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Abel demitido. Fluminense pagou caro por 'dar a vida' para evitar o tetra carioca do Flamengo

O clube fez esforço absurdo para vencer o Carioca. Caiu na Libertadores. Se complicou na Sul-Americana, está mal no Brasileiro, sem confiança na Copa do Brasil. Diante da péssima perspectiva, Abel Braga perdeu o emprego

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Erro mortal. Priorizar o Carioca, para evitar o tetra do Flamengo. Resultado: demissão de Abel e frustração
Erro mortal. Priorizar o Carioca, para evitar o tetra do Flamengo. Resultado: demissão de Abel e frustração Erro mortal. Priorizar o Carioca, para evitar o tetra do Flamengo. Resultado: demissão de Abel e frustração

São Paulo, Brasil

A obsessão por evitar que o Flamengo fosse tetracampeão carioca acaba de derrubar Abel Braga.

O treinador percebeu, no seu retorno ao clube, a ansiedade da diretoria em desbancar o grande rival, não permitir que conquistasse a inédita sequência de quatro estaduais.

O elenco, que já não era forte, mesmo com a contratação de jogadores veteranos como Felipe Melo, Willian Bigode e Fábio, não poderia perder seu mais talentoso atleta, Luiz Henrique.

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Acabou eliminado da "pré-Libertadores" ao ser derrotado pelo Olimpia, por 2 a 0 e, depois, nos pênaltis, após ter aberto a vantagem enorme de vencer por 3 a 1 no Maracanã. 

Foi um grande golpe para a diretoria, que já sonhava com o clube na fase de grupos da Libertadores. A equipe disputaria a "Segunda Divisão" entre os torneios da América. A Copa Sul-Americana.

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O time começava a decair.

Mas conseguiu se superar, movido pela rivalidade. Os jogadores "deram a vida" para conquistar o Carioca. Impediram que o Flamengo fosse tetracampeão. 

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Depois de dez anos, o Fluminense voltava a ser campeão carioca.

Começou o Brasileiro, e o time passou a atuar mal.

Futebol inconstante, tenso, sem criatividade.

Empatou, no Maracanã, contra o limitado Santos, venceu o Cuiabá, fora; perdeu para o tumultuado Internacional, no Maracanã.

Na Copa do Brasil, suou sangue para vencer o fraco Vila Nova por 3 a 2.

Mas foi a Copa Sul-Americana a gota d'água.

Depois da vitória por 3 a 0 diante do frágil Oriente Petrolero, veio a derrota para o Junior Barranquilla, por 3 a 0, na Colômbia. E o empate, 0 a 0, diante do Unión Santa Fé. Com direito a Fred, escolhido por Abel, desperdiçar um pênalti aos 47 minutos do segundo tempo.

A direção ficou muito incomodada.

Porque o fraco futebol refletia diretamente no dinheiro.

Além do desperdício financeiro de não disputar a Libertadores, situação que a diretoria via como mais que garantida, do encaminhamento para possíveis eliminações na Sul-Americana e na Copa do Brasil, veio o medo no Brasileiro, embora a competição estivesse no início.

Os dirigentes perceberam alarmados que a média de 14 mil torcedores no Carioca já caiu para 10 mil. E a tendência é diminuir.

O Fluminense caminha para os R$ 800 milhões em dívidas.

O presidente Mario Bittencourt será candidato à reeleição neste ano.

E, do sucesso no futebol, depende sua sobrevivência.

A preocupação era imensa.

Porque, com exceção do projeto "Campeonato Carioca", o restante estava dando errado.

Abel Braga fará 70 anos em setembro.

Ele percebeu o clima ruim, a tensão.

As vaias insistentes, os palavrões das organizadas.

O apoio diminuindo por parte dos dirigentes.

Os mesmos que choraram com ele na conquista do Carioca.

E hoje ele se reuniu com a diretoria.

Decidiram "de comum acordo", pela demissão.

Na verdade, não houve o respaldo absoluto que ele esperava.

Abel percebeu que eles queriam sua saída. 

E assim foi feito.

Foram 26 jogos, com 17 vitórias, 4 empates e 5 derrotas.

35 gols a favor e 15 contra.

A saída pontua o projeto fracassado.

Que tinha como meta travar o Flamengo no Carioca.

E não levou em conta o restante de 2022.

Marcão retorna ao comando do time.

Enquanto a diretoria estuda um novo técnico.

Abel Braga foi culpado e vítima nesta demissão.

A mágoa imensa do Flamengo atrapalhou sua análise.

Estava claro que a prioridade deveria ter sido a Libertadores.

Não o Carioca.

Pagou com seu cargo.

Enquanto o Fluminense chora o desperdício de dinheiro.

E com 2022 muito perigoso para o seu limitado elenco...

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