Raphinha ameaçar dar ‘porrada’ em argentinos, para Romário, foi lição. CBF dá um ‘basta’ em exclusivas quando jogadores estiverem na Seleção
O presidente Ednaldo Rodrigues ficou irritadíssimo com o ataque gratuito de Raphinha, às vésperas do confronto mais difícil das Eliminatórias, hoje, na Argentina. E avisou ao seu departamento de comunicação. Basta de entrevistas exclusivas

Ednaldo Rodrigues havia ter uma segunda-feira especial.
Com a colaboração dos presidentes de Federações, havia ‘matado’, na raiz, a candidatura de Ronaldo Fenômeno à CBF.
Depois deles se recusarem a sequer receber o ex-jogador para conversar, a reeleição estava garantida.
Ao travar Ronaldo, travou também o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que apoiava o ex-jogador.
Mas o dirigente baiano foi além.
Conseguiu o apoio geral dos clubes das Séries A e B.
Apoiou o rebaixamento de apenas três equipes a partir de 2027.
Apenas seis estrangeiros por equipes, para conter os bilionários Palmeiras, Flamengo, Atlético, Cruzeiro.
E a promessa de estudar uma maneira de implementar um tipo de fair play light.
Mais o apoio que a Liga Forte se una com a Libra para definirem suas questões de forma conjunta.
Nova versão do Clube dos 13, ampliada e trabalhando de forma aliada, não adversária, da CBF.
Todo esses ingredientes eram motivo de pura alegria.
E ontem ele seria, e foi, aclamado como presidente.
Novo mandato até 2030 do comando do futebol brasileiro.
Tudo certo?
Segunda-feira plena para Ednaldo Rodrigues?
Não.
Sua aclamação não teve nem 10% da repercussão das declarações de Raphinha a Romário.
O jogador do Barcelona não se conteve diante do ídolo.
E mesmo, aos 28 anos, falou como um juvenil, impressionado pelo entrevistador.
Falou o que Romário queria ouvir.
“Porrada neles!
“Sem dúvida.
Porrada neles!
“No campo e fora de campo se tiver que ser!”
A entrevista ganhou as manchetes de todo o mundo.
Principalmente na Argentina.
Tornou o jogo mais difícil, no mais tenso das Eliminatórias.

Justo agora, quando a relação com a Conmebol está abalada, pelas declarações racistas do presidente Alejandro Domínguez.
Ele comparou a Libertadores sem clubes brasileiros a ‘Tarzan sem (a macaca) Chita’.
A repercussão da ameaça de Raphinha eclodiu com o time ainda em Brasília, de onde saiu ontem à noite.
Se amenizou a situação para a imprensa, evitando falar diretamente sobre o assunto, internamente, Dorival agiu.
Conversou com todos os jogadores sobre ataques desnecessários a adversários da Seleção.
Dorival Júnior sempre foi um técnico respeitoso por onde passou.
Mesmo quando jogador era assim.
O recado foi direto a Raphinha.
Ednaldo Rodrigues precisava estar na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
Havia a reunião da sua aclamação.
Ele tinha de estar presente e se encontrar com dirigentes de todo o país.
Mas entrou em contato com o departamento de Comunicação da CBF.
Com seus assessores experientes que cuidam da Seleção.
E o blog apurou.
A partir dessa entrevista a Romário, serão evitadas entrevistas enquanto os jogadores estiverem concentrados com a Seleção.
Principalmente as ‘perigosas’.
Para podcasts como o do polêmico ex-jogador.
Romário teve a liberdade para entrevistar Raphinha, Endrick e Rodrygo.
Atletas que o cultuam.
Todos falaram com o uniforme da Seleção.

A Seleção estava em Brasília, onde enfrentou a Colômbia.
A capital do Brasil é onde Romário também exerce o cargo de senador da República.
Eleito pelo Rio de Janeiro.
Tudo foi facilitado ao ex-atleta.
Inclusive pela própria CBF.
Mas essa situação não se repetirá.
Ednaldo está tentando, desde ontem, amenizar o clima com o presidente da AFA, Claudio Tapia.
Não quer ‘clima de guerra’ na partida de hoje à noite.
Internamente, Raphinha justificou a ameaça.
Em 2021, recebeu uma covarde cotovelada do zagueiro Otomendi.
A partida foi na Argentina, o brasileiro levou cinco pontos no rosto.
O jogo, pelas Eliminatórias, terminou 0 a 0.
Mas a desculpa de Raphinha não convenceu Edinaldo.
E, como fez com a candidatura de Ronaldo, quer matar o ‘mal pela raiz’.
Não haverá mais entrevistas exclusivas enquanto os jogadores estiverem servindo a Seleção nas Eliminatórias.
Simples assim.
Só coletivas.
Dessa maneira, a CBF acompanha e controla as declarações dos atletas.
Para evitar o caos que Raphinha causou ao falar com seu ídolo Romário...