Nervosismo fez o futebol do Palmeiras sumir na eliminação
A exemplo da final da Libertadores, Verdão trocou estilo ofensivo por um jogo amarrado e apático. Só que dessa vez não deu certo
R7 Só Esportes|Eduardo Marini, do R7
Palmeiras zero, Tigres do México um. Gol do francês Gignac, de pênalti, aos oito minutos da segunda etapa, pelas semifinais do Mundial de Clubes, no estádio Cidade da Educação, em Doha, no Qatar.
A equipe brasileira está eliminada da final da competição.
Tigres e o vencedor de Al Ahly e Bayern de Munique, que se enfrentarão nesta segunda-feira (8), às 15h (horário de Brasília), farão a final na quinta-feira (11), às 15h, no mesmo estádio. Três horas antes, ao meio-dia, o Palmeiras disputará o terceiro lugar.
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Os jogadores dos dois times mostraram tensão nos minutos iniciais da partida, como era de se esperar. O Tigres começou melhor, o Palmeiras reagiu dos dez aos 25 minutos da primeira etapa, mas a partir daí equipe mexicana retomou o domínio da partida.
O Tigres, primeiro mexicano na final, estabeleceu seu domínio na primeira etapa, basicamente, com as bolas distribuídas pelo volante brasileiro Rafael Carioca para o lateral-direito Luiz Rodriguez e o esquerdo, Salcedo.
Os dois laterais exploravam em lançamentos, sempre com muito perigo, a altura e a movimentação do atacante Carlos González e, sobretudo, do ótimo francês Gignac, jogador da seleção do seu país que entrou em campo com 20 gols em 25 partidas por sua equipe na temporada.
O final do primeiro tempo foi um alívio para o Palmeiras. Pela conexão entre Rafael Carioca e os laterais e os cruzamentos para os dois “postes” em seu 4-4-2, a boa e corajosa equipe do Tigres, treinada há dez anos (isso mesmo: dez anos) pelo brasileiro Tuca Ferretti, criou três oportunidades concretas de gol.
Foram duas cabeçadas e um chute de Gignac, os três lances defendidos por Weverton. No primeiro, logo aos três minutos, o goleiro do Palmeiras brilhou ao espalmar uma cabeçada fulminante de González.
Weverton foi o melhor jogador palmeirense na primeira etapa, um sinal ruim. Mas mostrou apatia e timidez na organização do meio campo e no ataque, sobretudo pelo lado esquerdo. E, na defesa, a dupla Luan e Gustavo Gómez parecia surpresa com a movimentação de González e, acima de tudo, de Gignac.
O lateral-direito Marcos Rocha, o meia Gabriel Menino e Luiz Adriano pouco apareceram na primeira etapa. E assim, com mais tempo de posse de bola (59% a 41%), finalizações (três contra uma) e escanteios a favor (três contra nenhum) para o Tigres, as duas equipes foram para o intervalo.
Mais segura e menos nervosa, o Rafael Carioca e Pizzarro controlando o meio campo, a equipe mexicana continuou melhor no início do segundo tempo e não demorou muito para ser recompensada. Aos seis minutos, o zagueiro Luan deu um puxão bobo em González: pênalti. Gignac, um dos melhores em campo, bateu no canto direito de Weverton, que até foi na bola mas, dessa vez, não conseguiu salvar. Tigres um a zero, aos oito da segunda etapa.
Com o gol, o técnico do Palmeiras, o português Abel Ferreira, resolveu balançar o time. Colocou Felipe Melo no lugar de Danilo e William na vaga de Gabriel Menino. E, logo depois, Gustavo Scarpa, saindo Raphael Veiga.
A equipe brasileira pressionou nos 20 minutos finais, mas o Tigres conseguiu segurar o adversário com um bom trabalho dos volantes no fechamento da área e boas subidas nos contra-ataques.
O Palmeiras, em resumo, aceitou o ritmo e o estilo de jogo propostos pelo Tigres. A exemplo do Santos, fez uma partida acovardada na final da Libertadores, o que fez muitos palmeirenses desconfiarem da postura do time no Qatar.
Não deu outra: o sentimento da obrigação de conquistar um mundial de clubes levou o time brasileiro a ser dominado pela tensão e o futebol sumiu.
Abatida, a equipe perdeu mais uma oportunidade de conquistar o título sonhado por sua torcida. O Tigres mereceu a vitória porque jogou melhor do que na estréia e soube neutralizar o adversário com muita segurança e disciplina tática.
Agora é aproveitar o bom momento financeiro e administrativo para tentar voltar nos próximos anos.
Condição tem muita.
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