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Ninguém acreditava em Casemiro no São Paulo. E como ele se tornou estrela de R$ 311 milhões do United e da seleção

Como o volante, rebelde e desinteressado no São Paulo, se tornou o excepcional jogador do Real Madrid e da seleção. E que foi comprado pelo Manchester United por R$ 311 milhões, aos 30 anos

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


A direção e os torcedores do São Paulo, além da imprensa, não acreditavam em Casemiro
A direção e os torcedores do São Paulo, além da imprensa, não acreditavam em Casemiro

São Paulo, Brasil

Se o sentimento da direção do São Paulo hoje é de orgulho, e felicidade por receber inesperados R$ 12 milhões pela venda de Casemiro do Real Madrid para o Manchester United, em 2013 a sensação era completamente diferente.

Há nove anos, a diretoria do então presidente Juvenal Juvêncio festejava ter feito um excelente negócio ao vender o volante, com 21 anos, para o clube espanhol. 

Por 7 milhões de euros, atuais R$ 34 milhões.

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A negociação foi considerada de muito êxito pelo comportamento do próprio jogador. Ele havia se perdido na transição da base para o profissional.

Quem acompanhava de perto o CT da Barra Funda percebia.

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Casemiro se deixou levar pela rápida fama.

Pelas convocações para seleções brasileiras de base.

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Embora tivesse muito potencial, ele ficou marcado por não se dedicar aos treinamentos. Agia como se não precisasse.

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Desobedecia a orientações táticas.

Faltava humildade, garantiam os setoristas, jornalistas que acompanhavam o dia a dia do São Paulo. 

Ele, que foi promovido com grande esperança por parte dos dirigentes, passou a ser questionado pela imprensa, pelos torcedores, pelos conselheiros. Não conseguia se firmar como titular absoluto.

Tanto que chegou a ser surpresa generalizada quando o Real Madrid quis seu empréstimo. Apenas Ney Franco, que comandava o time, avisou aos dirigentes que, se Casemiro mudasse, recuperasse o foco e aceitasse, sem questionar, as determinações do treinador, se transformaria no grande jogador que todos esperavam desde a base.

Mas a ordem de Juvenal foi que Casemiro fosse mesmo emprestado ao Real Madrid. A ida do jogador aconteceu graças a olheiros do clube espanhol, que já o observavam desde a base.

Juvenal fixou o passe do jovem volante de 21 anos em 7 milhões de euros. E acreditava ter feito um dos grandes negócios da sua vida como dirigente.

A negociação foi vista com muita surpresa não só pela cúpula do São Paulo, que havia deixado de enxergar tanto potencial no atleta.

Casemiro conquistou cinco vezes a Champions League. E três Mundiais pelo Real Madrid
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E apostava em outro volante da base, Zé Vitor. 

Grande parte da imprensa não depositava mais fé no jogador.

Muitos jornalistas duvidavam que o volante faria sucesso no futebol espanhol.

Vários que o aplaudem hoje.

Os dirigentes do Real Madrid sabiam da fama do brasileiro.

E perceberam quanto ele estava imaturo. 

Eles o despacharam direto para o Real Madrid Castilla, que é a equipe B do clube de Madri.

Os elogios chegaram a José Mourinho, que o observou jogando. E o levou para o time principal. Depois de cinco meses, a direção do Real Madrid comprou Casemiro, pagou com gosto os 7 milhões de euros.

Carlo Ancelotti chegou ao Real Madrid em 2014 e queria jogadores mais experientes no meio-campo. E recomendou o empréstimo de Casemiro. O Porto se interessou. Apostava muito no vibrante volante que o brasileiro havia se tornado. A direção portuguesa fez questão de incluir uma cláusula no contrato de empréstimo. A de que, para não exercer o direito de comprá-lo por 15 milhões de euros, R$ 78 milhões, o Real Madrid teria de pagar 7,5 milhões de euros, cerca de R$ 39 milhões.

As ótimas atuações de Casemiro em Portugal e o acerto de Khedira com a Juventus fizeram com que batesse o arrependimento na direção do Real Madrid. E ela gastou 7,5 milhões de euros para recontratar o jogador que era seu.

A partir de então, desde 2015, Casemiro não parou mais de crescer. Se firmou como titular absoluto não só do Real Madrid, mas da seleção brasileira. Peça imprescindível.

Muitas pessoas importantes do São Paulo acompanhavam surpresas a ascensão mundial de Casemiro. Seu potencial real não foi enxergado no Morumbi.

Cinco vezes vencedor da Champions, três vezes campeão mundial de clubes, tricampeão espanhol, tricampeão da Supercopa da Uefa, tricampeão da Supercopa da Espanha.

Aos 30 anos, ele não resistiu ao assédio do Manchester United. Percebeu que era a última chance de fazer uma grande transferência, apesar de ter um excepcional contrato com o Real Madrid, até 2025. 

A proposta do Manchester United foi fabulosa.

60 milhões de euros, cerca de R$ 311 milhões. Mais a possibilidade de mais 10 milhões de euros, cerca de R$ 52 milhões. O plus está atrelado ao número de partidas como titular.

O volante receberá 18,3 milhões de libras por ano na Inglaterra. Ou seja, R$ 111,9 milhões.

O São Paulo, como clube formador, teve direito a R$ 12 milhões pela transação.

A rigidez, a firmeza, a disciplina que o Real Madrid e o Porto cobram de seus jogadores transformaram Casemiro.

O transformaram em um dos principais volantes do mundo.

Titular absoluto e um dos líderes da seleção brasileira.

Nem o mais otimista dos dirigentes do São Paulo, em 2013, sonhava que o jovem egocêntrico e teimoso chegasse tão longe.

Zé Vitor não deu certo. Foi emprestado ao Slovan Bratislava (Eslováquia), São Caetano, Chapecoense. Já sem contrato com o São Paulo, foi para o Rio Claro, São Carlos, Atibaia, Itabaiana, Karmiotissa (Chipre) e União Frederiquense, no Rio Grande do Sul.

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