Antes temida, torcida vira trunfo para 2014
Hino à capela virou símbolo da campanha do time na Copa das Confederações
Antes da Copa das Confederações, a cúpula da CBF temia que o público presente aos jogos da seleção brasileira fosse um adversário a mais do time de Luiz Felipe Scolari na competição deste ano e na Copa do ano seguinte.
A previsão era de que a plateia elitizada e pouco acostumada a assistir a partidas de futebol no estádio tivesse pouca paciência com os erros da equipe em território nacional. O temor aumentou na estreia contra o Japão, quando o público vaiou a presidente Dilma Rousseff e pediu a entrada de Lucas no lugar de Hulk logo nos primeiros minutos da partida.
Tudo mudou a partir da segunda partida, contra o México. Por determinação da Fifa, os hinos nacionais são cortados após 90 segundos de exibição antes dos jogos. Mas a torcida presente ao estádio Castelão, em Fortaleza, surpreendeu e continuou a cantar a música à capela.
De acordo com Luiz Felipe Scolari, o coro emocionou até o árbitro inglês Howard Webb.
— Eu fui cumprimentar o árbitro, porque ele sempre foi um árbitro que, quando eu estava na Europa, na Inglaterra ou em Portugal, me respeitou muito e que eu tinha uma boa relação. Ele me revelou que nunca na vida dele ele tinha visto algo igual, o hino parar e a torcida continuar com um tom mais alto ainda. Disse que ficou emocionado.
Veja os gols de Brasil x Espanha
O Brasil está preparado para 2014?
O gesto da torcida se repetiu nos quatro jogos seguintes da competição e foi o principal combustível para a seleção começar com tudo a final contra a Espanha. Antes do segundo minuto de jogo, Fred já havia marcado 1 a 0 para o Brasil.
O clima de catarse era tão grande no Maracanã que Fred e Neymar se jogaram nos braços dos torcedores para festejar dois dos gols na vitória por 3 a 0.
Ao fim do jogo com a Espanha, Felipão ase disse feliz pelo fato de a torcida ter entendido que a seleção ainda está em formação
— Nós tínhamos, além da qualidade de nossos jogadores, aquilo que foi a tônica desta Copa das Confederações, o torcedor, o povo junto conosco. E isto é importante que continue, esta união, este espírito. Nós queremos agradecer à população, ao nosso torcedor, por tudo aquilo que fez. Era importante que ele nos apoiasse, porque nós não somos ainda uma equipe completa. Sabemos que temos um bom grupo, um bom time. Mas ainda temos que provar muita coisa.
Baixe o papel de parede do time
Título deve aposentar medalhões
Para não perder o clima de interação entre time e torcida, a CBF quer marcar vários amistosos no País antes da Copa. O primeiro pode ser contra a Austrália, em setembro ou outubro.