Tensão na Globo. Palmeiras não aceita ganhar menos que ninguém
Segue firme o motim com o Brasileiro de 2019 e Palmeiras ainda não renovou. Não aceita receber menos do que Corinthians e Flamengo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A Globo nunca passou por um sufoco tão grande.
Jamais, em pleno Natal, não teve a certeza de que não teria o direito de transmitir os jogos do atual campeão nacional no Brasileiro do próximo ano.
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E é exatamente o que acontece.
Erro grave de avaliação da cúpula da emissora carioca, que acreditou estar o presidente Mauricio Galiotte blefando.
Desde março, há nove meses, não se levou a sério o recado do dirigente palmeirense, que não só não aceitaria receber 20% a menos nas transmissões pela tevê aberta e pelo pay-per-view, por ter assinado com o Esporte Interativo pelos jogos a serem mostrados nos canais a cabo.
Galiotte não só não aceitava o 'castigo', como, por exemplo, o Santos aceitou.
O dirigente avisou que queria a certeza que ganharia, no mínimo, o mesmo que Corinthians e Flamengo, na aberta e no pay-per-view.
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Na tevê aberta, o acordo para 2019 é o seguinte. 40% dividido igualmente, 30% por posição na tabela e 30% por exibição dos jogos. Corinthians e Flamengo têm tradicionalmente mais jogos transmitidos pela Globo. E mais, no pay-per-view, a emissora resolveu pagar mais aos clubes de maior torcida. Ambos têm garantido, no mínimo, 18,5%. Mais a garantia de receber mais pelas placas publicitárias.
Galiotte foi claro.
Ou o mesmo que Corinthians e Flamengo, ou nada.
Sim, a direção palmeirense não quer se sujeitar a receber menos que os dois rivais. Por ser o atual campeão e ter a garantia de reforçar ainda mais o fortíssimo elenco para 2019. E não depende do dinheiro da Globo para sobreviver. A emissora pode ficar sem suas 38 partidas no Brasileirio. Na tevê aberta e no pay-per-view.
Situação que traria o caos.
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E pode ficar pior.
Porque a postura firme de Galiotte contaminou os dirigentes do Athletico Paranaense e Bahia. Ambos que assinaram com o Esporte Interativo, seguem também firmes. Não aceitam a multa que a Globo quer impor de 20% a menos para que suas partidas sejam mostradas na tevê aberta e no pay-per-view.
O caso é inédito.
E só tumultua ainda mais o próximo ano para o Sportv, canal a cabo da Globo.
Ele tem contrato com apenas 13 equipes das 20 que disputarão a competição.
Elas farão 156 partidas entre si.
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Já o Esporte Interativo tem outros sete times, que farão 42 jogos entre si.
Aí vem a legislação brasileira.
Qualquer emissora para transmitir um jogo precisa ter contrato com os dois times.
Serão 182 confrontos entre equipes da Globo contra clubes do Esporte Interativo.
Essas partidas não serão mostradas na tevê fechada.
O Brasileiro tem 760 jogos.
224 partidas poderiam não serem vistas.
A tabela ainda poderá prejudicar o Esporte Interativo.
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Colocando, por exemplo, jogos entre entre clubes 'da Globo' e do EI. Nenhuma partida seria mostrada pelos canais TNT e Space, que o El usará em 2019.
Galiotte já conversou até com Leila Pereira.
A Crefisa não criará problemas se as partidas não forem mostradas e a patrocinadora perder visibibilidade.
Leila não aceita Corinthians e Flamengo mais valorizados que o atual campeão brasileiro.
O Brasileiro acontecerá entre 28 de abril até 8 de dezembro.
Galiotte não está preocupado.
Acredita que fará história ao virar as costas à Globo também na aberta. Já fez o mesmo na tevê a cabo, fazendo um contrato excelente, R$ 100 milhões só como luvas, algo inimaginável anos atrás, para tevê a cabo.
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O presidente palmeirense tem o apoio do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação Fiscal do Palmeiras.
A ordem dos líderes do clube e apoiar a postura do dirigente.
Há um consenso de que o Palmeiras sempre foi relegado a segundo plano pela emissora carioca.
E chegou a hora do troco.
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Ou paga o mesmo que Corinthians e Flamengo ou nada feito!
O Natal na Globo foi de tensão.
Felipão, técnico campeão brasileiro, já não fez a visita tradicional ao Bem, Amigos.
Só para não encontrar seu desafeto, Galvão Bueno.
A emissora usou o humorista Carioca na entrega do prêmio de melhor técnico, que seria entregue a Felipão.
Foi um vexame.
O motim liderado pelo Palmeiras pode ser um caos.
Porque atingiria em cheio os patrocinadores.
Pelo menos agora há uma certeza entre os executivos globais.
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Galiotte não está blefando.
E o Palmeiras se mostra pronto para ficar de fora da tevê aberta em 2019.
Como o Athletico Paranaense e Bahia.
Seria um vexame para o Brasileiro.
O torneio disputado sem os telespectadores assistirem seu atual campeão jogar.
A saída é fácil.
Garantir ao Palmeiras o mesmo dinheiro de Corinthians e Flamengo.
Caso contrário, não interessa a Galiotte...
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