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Cosme Rímoli - Blogs

Ronaldo passou vergonha. Federações e clubes viraram as costas ao Fenômeno. Desistiu da CBF. Não virou o ‘Michel Platini dos Trópicos’

De nada adiantou seu poder midiático. Ronaldo sentiu a força política de Ednaldo Rodrigues. E se viu ‘pregando no deserto’. Os presidentes de Federações não quiseram nem recebê-lo para ouvir suas propostas. Os dirigentes de clubes também. Os jogadores não se envolveram

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Ednaldo não deu a mínima chance para Ronaldo. Se articulou com os presidentes das Federações. Ex-jogador passou vergonha CBF

Foi vergonhoso.

De nada adiantou sua campanha, que nasceu na derrota da Seleção na Copa do Mundo de 2022.

Com o apoio do ex-presidente, e banido do futebol, Ricardo Teixeira, Ronaldo articulou sua candidatura.

Queria tomar o poder da CBF.


Em um trabalho silencioso, buscou convencer os presidentes das Federações e dos clubes a ser o homem indicado para comandar o futebol brasileiro.

Ele tinha esse sonho desde 2012, quando ganhou de Teixeira o cargo de membro do Conselho de Administração do Comitê Local da Copa do Mundo de 2014.


Desde então, tem o apoio perpétuo do ex-genro do falecido presidente da Fifa, João Havelange.

Se lançou oficialmente como candidato à presidência da CBF em dezembro de 2024.


Só que percebeu ter sido ingênuo.

Foi rejeitado de maneira assustadora.

O texto que colocou nas suas redes sociais é constrangedor.

Deprimente.

“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.

“Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.

“No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo. O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.”

Ronaldo tinha o apoio de Ricardo Teixeira. O ex-presidente da CBF não tem mais poder CBF

Só que a realidade foi ainda pior.

Ronaldo ouviu de 24 presidentes de Federações que não seria nem recebido.

Não teria nem a entrada permitida.

Para que eles não se comprometessem com o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

O atleta que foi duas vezes melhor do mundo viu o quanto é imaturo na política esportiva brasileira.

Ele esperava um levante assim que se lançasse candidato a presidente.

De presidentes de federações e dos clubes da Série A e B, os eleitores.

Só que Ednaldo já tem politicamente os dirigentes alinhados à sua reeleição.

A relação dele com os comandantes das Federações é íntima.

Participa das administrações deixando as portas da CBF abertas aos dirigentes.

Faz reuniões por vídeo constantemente.

A CBF ajuda financeiramente as que enfrentam dificuldades, tudo dentro da lei.

E registrado nos balanços das entidades.

A desilusão de Ronaldo foi que os presidentes dos clubes também se calaram.

Eles preferiram estar alinhados com Ednaldo porque sabiam que as Federações decidem a eleição.

O corpo eleitoral é composto pelos 27 presidentes das federações estaduais e pelos 40 clubes das séries A e B.

No entanto, há uma disparidade no poder de voto, sendo que as federações possuem um peso de 3.

Os clubes da série A têm peso 2, e os da série B, peso 1.

Ou seja, as Federações detêm 57,47% dos votos, os clubes da série A possuem 27,37%, e os da série B têm 14,18%.

Torcida do Cruzeiro se desiludiu com Ronaldo como dono do Cruzeiro Reprodução/Redes Sociais

Quem os presidentes das Federações escolherem será o mandatário.

Ou seja, ‘comprar briga’ por Ronaldo seria uma enorme bobagem.

Clube algum quer ter o presidente da CBF contra.

Muitas vezes a entidade empresta ou adianta dinheiro de transmissão às equipes.

Ednaldo é muito discreto.

Sabe que não precisa da mídia para se manter no poder.

São as 27 pessoas que comandam as Federações que ele se preocupa.

Ele tem mandato até 2026.

Mas deverá antecipar a eleição para este mês.

E garantir poder até 2030.

Os presidentes de Federações usaram o fracasso de Ronaldo como administrador do Cruzeiro como referência.

Ele comprou os direitos da SAF e o máximo que conseguiu foi tirar o clube da Série B e levar para a A.

No mais, foi enorme desilusão.

Tanto que era xingado pela torcida.

E vendeu o clube ao bilionário Pedro Lourenço.

Sua administração no Valladolid é uma gangorra.

Com o clube subindo e caindo constantemente para a Segunda Divisão espanhola.

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sondou a possibilidade de ser a primeira mulher presidente da CBF.

Mas logo entendeu que não teria a menor chance.

Nada de ‘terceira via’.

Seguirá no Palmeiras.

E só se o quadro alterar completamente articulará sua eleição.

Ronaldo passou vergonha.

Foi ingênuo.

A torcida do Valladolid mostra sua repulsa a Ronaldo, dono do clube Reprodução/Redes Sociais

Se expôs mundialmente e teve de ouvir que não seria sequer recebido em 24 federações.

Os jogadores não se interessaram em apoiá-lo.

Seguiram pensando nas suas carreiras.

Ronaldo ficou longe de ser Michel Platini dos Trópicos.

O francês, talentoso jogador, foi presidente da UEFA.

O poder midiático do duas vezes melhor do mundo de nada adiantou.

O Fenômeno no Brasil tem 1m55, é baiano, pesa mais de 100 quilos.

Tem 71 anos.

E responde pelo nome de Ednaldo Rodrigues Gomes...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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