A NFL voltou, mas ainda precisa vencer o contágio da Covid-19
Mesmo sem pré-temporada e 66 atletas que se recusaram a jogar, o Futebol Americano retomou as atividades inclusive em estádios com torcedores
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Prometia ser de fato formidável a temporada de 2020 da NFL, a National Football League dos Estados Unidos, a “season” de número 101 da entidade que regula o esporte da pelota oval. Organizada em duas Conferências de 16 times cada qual, a Nacional e a Americana, ambas as Conferências repartidas em quatro Divisões, Leste-Norte-Oeste-Sul, entre diversas novidades a NFL reestruturou o seu sistema de “playoffs” de maneira a tornar ainda mais emocionante e mais competitiva a sua pós-temporada.
Em 2019 se qualificaram aos “playoffs” os campeões das quatro Divisões e os outros dois melhores. Daí, chegaram ao “Superbowl”, à disputa do acalentado Vince Lombardi Trophy e do título petulante de “o melhor do mundo”, os respectivos vencedores de cada uma das Conferências: os Kansas City Chiefs, da Americana, sobrepujaram os San Francisco 49ers, da Nacional, por 31 X 20. Mas, para esta temporada de 2020, a assembléia geral de clubes da NFL decidiu ampliar dos doze aos catorze o número dos times disputantes dos “playoffs”. Além dos respectivos líderes, também os outros três melhores.
Também haveria a revivescência dos Raiders, originários de Oakland, na Califórnia, numa sede espetacular de Las Vegas. Haveria o desaparecimento dos “Redskins”, ou os “Peles-Vermelhas” da capital dos Estados Unidos, cuja administração, seduzida pelo conceitos do “Politicamente Correto”, decidiu suprimir-lhe nome e o logotipo e então transformá-lo, temporariamente, em Washington Football Team. E haveria, principalmente, a transferência do super “quarterback” Tom Brady dos New England Patriots para os Tampa Bay Buccaneers. Com os Patriots de 2000 até 2019, Brady somou seis conquistas do Lombardi e foi o MVP, o “Most Valuable Player”, em quatro ocasiões.
Prometia, haveria, verbos num condicional que um vírus insolente, o SARS-Cov-2, da pandemia Covid-19, acabou por comprometer, felizmente sem invalidar. Aliás, quase sem invalidar. Faltou bem pouco. Primeira conseqüência da pandemia, a NFL cancelou a habitual pré-temporada, os times, ainda com os elencos inchados, a realizarem os seus jogos de preparação, e os treinadores a definirem os atletas que aproveitariam ou cortariam. Na crise, acordo assinado em 24 de Julho autorizou que 66 jogadores, por razões de segurança, "opted out", escolhessem não se apresentar aos seus times.
A “regular season” todavia se inaugurou, na quinta-feira, dia 10 de Setembro, no Arrowhead Stadium, na parte de Kansas City que se localiza no Missouri, um gigante de capacidade para 72.936 pessoas mas com apenas 16.047 à disposição dos torcedores, de máscaras e, na maioria dos casos, respeitosos do distanciamento. Os anfitriões derrotaram os Houston Texans por 34 X 20. E Patrick Mahomes, o seu “quarterback”, MVP do “Superbowl” de 2019, entrou de forma primorosa no certame de 2020, 24 passes certos em 32 tentativas, um total de 211 jardas, e três lindos lances para “touchdowns” dos “Chiefs”.
Um detalhe crucial: talvez não exista um esporte mais passível de contágio do que o Futebol Americano, no qual o contato é compulsório e é constante, ainda que os atletas estejam supostamente protegidos por capacetes opulentos. Mas, incrivelmente, alguns deles até usavam a máscara obrigatória para os árbitros, para os reservas, os membros das comissões técnicas. Nas próximas semanas o Futebol Americano descobrirá se pôde vencer a Covid-19 e se, conforme previsto, todos os clubes realizarão os seus dezesseis combates. E se, depois, ainda acontecerão os “playoffs” e o “Superbowl” marcado para o Raymond James Stadium de Tampa Bay, 7 de Fevereiro.
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