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Cosme Rímoli - Blogs

Memphis ‘culpado’. Pressão sobre Ramón Díaz. Obrigação de ser campeão paulista. Efeitos da frustrante eliminação da Pré-Libertadores

Ao vencer o Barcelona, de Guayaquil, por apenas 2 a 0, o Corinthians foi eliminado da Pré-Libertadores, diante de 45 mil torcedores. Nenhum clube brasileiro fracassou tanto na Pré-Libertadores. Três vezes. Pagou pelo vexame no Equador, quando perdeu por 3 a 0

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Corinthians foi superado pelo Barcelona de Guayaquil no placar agregado

Tolima, em 2011.

Ronaldo Fenômeno, ‘culpado’, encerrou sua carreira no futebol.

Guarani, do Paraguai, em 2020.

Luan, ‘culpado’, entrou em decadência de vez, até rescindir contrato.


Barcelona de Guayaquil, em 2025.

Memphis está sendo cobrado.


Apontado como ‘culpado’, pela terceira eliminação do Corinthians na pré-Libertadores.

A caça às bruxas nas redes sociais e na mídia brasileira não demorou.


E apontou para o holandês.

Por ter voltado muito diferente, depois das férias.

No final de 2024 mostrava futebol empolgante.

Neste ano visivelmente não conseguiu voltar ao auge físico.

Situação que, aos 31 anos, atrapalha muito seu futebol e tira a confiança do time, que o tem como referência.

Memphis outra vez mostrou futebol frustrante, anulado pela marcação equatoriana.

E por sua falta de agilidade, velocidade, convicção na articulação das jogadas ofensivas.

Era nele que os mais de 45 mil corintianos confiavam na sonhada virada, que não veio.

Ao deixar o gramado de Itaquera, ele não ouviu só palmas.

Pela primeira vez, ouviu cobranças.

Não respondeu.

O Corinthians não teve organização tática. Só luta, cruzamentos, suor. Barcelona soube se defender, até com um a menos, desde os 16 minutos do seguindo tempo: Leonai Corinthians

Romero sabia que os torcedores que cobravam o holandês estavam certos.

Eles sonhavam com novo título da Libertadores.

E tiveram de assistir a eliminação antes mesmo da fase de grupos.

“Hoje a gente realmente deixou tudo para poder classificar. Acho que a gente deixou muito a desejar no primeiro jogo no Equador. Ficou muito difícil hoje. A gente sabe que na Libertadores a gente não tem que dar mole. Os dois jogos têm que jogar da mesma forma”, desabafou o paraguaio.

Ramón Díaz percebeu o clima de cobrança da imprensa.

E tratou de lembrar das ausências de jogadores importantes na derrota por 3 a 0, no Equador, responsável pelo desespero de ontem, em Itaquera.

Faltou consciência tática ao time, que viveu de cruzamentos.

Tanto que marcou seus dois gols após escanteios, com Félix Torres e Carrillo.

Mesmo ficando com um jogador a mais, o volante Leonai foi expulso, aos 16 minutos do segundo jogo.

Fora o fato de, mesmo precisando vencer, Ramón colocou dois volantes marcadores.

Só depois de 30 minutos, o treinador agiu.

Trocando Raniele por Romero.

“É uma lástima que o Corinthians não possa ir à Libertadores, porque realmente se vê o estádio, o que é o clube, a torcida. É uma lástima que não participe. Mas isso vai servir de experiência ao clube para que cada jogo de nível internacional é diferente do que aqui, principalmente de visitante.

“No jogo de ida não jogou Martínez, Carrillo, não jogou Raniele, jogadores de hierarquia que faltaram na equipe, e o time sentiu.

“O que passou tem que servir de experiência para todos.

“Tem que fazer crescer o clube, a torcida, nós, a Libertadores é dura, muito difícil, por isso estamos doloridos. Tínhamos chance de passar, e hoje não pudemos dar a satisfação.

“Estou dolorido por isso.”

O técnico argentino, além de se defender, tratou de proteger Memphis.

Ramón sabe que o holandês está sendo responsabilizado por falta de intensidade na equipe.

Por sua falta de explosão muscular, ao contrário do que terminou 2024.

“Ele está sendo protagonista. Ele é um grande protagonista do que faz o Corinthians. A equipe tem uma evolução. Estão contentes com Memphis e tudo o que tem feito. Estamos doloridos hoje por não passarmos, mas o time entregou a vida, entregou tudo, sabendo que domingo temos uma partida importante e hoje deu o máximo de toda a capacidade.”

“Temos que pensar que nos últimos três ou quatro jogos foi uma sequencia de três em três dias. O desgaste se sente. O time tem caráter, como Memphis também, ele tem determinação.”

O meia, que recebe R$ 5 milhões por mês, maior salário do Brasil, acabou muito questionado pela mídia e nas redes sociais, depois da eliminação corintiana.

Ele não fugiu das explicações.

“O que posso é agradecer aos torcedores, eles nos carregaram para essa vitória. É uma pena que não conseguimos marcar mais gols. É a realidade dura. Trabalhamos forte pela Libertadores na última temporada, mas não finalizamos o trabalho para classificar. Temos que ser melhores.

Augusto Melo repetiu a postura que tomou com Mano Menezes e António Oliveira, antes de os despedir, depois de derrotas marcantes.

Félix Torres marcou o primeiro gol. Em cabeçada forte, depois de escanteio. Gol iludiu a torcida

Defendeu Ramón Díaz.

“É o nosso treinador, tem contrato até o final do ano, o trabalho é bem avaliado. Futebol é isso, tem dia que não dá certo. Não conseguimos os gols que queríamos. Estamos avaliando direitinho e vamos avaliar melhor no final do ano.”

Só que há muita pressão dos conselheiros que sustentam Melo no poder.

Eles sabiam que o dirigente sonhava com pelo menos R$ 18 milhões com jogos na Libertadores.

E uma chegada até, no mínimo, à semifinal.

Mas ficou no sonho.

O inconformismo com a eliminação da Pré-Libertadores começou com a derrota no Equador.

E seguiu no início desta madrugada.

Com cobrança de conselheiros e de chefes de organizadas.

Ganhar o Paulista e impedir o tetracampeonato do rival Palmeiras virou obrigação.

Ramón Díaz sabe disso.

Ainda mais com o jogo final sendo disputado em Itaquera.

Seria pesado demais, para qualquer treinador, cair na Pré-Libertadores.

E perder um título diante em casa, em um intervalo de duas semanas.

Já começa no domingo, com o clássico no Allianz Parque.

“Os jogadores sabem da importância que teremos que jogar. É uma final. Não se chega sempre às finais. Temos a possibilidade de jogar uma final, e sabem que estão dando a vida para o Corinthians.

“Estamos tratando de não cometer erros, mas temos que recuperar rapidamente, ver o que fizemos de bom e ruim para a equipe seguir melhorando. Tem que corrigir o que fizemos mal. O chip será mudado amanhã, trabalharemos para recuperar os jogadores, fazer um trabalho em conjunto para chegarmos a 100% para o jogo contra o Palmeiras.”

A paz no Corinthians é artificial.

A cobrança interna segue muito forte, como não poderia deixar de ser.

Memphis vai descobrir um outro lado da torcida corintiana, não mais o deslumbre.

Assim como Ramón Díaz terá de fazer o time reagir.

E ganhar o título paulista do Palmeiras.

Caso contrário, muitas coisas mudarão no Corinthians.

Clube que disputará a desvalorizada Copa Sul-Americana...










Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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