Imprensa do Brasil vira alvo da ira da Fifa após protestos pelo País
Diretor fala em cobertura “emocional” por parte dos jornalistas brasileiros
A Fifa virou as suas armas para a imprensa brasileira durante a coletiva da última segunda-feira (24), no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. De acordo com a entidade, através do diretor de comunicação Walter di Gregório, a mídia precisa avaliar os protestos que atingem o País nas últimas semanas, alguns deles nas cidades-sede da Copa das Confederações.
— Temos que colocar objetividade novamente nessa discussão, que está muito acalorada e emocional. Jornalismo não é só audiência, mas uma responsabilidade social – disse Gregório, em declarações reproduzidas pelo jornal Folha de São Paulo.
Na opinião do dirigente, a maneira com que os jornalistas estão tratando o torneio e os eventos fora de campo é “exagerada”. Falta, segundo ele, uma abordagem mais “racional” dos acontecimentos.
— Para dar apenas um exemplo, que considero forte: vi uma cena na TV nos últimos dias, de gente quebrando um sinal de trânsito e pulando em cima dele. A cena foi mostrada de quatro ângulos diferentes, 24 horas por dia. Isso dá a impressão de que não havia mais sinais de tráfego no país inteiro, e a percepção externa é que o País está sob fogo cerrado, que há uma guerra civil acontecendo. Não é o caso.
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Depois de dar o seu recado, o diretor da Fifa procurou amenizar o tom, defendendo o direito de analisar os fatos dos “formadores de opinião”, como chamou os jornalistas.
— Isso não quer dizer que vocês não possam criticar o que acontece no país ou nos estádios, mas faço esse convite para que procurem enxergar o cenário completo. Temos que colocar objetividade novamente nessa discussão que está muito acalorada e emocional. Jornalismo não é apenas audiência, mas uma responsabilidade social.
Por fim, Gregório fez a defesa da Fifa. A entidade tem sido alvo de muitas críticas por suas exigências e ameaças de suspender a Copa das Confederações e, supostamente, pensar em retirar a Copa do Mundo de 2014 do Brasil, levando-a para outro país.
— Se não falamos nada, nos criticam por só nos importarmos com o futebol. Se dizemos algo, somos criticados por interferir em assuntos internos. Nossa posição é a mesma: respeitamos o direito democrático aos protestos, desde que não sejam violentos, mas não iremos entrar nessa discussão.