Santos e Palmeiras na final. Futebol de São Paulo domina Libertadores
Peixe massacrou o Boca Juniors com 3 a 0 na Vila. Decidirá título contra Verdão, dia 30, no Maracanã. Vitória dos times paulistas
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Final histórica da Libertadores.
Vitória de São Paulo.
Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, dois times do mesmo estado disputarão a final da competição mais importante da América do Sul.
E sem favoritismo algum.
Sábado, às 17 horas, dia 30, no Maracanã.
O Santos conseguiu sua vaga hoje, ao despachar o Boca Juniors, na Vila Belmiro.
Vitória impressionante por 3 a 0, gols de Pituca, Soteldo e Lucas Braga.
O time portenho só havia tomado três gols em todos seus jogos da Libertadores.
Se o treinador Abel Ferreira conseguiu dar modernidade e intensidade ao elenco milionário do Palmeiras, o mérito do seu rival fica com dois personagens.
O trabalho excepcional de Cuca, que vai pela segunda decisão da Libertadores, foi campeão, em 2013, com o Atlético Mineiro.
E ao futebol de Marinho, o melhor jogador do futebol do país.
O treinador não só trabalhou taticamente como também conseguiu motivar atletas que ficaram meses com salários atrasados. E que, mesmo assim, fizeram uma campanha inesquecível. Com apenas uma derrota até chegar à final da Libertadores.
O Santos deu a demonstração de sua vibração, intensividade, não tomando conhecimento do poderoso Boca Juniors.
A ousadia de Cuca fazendo seu time tratar o tradicional clube argentino como se fosse uma equipe pequena.
Marcando sob pressão, do primeiro ao último minuto desta semifinal.
Com seus jogadores atuando com confiança, força física e com muita raiva. Pelo time ter sido prejudicado de forma inacreditável na Bombonera, com pênalti em Marinho não marcado.
Eles queriam não só vencer.
Mas golear.
E foi com essa sede que o Santos entrou na partida.
Logo aos 30 segundos, Marinho tomou a bola da zaga e acertou a trave de Andrada.
O Santos seguiu triturando, incansável, competindo de forma absurda.
Os argentinos não sabiam escapar de tanta pressão.
O time de Miguel Ángel Russo não tinha como reagir.
Aos 15 minutos, veio o inevitável.
O primeiro gol santista.
Pituca, sempre presente na área do Boca, tocou para Soteldo. O chute foi forte, bateu na mão de López. Enquanto havia a dúvida se houve pênalti ou não, o próprio volante santista pegou o rebote e estufou as redes.
1 a 0.
Cuca nem pensou em recuar sua equipe.
Muito pelo contrário.
O time continuou firme, atacando em bloco. Com Soteldo quase como um quarto atacante, ao lado de Marinho, Kaio Jorge e Lucas Braga.
Além disso, Pará estava liberado, como um ponta direita.
Não havia espaço, oxigênio para o Boca articular seus contragolpes.
A pressão seguiu fortíssima.
O Santos concluiu 14 vezes em todo primeiro tempo. E o Boca, só duas.
Andrada fez uma defesa dificílima depois de chute fortíssimo de Marinho, em falta ensaiada com Soteldo.
No segundo tempo, o Santos entrou ainda mais decidido. Para não dar a mínima chance para o Boca.
Logo aos três minutos, Soteldo tomou a bola na intermediária, desceu pela esquerda, cortou para pé direito. E deu um chute fortíssimo, indefensável para Andrada. 2 a 0.
Nem com dois gols de vantagem, o Santos diminuiu o ritmo.
Seguiu com sua atitude dominadora.
Marinho saiu driblando pela direita e rolou a bola para Lucas Braga chutar com raiva.
3 a 0, aos cinco minutos.
O melhor jogador do Brasil ainda sofreu covarde pisão na barriga, de Fabra.
E foi expulso.
A vitória histórica estava confirmada.
Brasil tem só terceira seleção mais valiosa do mundo; conheça líderes
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.