mínima no resultado. Memphis Depay, seu capitão e artilheiro principal, inclusive, cara a cara com Manuel Neuer, o arqueiro do Bayern de Hans-Dieter Flick. Daí, um petardo de Ekambi na trave, Uma outra vez nesta LC, porém, na sua primeira chance o time tedesco se provou implacável. Uma contra-ofensiva individual de Gnabry, aos 18’, e um torpedo de canhota, da linha de entrada da grande área, que Anthony Lopes nem percebeu por onde passou, 1 X 0 aos “Bávaros”. Que aos 33’ duplicariam o placar, numa outra descida fulminante, agora de Perisic, que cruzou do flanco esquerdo, Lopes se atrapalhou com o carrinho de Lewandowski e Gnabry desfrutou, 2 X 0, o seu nono gol em dez presenças na LC desta temporada.
No intervalo, ao invés de recorrer a Dembelé, o habitual substituto de plantão, Rudi Garcia trocou o volante Bruno Guimarães, da seleção olímpica do Brasil, pelo armador Thiago Mendes, ex-São Paulo. Estranho. Dembelé fôra essencial nas quartas, na eliminação do Manchester City. Ele apenas entraria aos 57’, no lugar de um acabrunhado Depay, com dores num joelho. Talvez muito tarde, pois depressa Dembelé atestou a sua força ao dividir uma bola e produzir um contra-ataque que desfaleceu na preciosa saída de Neuer aos pés de Ekambi. Já com a sua mente no PSG, o cauteloso Flick determinou que os seus rapazes se poupassem. Não deveria, pois os “Gones” se animaram e multiplicaram a sua determinação. Transcorreriam quinze minutos derradeiros de aflição. Quase quinze. Aos 88’, o inesgotável Lewandowski, de cabeça, cravaria os 3 X 0, o seu gol de número 15 na LC, o seu gol número 55 na temporada.
Sem discussão. Esta versão 65 da Liga dos Campeões da Europa, a 28ª desde que em 1992/1993 mudou seu nome de Cup para League, já se definiu como a mais bizarra desde a sua criação pela UEFA em 1955. Competição tão insólita que, desde os seus combates das quartas de final, se desenrola toda numa única cidade neutra e sem platéia, a circunstância compulsória para que prosseguisse apesar dos malefícios da Covid-19. Inaugurada em 25 de Junho de 2019, então com 79 clubes de 54 afiliadas da UEFA, as suas atividades se interromperam em 11 de Março, no pico da pandemia, bem no meio das oitavas de final, para enfim retornarem no dia 7 de Agosto. Até aqui, já houve 118 partidas com 385 tentos, a média excelente de 3,26. Antes da suspensão, 4.758.398 espectadores tinham visto as então 106 pugnas, digamos, da normalidade, média de 44.059, valor que, nestes idos em que morreram milhões, obviamente, convenhamos, já não faz o menor sentido.
A decisão:
PSG (Fra) X BAYERN (Ale)
Estádio da Luz, do Benfica de Lisboa
No passado: 5 vitórias do PSG e 3 do Bayer em 8 jogos. Tentos: 11 X 12.
Paris Saint-Germain FC
Apelido: “Les Parisiens”, ou “Os Parisienses”
Cidade de origem: Paris
Fundação: 1970
Ranking UEFA: 7
Melhor colocação anterior: semifinal 1994/95
Em 2018/2019: oitavas de final
Nesta edição: 8vit/1emp/1der – 25gp X 5gc
Treinador: Thomas Tuchel (Ale), 47 anos
Artilheiros: Mauro Icardi (Ita) e Kilyan Mbappé (Fra), 5 tentos
FC Bayern Muenchen
Apelido: “Die Bayern”, ou “Os Bávaros”
Munique
Fundação: 1900
Ranking UEFA: 4
Melhor Colocação: 5 títulos (mais recente em 2013)
Em 2018/2019: quartas de final
Nesta edição: 10vit/0emp/0der – 42gp X 8gc
Treinador: Hans-Dieter Flick, 55 anos
Artilheiro: Robert Lewandowski (Pol), 15 tentos
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