R7 Só Esportes Bicampeão brasileiro, Flamengo iguala feito da geração de Zico

Bicampeão brasileiro, Flamengo iguala feito da geração de Zico

Com Ceni e Jesus, Rubro-Negro repete conquistas de 1982 e 1983, mas futebol visto em 2019 foi muito diferente do de 2020

Campeão em 2019 e 2020, com Jorge Jesus e Ceni, Flamengo iguala feito da geração de Zico

Campeão em 2019 e 2020, com Jorge Jesus e Ceni, Flamengo iguala feito da geração de Zico

ALEXANDRE BRUM/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO - 26/02/2021

Com o título do Campeonato Brasileiro 2020, o Flamengo igualou um feito que só havia conseguido nos anos 1980, com a geração de Zico, Junior, Leandro e companhia: foi campeão brasileiro em dois anos seguidos. 

Na era dos pontos corridos, apenas o São Paulo, em 2006, 2007 e 2008, e o Cruzeiro, em 2013 e 2014, levantaram a taça do Brasileirão em anos seguidos. 

De 2019 para 2020, no entanto, muita coisa mudou, não só dentro de campo, como fora dele. Claro, a pandemia trouxe profundas mudanças ao futebol, seja pela falta da torcida nos estádios ou os surtos de covid-19 em elencos inteiros durante a temporada.

A começar pelos técnicos, o título de 2019 sob o comando de Jorge Jesus foi uma unanimidade. Ninguém, além do Flamengo, poderia conquistar aquele Brasileirão. Com o português, o Rubro-Negro disputou 29 jogos pelo Campeonato Brasileiro, vencendo 23 vezes e perdendo em apenas duas oportunidades. 

Jorge Jesus teve mais títulos 
que derrotas durante passagem no Flamengo

Jorge Jesus teve mais títulos que derrotas durante passagem no Flamengo

CBF

Em poucos meses de trabalho, o português deu outra cara para o time antes treinado por Abel Braga — curiosamente, o técnico do rival Internacional na disputa do título do Brasileiro de 2020 — e entregou não só os títulos do Brasileirão e da Libertadores, mas também um futebol vistoso de se assistir, com troca rápida de passes, muita movimentação dos homens da frente e a potencialização de jogadores que viveram seu auge sob as ordens de JJ, como Gerson, Gabigol e Bruno Henrique. E, claro, muitos gols.

Já Rogério Ceni viveu outro cenário. Contratado para substituir Domènec Torrent, mandado embora após uma sequência de goleadas sofridas, Ceni tinha como primeira missão fazer ajustes no sistema defensivo rubro-negro, mas sem perder o poderio ofensivo, característica marcante desse atual Flamengo. 

No entanto, aquela imposição física, tática e técnica de 2019, foi pouco vista em 2020. De fato, o Flamengo é o time que mais perde grandes chances de gol, ou seja, invariavelmente produz bastante no ataque. Mas a confiança de passar por cima de adversários, o que foi feito com frequência com Jorge Jesus, não é a que o time comandado por Ceni passa para seus torcedores. 

O que reforça ainda mais esses cenários distintos é que, nas duas conquistas, o Flamengo perdeu na última rodada, mas com uma grande diferença: em 2019 o Fla perde para o Santos, mas já era campeão brasileiro com três rodadas de antecedência. Já em 2020, o Mengão contou com o tropeço do Inter, que não conseguiu ganhar do Corinthians, e venceu o Brasileiro mesmo derrotado para o São Paulo — que na rodada anterior havia perdido para o já rebaixado Botafogo. 

Ceni, inclusive, trabalhou sob o fantasma de poder ser demitido a qualquer momento, o que é corriqueiro no futebol brasileiro, mas que também ocorre, curiosamente, com Jesus em Portugal, com o treinador balançando no comando do Benfica após não conseguir atingir as metas esperadas pela diretoria e pela torcida. 

Agora, porém, o técnico poderá trabalhar com mais calma, dará início a uma nova temporada e terá, após ganhar o Brasileiro, mais tempo para impor suas ideias e sua maneira de jogar. No entanto, sempre terá Jorge Jesus como base de comparação, uma presença constante de cobrança de resultados, desempenho, vitórias e, claro, títulos.

Se poderá repetir o que fez Jesus, aí já é outra pergunta. Uma que não podemos responder agora, mas que certamente perseguirá Ceni durante toda sua estadia no Ninho do Urubu.

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