Richarlison venceu a depressão. Ganhou a vaga de Pedro, do Flamengo. Culpa a imprensa e a ‘bagunça’ da CBF pelos fracassos do Brasil
Richarlison voltou à Seleção depois de outubro de 2023. Enfrentou uma severa depressão na Inglaterra. Se recuperou. Seu futebol não é mais o mesmo, com movimentação e gols. Chamado por Ancelotti, foi mal contra o Equador. Já perdeu a posição contra o Paraguai

Carlo Ancelotti buscava referências na sua primeira convocação.
E uma delas foi Richarlison.
Ele foi seu comandado no Everton, entre 2019 e 2021.
Ou seja, sabia como lidar com o atacante.
Inclusive, o treinador italiano preferiu não chamar Pedro, do Flamengo, e deixar a vaga, na sua primeira convocação, ao atacante do Tottenham.
O fez titular diante do Equador.
A atuação foi pífia.
Richarlison já perdeu seu lugar para Matheus Cunha, que será o titular diante do Paraguai, amanhã.
Mas antes de ir para o banco de reservas, o jogador, que o Tottenham quer negociar, deu uma entrevista reveladora.
Ele comunga da opinião de muitos atletas que a confusa situação no comando da CBF atingiu em cheio o time.
“E difícil falar (os motivos do péssimo momento da Seleção Brasileira).
“Porque não foi só o Dorival (Junior, ex-técnico da Seleção). Também passaram o (Fernando) Diniz, o Ramon Menezes, e sabemos a turbulência que estava a Seleção.
“Fora de campo estava uma bagunça”
“Querendo ou não, isso nos afetava dentro de campo.”
“A imprensa atacava todo mundo, era uma bagunça danada, o treinador não tinha tempo para trabalhar. Creio que agora deu uma mudada, o Mister (Carlo Ancelotti) vai ter um pouco mais de tempo e é isso.
“Eu estava machucado, doido para estar aqui e ajudar, mas naquele momento eu não poderia fazer nada. Era muita coisa envolvida em torno de nós, jogadores. Era difícil estar disputando os jogos.”
Richarlison repetiu o discurso do veterano Danilo, também chamado por Ancelotti.
Richarlison fez questão de destacar o que todos sabem.
Ancelotti o convocou pela ‘memória’, pelo que fez há seis anos no Everton.
Seu momento está muito abaixo.
“Minha melhor temporada foi com ele no Everton. Montamos um bom time, fazia não sei quantos anos que não ganhavam do Liverpool na casa deles e conseguimos. Foi uma experiência com muitos gols para mim. Fiquei feliz com a chegada de um cara vencedor e que tem tudo para vencer na Seleção também.”
Ele assumiu publicamente ter vivido uma severa depressão, após a Copa de 2022.
“Antes, eu ia treinar e queria voltar para casa. Eu só queria voltar para o quarto, porque, sei lá, não sei o que estava dando na minha cabeça. Eu cheguei a falar com o meu pai que eu ia desistir. Dá até tristeza de falar assim, sabe? Só eu sei do que passei depois da Copa do Mundo, descobrindo coisas aqui dentro de casa de pessoas que conviveram comigo por mais de sete anos. É loucura, velho. Chegar para o meu pai, o cara que correu atrás do meu sonho e falar ‘Pai, quero desistir’ é coisa de louco.

“Eu tinha acabado de jogar uma Copa do Mundo no meu auge. Acabei chegando no meu limite. Não vou falar de se matar, mas eu estava em uma depressão e querendo desistir. Eu estava sofrendo muitos ataques depois da Copa e, junto com esses problemas dentro de casa, afetou muito. Logo eu, que parecia que era forte mentalmente. Depois da Copa, parece que desabou tudo.
“Acho que essa psicóloga aí, querendo ou não, salvou a minha vida, porque eu só pensava besteira. No Google, eu só pesquisava besteira. Só queria ver besteira de morte. Hoje, eu posso falar. Procura um psicólogo. Você que está precisando de um, procura, porque é legal você se abrir”, revelou à ESPN.
Aos 28 anos, a imprensa inglesa o coloca como negociável.
O Tottenham busca novos atacantes e oferece o brasileiro no mercado.
Richarlison vive uma das piores fases da carreira.
Ele passou por uma cirurgia no púbis.
As dores atrapalhavam sua movimentação.
Na Premier League 2024/2025 fez apenas 15 partidas.
Marcou solitários quatro gols.

Ele teve uma queda gigantesca no mercado.
Chegou a valer 65 milhões de euros, cerca de R$ 411 milhões.
Atualmente, de acordo com o site transfermarkt, especializado em negociações de jogadores, não passa de 20 milhões de euros.
Cerca de R$ 126 milhões.
A entrevista dada ao GE dá várias desculpas para os fracassos recentes da Seleção.
Mas não cita o fraco futebol da atual geração de atletas.
Inclusive o seu péssimo momento dentro de campo.
Tanto que bastou um jogo com Ancelotti.
E já perdeu sua posição para Matheus Cunha...