Acréscimos emocionantes num duelo de "Verdão" 1 X 1 "Timão"
Depois de 0 X 0 no tempo regulamentar, quando Walter, arqueiro do Timão, até espalmou um penal, em meros 60" se definiu um empate justíssimo
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Uma distância absurda, 18 pontos, separava o Palmeiras e o Corinthians que, neste sábado, 9 de Novembro de 2019, se debateram pela 363ª vez em 102 anos de rivalidade. O “Derby”, assim batizado pelo jornalista Thomaz Mazzoni (1900-1970) no início da década de 40, nos idos em que o “Verdão” ainda era Palestra Itália, inaugurou a sua bela história em 6 de Maio de 1917, no Parque Antarctica, 3 X 0 em favor do então “Periquito”, agora também “Porco”, sobre o “Mosqueteiro”, agora também “Timão”. E, desde lá, apresentava a incrível igualdade de 127 vitórias a 127. Diante de 36.290 espectadores, no venerando Pacaembu, e não o seu Allianz, mais uma vez tomado por um evento musical, o mandante Palmeiras ficou no 1 X 1 e, na estatística, a igualdade continua.
Foi a partida de número 15 do Palmeiras sob o comando de Mano Menezes, o substituto do Felipão, Luiz Felipe Scolari, que havia assumido o encargo em Julho de 2018. Ex-Cruzeiro de BH, no “Verdão” a partir de 2 de Julho, o Mano, um gaúcho de Passo do Sobrado, agora ostenta 10 triunfos, 4 empates 1 derrota, 24 gols a 12. E foi apenas a número dois de Dyego Coelho, um antigo beque como o Mano, como Felipão, e o substituto de Fábio Carille, que também atuou na zaga e se tornou auxiliar do Mano no Corinthians de 2009, depois virou treinador titular numa primeira gestão, de Janeiro de 2017 a Maio de 2018, e numa segunda, de 7 de Dezembro de 2018 até domingo, dia 3.
Bem que, dentro de campo, o futebol de Palmeiras e de Corinthians poderia valsejar ao estilo dos trocatrocas que assolam as comissões técnicas no Ludopédio do Brasil. Pois dançou, mas debaixo de um som tonitruante, muito mais batuque do que melodia, os brados impressionantes da torcida única do “Verdão”. No Estado de São Paulo o visitante não merece o direito de um só fã nos gramados. De todo modo, mesmo sem Cássio e sem o capitão Fagner, os seus raros convocáveis para a seleção, o “Timão” não se acanhou e, inclusive, produziu tantos perigos diante da meta de Weverton quantos foram os riscos que assolaram Walter, o seu arqueiro reserva. Com aplicação e com galhardia, segurou o placar de 0 X 0 até que se acabasse a primeira etapa.
O intervalo fez bem ao Palmeiras, que retornou ao campo inflamado e impetuoso, bastante superior. Walter passou a transpirar, intervenção atrás de intervenção. Então, aos 58’, Dyego Coelho apenas se livrou de uma vaia radical por não existir uma alma alvi-negra no Pacaembu. Tirou o queridinho Pedrinho e colocou em ação Mateus Vital. Aos 65’ o “Verdão” pediu penal numa bola que resvalou na mão esquerda de Manoel, atrás do corpo, e o mediador Vinícius Gonçalves Dias de Araújo, paulista de Guará, 41 de idade, corretamente ignorou. Mano respondeu aos 72’ com a entrada de Borja no posto de Deyverson. E logo aos 76’ o apitador, via VAR, viu penal em outro gesto de braço de Manoel. Gustavo Scarpa cobrou e Walter rebateu.
Sucederia, daí, a situação mais surpreendente, chocante, da contenda. Carille talvez optasse por uma retranca até mais compacta, feliz pelos 0 X 0. Coelho, contudo, tirou o volante Ramiro e, aos 79’, enviou à batalha um atacante, Vágner Love. Uma aposta no ou nada ou tudo. Deu tudo. Nos acréscimos, Vágner Love provocou um escanteio no flanco destro da ofensiva do “Timão”. Clayson cobrou, a defesa do Palmeiras desviou e, quase da intermediária, o lateral Michel, o substituto de Fagner, acertou um foguete no ângulo de Weverton, Corinthians 1 X 0. Seria tudo? Não necessariamente. Em mais sessenta segundos, corner em favor do “Verdão”. Confusão na área pequena, sobra no pé de Bruno Henrique, ex-“Mosqueteiro”, 1 X 1. Para a classificação, resultado ruim. Mas, para quem gosta de Futebol, um final esfuziante.
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