Acredite: o Ajax humilhou o Real Madrid, 4 X 1, em pleno Bernabéu!
Depois de perder por 1 X 2 no prélio de ida, o time holandês impactou o agora ex-campeão. E o Tottenham bateu o Borussia, mesmo em Dortmund, 1 X 0.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Com as duas primeiras das suas oito partidas, principiou nesta terça-feira, dia 5 de Março, a etapa de retorno das oitavas-de-final da edição de número 64 da Champions League da Europa, a 27ª desde que a competição recebeu tal nome em 1992/93. Antes, se chamava European Cup e só abrigava o dono da taça e os ganhadores dos certames nacionais dos 31 países da UEFA. Então, paulatinamente o continente se fragmentou e a entidade, claro, se obrigou a multiplicar aquela quantidade de clubes participantes.
Dentro do esperado, obteve os seus vistos de entrada, na fase das quartas, o Tottenham da Inglaterra, que havia suplantado o Borussia Dortmund da Alemanha, na peleja de ida, em Londres, por 3 X 0, e agora, visitante, aumentou a sua folga graças ao placar de 1 X 0. No entanto, foi devastadora a eliminação do Real Madrid, o detentor do troféu. Havia sobrepujado o Ajax de Amsterdam, na Holanda, por 2 X 1, e agora, mandante no Bernabéu, ao invés de se confirmar, sofreu um tombo arrasador, inolvidável, por 1 X 4.
Aberta em 26 de Junho, com 79 agremiações dos hoje 55 países integrantes da entidade, antes desta etapa com 16 equipes a CL tinha se desdobrado em cinco eliminatórias, uma fase com oito grupos de quatro clubes e daí os jogos de ida das oitavas. No total, foram 197 prélios nos quais se anotaram 510 gols, média de 2,59. A partir dos grupos, com o creme-do-creme da competição, em 106 combates houve 299 tentos, a média obviamente superior, 2,82.
Presenciaram os 106 combates exatas 5.006.404 pessoas, 47.230 por jogo. Convenhamos, um volume excelente. A volta das oitavas irá até 13 de Março. Depois, entre 9 e 17 de Abril se desenvolverão as quartas-de-final. De 30 de Abril e 8 de Maio, as semis. A decisão, em partida única, como de hábito na CL, acontecerá em 1º de Junho, no Wanda Metropolitano de Madrid.
Eis uma síntese do transcorrer dos jogos do dia 5:
BORUSSIA DORTMUND 0 X 1 TOTTENHAM
Westfalenstadion, 66.099 espectadores
(Harry Kane)
Na ida, Tottenham 3 X 0 Borussia Dortmund
Wembley Stadium, Londres, 71.214 espectadores
(Son Heung-min, Verthongen, Llorente)
Ao invés da “Muralha Amarela” dos anfitriões, fulgurou em Dortmund aquela alaranjada do uniforme do arqueiro Lloris, dos visitantes, que bravamente conteve a pressão durante 48’, o dono da casa com 70% de posse de bola. Então, auxiliou o francês do Tottenham a inteligência do artilheiro Harry Kane, que soube escapulir da linha de impedimento do Borussia e cravou 1 X 0.
Ele, Harry Kane, que não havia participado, por contusão, do triunfo dos britânicos no Templo do Futebol. Sim, ele, Kane, agora, algoz dos tedescos com ao menos um “tore” anotado em quatro confrontos.
Decepção tenebrosa para Lucien Favre, o treinador da “Muralha”. Mas, felicidade intensa para Maurício Pochettino, o seu correlato no banco dos “Spurs”, na fase das quartas pela primeira vez desde 2011.
REAL MADRID 1 X 4 AJAX
Santiago Bernabéu, 77.013 espectadores
(Asensio X Ziyech, Neres, Tadic, Schone)
Na ida, Ajax 1 X 2 Real Madrid
Johan Cruijff Arena, 52.286 espectadores
(Ziyech X Benzema, Asensio)
Com sete vitórias nas suas últimas sete pelejas diante dos “Filhos dos Deuses” provenientes da Holanda, os ibéricos “Merengues” cumpriam o protocolo e pressionavam com o vigor prenunciado, até que, num contra-ataque pelo seu lado direito, o sérvio Dusan Tadic invadiu a área do Real e entregou a pelota à finalização do marroquinho Ziyech. Meros 7’ de disputa, Ajax 1 X 0. Claro, seria natural uma reviravolta fulminante do Real. Que nada. Foi Tadic quem, num lance de craque, se desvencilhou de três adversários e propiciou o arremate do ex-sampaulino David Neres, impacto, 18’ e o Ajax à frente, 2 X 0.
Pioraram a situação dos “Merengues”, antes do intervalo, a precoce troca de Lucas Vásquez pelo galês Gareth Bale, brigado com a cartolagem e vaiado pela torcida, e ainda a do contundido ex-flamenguista Vinícius Júnior, a quem o treinador Santiago Solari substituiu por Asensio, de mau humor por estar na reserva. Impressionaram bastante, nos 45’, a personalidade e a consciência estratégica do jovem elenco de Erik ten Hag. Que precisaria preservar no zero a sua meta por todo o segundo tempo. Mas, melhor, afortunadamente, aos 62’ um lance controvertidíssimo concederia 3 X 0 ao Ajax. O árbitro Felix Brych, alemão, gastou cinco minutos na consulta do VAR até decidir que não saíra de campo a bola do cruzamento que redundou no tento fatal.
Resumo do drama: caberia aos “Merengues”, em cerca de outros vinte minutos, revolucionar o resultado e perpetrar 3 X 3. Asensio diminuiu aos 70’. Imediatamente depois, todavia, aos 72’, na cobrança de uma falta, praticamente sem ângulo, Schone traiu o golpe de vista de Courtois e decretou a primeira derrota do agora ex-campeão, em um mata-mata, desde a semifinal de 2015, quando caiu diante da Juventus de Turim. Ou, mais grave: o pior vexame do Real em toda a sua história fenomenal na Champions.
Eis os cotejos do dia 6:
PORTO X ROMA
Estádio do Dragão, 50.033 lugares
Na ida, Roma 2 X 1 Porto
Olímpico, 51.727 espectadores
(Zaniolo/2 X Ádrian Lopez)
Reprise do “playoff” da temporada de 2017/18, quando o “Dragão” engoliu a “Loba”, no placar agregado, por 4 X 1. Bastante viável uma repetição. Na ida, com 2 X 0 e um domínio integral, aos 79’ a “giallorossa” aceitou um tento inesperadíssimo dos visitantes. Em seus domínios, aliás, o Porto venceu os três adversários que enfrentou, registrou 8 “golos” e apenas concedeu 2. No sábado, a Roma levou uma sapecada da Lazio, a sua rivalérrima no Calcio, 0 X 3, e desabou da 3ª para a 5ª posição no torneio da Bota.
PSG X MANCHESTER UNITED
Parc des Princes, 47.929 lugares
Na ida, Manchester United 0 X 2 PSG
Old Trafford, 74.054 espectadores
(Kimpembe, Mbappé)
Ironicamente, os “Red Devils” não poderão utilizar Paul Pogba, um francês, o seu melhor jogador, suspenso. E mesmo sem Neymar, que convalesce de uma nova lesão no pé direito e, irresponsavelmente, aderiu à gandaia no Carnaval da Bahia, os “Rouges-et-Bleus”, sob o comando de Thomas Tuchel, podem repetir o vareio de bola com que assolaram o United diante dos seus fãs.
Eis os cotejos do dia 12:
JUVENTUS X ATLÉTICO DE MADRID
Allianz Stadium, 41.507 lugares
Na ida, Atlético de Madrid 2 X 0 Juventus
Wanda Metropolitano, 68.000 lugares
(Giménez, Godin)
No domingo, dia 3 de Março, a “Senhora” suplantou o Napoli, na Terra da Pizza, por 2 X 1, ampliou a 16 pontos a sua vantagem na tabela e praticamente garantiu o seu octocampeonato. De todo modo, foi medíocre a sua atuação e a sua retaguarda expôs as mesmas falhas que lhe custaram a derrota, dois tentos entre os 78’ e os 83’, diante dos “Colchoneros”, na pugna de "andata" na Espanha. No "ritorno", em casa, não poderá cometer um errinho sequer.
MANCHESTER CITY X SCHALKE
Etihad Stadium, 53.000 lugares
Na ida, Schalke 2 X 3 Manchester City
Veltins-Arena, Gelsenkirchen, 54.740 espectadores
(Bentaleb/2/2pen X Aguero, Sané, Sterling)
Empacados, nas oitavas, em suas três aparições recentes, os “Citizens” tranquilamente podem, agora, romper essa incômoda escrita. Desafortunados os “Mineiros” que até os 85’ ganhavam por 2 X 1 e os seus hóspedes atuavam com um atleta menos, expulso o beque Otamendi. Talvez atrapalhem Pep Guardiola as ausências do argentino e do brasileiro Fernandinho, também suspenso. Os “Citizens”, todavia, podem até se entregar por 2 X 1.
Eis os cotejos do dia 13:
BARCELONA X OLYMPIQUE LYONNAIS
Camp Nou (99.354)
Na ida, Olympique Lyonnais 0 X 0 Barcelona
Parc Olympique Lyonnais, 99.354 lugares
O time “Blaugrana” jamais perdeu do “Leão” em torneios da Europa: em 7 jogos, 4 triunfos e 2 empates. Dificílima a quebra desse tabu em pleno caldeirão da Catalunha, repleto em todos os seus andares.
BAYERN X LIVERPOOL
Allianz Arena, 70.000 lugares
Na ida, Liverpool 0 X 0 Bayern
Anfield Road, 51.074 lugares
Mesmo sem o zagueiro Kimmich e o atacante Thomas Mueller, punidos pelo excesso de advertências, na sua Bavária os “Roten” de Munique devem atingir as quartas pela oitava temporada consecutiva. Juergen Klopp, o treinador dos “Reds”, dirigiu o Borussia Dortmund, um super-rival do Bayern, de 2008 até 2015, e não montou um currículo feliz: em 30 pelejas, ganhou só 9 e fracassou em 16. Pior, no Allianz, em 15 pugnas, perdeu 9 e ganhou apenas 4.
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