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Cosme Rímoli - Blogs

Cássio fala que 'tragédia' está próxima. Mas não presta queixa por agressão. Santos aposta que só será punido em 2023

Polícia diz que agressor de Cássio tem 'passagem' pela polícia por tráfico de drogas. Um adversário do Santos já havia sido agredido por 'torcedor' na Vila Belmiro, há dois meses. Pela Copa Sul-Americana. Situação se repetiu

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

'Torcedor' no exato momento em que se preparava para chutar Cássio. Tinha passagem por tráfico de drogas
'Torcedor' no exato momento em que se preparava para chutar Cássio. Tinha passagem por tráfico de drogas

São Paulo, Brasil

Artigo 65 do Regulamento Geral de Competições da CBF:

"Se ao final de uma competição restar pendente penalidade de perda de mando de campo aplicada pelo STJD, seu cumprimento dar-se-á, necessariamente, na primeira competição subsequente da mesma natureza a ser iniciada."

A expressão "a ser iniciada" é considerada pela diretoria do Santos o grande escudo. Com poder capaz de fazer com que as cenas repugnantes de ontem, com oito "torcedores" invadindo o gramado da Vila Belmiro e um deles agredindo, chutando o goleiro Cássio do Corinthians, sejam punidas apenas em 2023.


Ou seja, a cúpula santista sabe que não escapará de uma grave punição do STJD. Muito possivelmente a perda de campo, com a interdição da Vila Belmiro, entre seis e dez partidas.

Mas a expectativa generalizada era que o clube tivesse de cumprir essa pena no Brasileiro, já que foi eliminado da Copa do Brasil, ontem, pelo Corinthians.


Só que a expressão "a ser iniciada", no artigo 65, entusiasmou o departamento jurídico santista. E há a certeza de que uma eventual pena ficará só para a Copa do Brasil ou o Brasileiro de 2023. Ou seja, o prejuízo não será tão grande. Haverá tempo para montar uma equipe muito melhor do que essa que, apesar de estar na oitava colocação no Campeonato Nacional, não desperta a menor confiança. Se ela ficasse dez partidas sem atuar no "alçapão" da Vila Belmiro, poderia ser desastroso para o Santos.

Em compensação, foi esquecida a sugestão de alguns conselheiros de tentar jogar a culpa da invasão para cima de Cássio. O goleiro corintiano aplaudiu ironicamente parte da torcida santista, que estava atrás da sua meta no segundo tempo. Por xingá-lo e por atirar rojões e sinalizadores na área corintiana.


A direção e o departamento jurídico do clube acharam a tese irrelevante.

Estão cientes da punição e decidiram responsabilizar individualmente os invasores. Inclusive de maneira financeira. A ameaça é fazer com que paguem o quanto o clube deixará de arrecadar e gastará com viagens, se for punido, por não poder atuar na Vila Belmiro.

O clube divulgou apenas o nome de cinco invasores. Leonardo Valeriano de Souza, Lucas da Silva Ramos, Cristopher Barbosa Barcelos, Matheus da Silva Pereira e Gabriel Andrade dos Santos.

"Tem que tomar providências, o Santos tem que tomar providência. Falta pouco para acontecer uma tragédia. A gente está duvidando que isso possa acontecer", disse Cássio à TV Bandeirantes.

Para tentar acabar com a questão, o goleiro corintiano decidiu não prestar queixa pela agressão. Mesmo tendo imagens do chute que levou, ele optou por dizer às autoridades policiais que não foi agredido.

A situação só beneficia o agressor.

De acordo com notícias extraoficiais, ele já teria passagem pela polícia, em 2017. Por tráfico de drogas. Por enquanto, a decisão da polícia é não divulgar o nome do homem que chutou Cássio. Para evitar vingança de torcedores corintianos.

Vale lembrar que não é a primeira vez em 2022 que um "torcedor" invade a Vila Belmiro e agride um jogador adversário do Santos. Aconteceu na noite de 19 de maio, quando o clube eliminou, pela Copa Sul-Americana, o Unión La Calera. O agredido foi o lateral Matías Fernández. 

Ou seja, a situação não é nova.

E o clube não tomou providências reais para que ela não voltasse a se repetir.

Os invasores de ontem foram identificados.

E liberados cerca de duas horas depois da partida...

Confira as imagens da agressão sofrida por Cássio na Vila Belmiro

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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