Abel confessa a incoerência de escalar Vitor Roque. Mas deixa claro que acertou. E relembra erro a favor do São Paulo em 2022
O técnico português confidenciou que foi difícil escalar o recém-chegado Vítor Roque. Porque Flaco López estava bem. Mas deu mais mobilidade ao ataque do Palmeiras. Não quis ir a fundo no pênalti que decidiu a semifinal. Mas lembrou da Copa do Brasil de 2022

“Foi difícil colocá-lo de titular, porque o Flaco estava bem, fez gol no último jogo.
“Era a primeira vez do Roque, mas na minha opinião esse jogo pedia mais a mobilidade do Roque e atacar profundidade do que o Flaco que tem dificuldade contra zagueiros como os do São Paulo.
“Ele sofreu o pênalti, deu um passe para o Facundo que poderia meter por cima do Rafael.”
Abel Ferreira estava feliz, mas calmo, com a vitória sobre o São Paulo, por 1 a 0, que levou o Palmeiras à final do Campeonato Paulista, contra o Corinthians.
O treinador explicou a sua incoerência em escalar Vitor Roque desde o início da semifinal.
Afinal, o atacante chegou apenas na segunda-feira passada ao Brasil.
E ele costuma colocar aos poucos os recém-contratados.
O resultado realmente foi bom, porque a movimentação de Vitor Roque, mesmo sem entrosamento com o restante do time, foi melhor para a equipe do que manter Flaco López, pivô fixo entre os zagueiros.
Está claro que Vitor Roque também será o titular na primeira partida da decisão do Paulista, domingo, no Allianz Parque.
Abel Ferreira não quis fazer uma análise mais profunda do pênalti inexistente que decidiu a semifinal.
“É um toque claro, obstrução clara com a perna do Arboleda. Se é intensidade ou não, tem que falar com o árbitro, a decisão é dele.
“Entendo perfeitamente.
“Há um ou dois anos atrás, fora de jogo claro, fomos à CBF e as linhas (do VAR) desapareceram.
“Lembram-se?’, perguntou, irônico, o treinador.
Ele se referia ao gol de Calleri, contra o Palmeiras, no Allianz, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, de 2022.
O treinador tratou de exigir mérito do seu time, no lance que resultou no gol do Palmeiras na semifinal de ontem.
“Nosso gol surge de uma pressão bem feita nossa. Tínhamos essa pressão estudada, mesmo na segunda parte. Dar um pouquinho de iniciativa a um dos zagueiros do nosso adversário para depois no momento e no gatilho de pressão certo poder fazer o que fizemos no gol. Mas como disse, acho que o São Paulo fez um belíssimo jogo, sobretudo na primeira parte, que tem a ver com posse e que nos criou muitas dificuldades.”
Abel Ferreira fez questão de valorizar o comportamento do time de Zubeldía, que o surpreendeu escalando o ‘quarteto mágico’, Oscar, Lucas, Luciano e Calleri.
“Prefiro dar os parabéns ao São Paulo, que fez um belíssimo jogo na primeira parte, sobretudo com o que tem a ver com o quesito de posse de bola e mobilidade do Alisson, Oscar Lucas e Luciano. Andavam por todo lado, e apesar de não criarem tanto perigo, tiveram muito a bola e nos criou ali algum desconforto. Dar os parabéns pela primeira parte e pela intranquilidade que nos criou em alguns momentos pela posse de bola.”

O Palmeiras deu 14 finalizações.
O São Paulo, só quatro.
Abel Ferreira terá a chance de disputar a final.
E levar o Palmeiras ao tetracampeonato do Paulista, título inédito na história do clube.
Ele está realmente muito feliz.
Seu time tem um artilheiro ‘de verdade’, Vitor Roque.
Contou também com o apoio total dos torcedores ontem.
Nem as organizadas, brigadas com a direção, boicotaram o time.
Foi apoio do início ao fim da partida de ontem, contra o São Paulo.
“A torcida quando quer, ajuda. Eu senti a força deles.
“Precisamos muito dessa força, nos deu uma energia extra para buscar o sprint, mais um gás.”
O treinador vai precisar dos torcedores.
Para a primeira partida final, contra o Corinthians.
Ele vai lutar por uma vitória, se possível com mais de um gol.
E levar essa vantagem para a final, depois da data-Fifa, dos jogos da Seleção contra Colômbia, em Brasília, e Argentina, em Buenos Aires.
Para isso, Abel precisa do apoio total dos torcedores.
E já começou a agradá-los...