Napoli X Juventus, o clássico do tudo ou nada no Futebol da Velha Bota

Em 28 de Setembro de 2018, na apresentação do cotejo entre a Juventus de Turim e o Napoli, o clássico mais importante da época no Calcio, eu escrevi, cá para o R7, um texto que assim dizia: “Invicta, com 18 pontos em 18 disponíveis, 6 vitórias em 6 cotejos, 13 tentos a favor e 4 concedidos, a Juve ostenta uma folga mínima sobre o Napoli, 15 pontos, 5 vitórias e uma derrota, 12 tentos a 7, mas é a favorita natural para ampliar a sua vantagem”.

De fato, foi um prélio digno das duas melhores equipes da década na Bota. Apesar de um susto inicial, a “Velha Senhora” do Piemonte soube recuperar a tranquilidade e, daí, sem mais sobressaltos, superou o visitante, 3 X 1. O “Burro” da Terra da Pizza saiu á frente aos 10’, num belo lance de Allan, recém-convocado por Adenor Tite Bacchi para a seleção nacional. Allan tocou ao espanhol Callejón que enfiou ao belga Mertens que finalizou de calcanhar.

Atordoada por tão súbita inferioridade e pela plasticidade hipnotizante da linda “rete”, a “Zebra” de Massimilano Allegri somente despertaria aos 26’. Aconteceu graças a uma investida individual de Cristiano Ronaldo através do lado canhoto do seu ataque. Com um corte dilacerante o CR7 estonteou o albanês Hysaj e cruzou precisamente na testa do croata Mario Mandzukic. O mesmo Mandzukic dobraria o seu tesouro aos 49’ ao desfrutar a rebatida de um chute do CR7 no poste direito da meta do colombiano Ospina.

Enfim, aos 58’, já quase desalentado, na sua lateral do gramado Carlo Ancelotti, o treinador do Napoli, um ex-Juve, ostensivamente se enfureceu ao observar a solada estúpida que o seu beque Mario Rui, um lusitano como o CR7, desferiu no argentino Paulo Dybala. Lógico, cartão vermelho. Com menos um homem, o “Burro” sofreria 3 X 1 aos 76’, numa jogada ensaiada, de Bernardeschi até o CR7 e depois um desvio para o arremate de Bonucci.

Neste domingo, dia 3 de Março de 2019, no Stadio San Paolo da capital da Campânia, os dois rivais travarão o seu duelo de número 93. Nas estatísticas, a vantagem da “Zebra” é avassaladora: 46 sucessos a 20 e 142 gols a 96. Sem falar que, na situação atual de ambos no torneio, se tornou também descomunal a sua diferença na tabela de classificação. Depois de 25 rodadas, a Juve acumula 69 pontos a 56. E continua invicta, 22 triunfos e 3 empates. O Napoli soma 17 vitórias, 5 igualdades e 3 derrotas. Nos tentos, a contagem dos pró e contra está em 53/15 a 46/18 em favor dos "bianconeri".

Com 19 dos 53 gols da “Zebra”, o CR7 fulgura como o artilheiro solitário da temporada. Mandzukic tem 8 e Dybala tem 4. Insigne, em 28 de Setembro o “capocannoniere” do “Burro” e então do torneio com 5 tentos, tristemente empacou nos 8. Disparou à sua frente o polonês Milik, que pairava nos 3 e agora tem 14. Num precioso desafio paralelo, Ancelotti tentará uma última aposta para manter o seu clube vivo na batalha. Detalhe: dirigiu a Juve entre 1999 e 2001 e não ganhou nada. Massimiliano Allegri, quatro dos sete últimos “scudetto” do hepta da esquadra de Turim, solertemente galopa atrás de um laurel inédito: a maravilha dos oito títulos consecutivos.

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