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Neymar, o ídolo que a França rejeita. Não aceita

Em um ano e meio, fracasso na busca da sonhada Champions. Franceses não toleram egocentrismo, ostentação, farras. Eleições são sinais da desilusão

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Neymar com um harém de mulheres. Não é esse ídolo que a França esperava
Neymar com um harém de mulheres. Não é esse ídolo que a França esperava Neymar com um harém de mulheres. Não é esse ídolo que a França esperava

São Paulo, Brasil

2011: 10º (Santos); 2012: 13º (Santos), 2013: 5º (Santos/Barcelona); 2014: 7º (Barcelona), 2015: 3º (Barcelona); 2016: 5º (Barcelona), 2017; 3º (Barcelona/PSG); 2018: 12º (PSG).

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Esta é a trajetória instável e extremamente decadente, em 2018, de Neymar na eleição para a Bola de Ouro, tradicionalíssimo prêmio oferecido pela jornal francês L'Equipe desde 1956.

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Foi publicada hoje a seleção da Champions League 2018/2019 até as oitavas de final, que começam no dia 12 de fevereiro. Escolhida pela equipe de jornalistas do L' Equipe.

Oblak, Alexander-Arnold, Varane, Van Dijk e Marcelo; Kanté e Modric; Hazard, Mbappé e Messi; Cristiano Ronaldo.

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Neymar está de fora. 

Foi apenas o quinto, entre meias e atacantes.

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Veja também: Copa América e muito mais! Confira aqui o calendário esportivo de 2019

É absolutamente indisfarçável a indisposição do principal veículo esportivo francês e um dos maiores do mundo com Neymar. Postura que já foi antecipada ao blog, pelo correspondente do L'Equipe no Brasi, Eric Frosio. Ele é autor do livro "Neymar, príncipe do Brasil", inédito no país.

A exclusiva foi publicada no dia 31 de maio de 2018, portanto, antes de começar o Mundial. 

Muito antes de Neymar virar piada e memes por bizarras simulações durante a Copa.

É verdade que ele tentou mostrar depois do torneio da Rússia mais seriedade. E foi fundamental para o PSG conseguir sobreviver no grupo da morte na primeiras fase da Champions.

Mesmo assim não foi valorizado pelos franceses.

Pelas palavras de Eric, fica mais fácil compreender o que acontece agora.

Vale relembrar algumas perguntas-chaves da entrevista.

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Eric, porque acabou a euforia na França em relação a Neymar?

Por culpa do próprio Neymar. O país ficou eufórico quando foi efetivada sua contratação. E eu revelo no livro que já estava tudo certo em 2016. O PSG já tinha negociado com o pai dele e deixado tudo certo. Foi a imposição do Fair Play financeiro que adiou a transação. O Neymar já sonha em ser o número um do mundo desde que começou a fazer sucesso acima do normal, no Santos.

Quando tinha 15, 16 anos, colocou isso na cabeça e foi decisivo ao deixar o Barcelona de Messi.

Ele quis ter um clube só voltado para ele. Por isso foi para o PSG.

Só que sua postura individualista fez com que passasse a empolgação. E viessem os questionamentos. Futebol não é tênis. Ter como meta na carreira ser o número um do mundo é algo que não combina com o coletivo. O Iniesta nunca foi número um, mas está no coração de todos. Não se colocou como mais importante do que o clube, como o Neymar está fazendo. Daí o desencanto.

Você trabalha para o L'Équipe, principal jornal esportivo francês, e várias matérias mostraram Neymar com problemas de relacionamento no clube. Por que isso aconteceu?

O Neymar tinha a possibilidade de acabar com os três clãs que dominam o time. Existe o dos brasileiros, com ele, Thiago Silva, Daniel Alves entre outros, o dos franceses e o dos argentinos e uruguaios, que se juntaram. Não existe união de verdade no elenco. E o Neymar não exerce o seu papel. Ele poderia aproximar os três clãs e transformá-los em um. Mas não tem interesse. Ele só está preocupado com a própria carreira. Isso é algo que todos na França já perceberam.

Atuação apática no fundamental jogo contra o Real foi um grande fracasso
Atuação apática no fundamental jogo contra o Real foi um grande fracasso Atuação apática no fundamental jogo contra o Real foi um grande fracasso

Ele sempre foi assim?

Esta é a orientação dada desde o início da carreira pelo pai. Se preocupar com ele, não com o time. Isso reflete até na sua saída do Santos. Eu como jornalista, acho um absurdo o pai de Neymar ter recebido 10 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões) dias antes da final do Mundial. E do próprio Barcelona, o adversário do Santos.

Eu até demorei para acreditar que fosse verdade, tamanho o absurdo. Mas foi verdade. Falei com o Léo, ex-capitão do Santos, na época, até hoje ele prefere se recusar a acreditar.

Mas o pai do Neymar e ele pensaram na carreira. 

Portanto, não é surpresa que o Neymar siga focado nele e não nos clubes.

Seja no Santos, Barcelona ou no PSG. Sempre foi assim.

Mal começou 2019 e a postura de Neymar segue sendo criticada.

Uma foto que ele fez questão de tirar, ao lado de Arthur, do Barcelona, e do bicampeão mundial de surfe, Gabriel Medina, e mais 26 mulheres, na Bahia, foi muito mal recebida na Europa.

As críticas em programas esportivos franceses foram duras.

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Arthur sentiu a pressão vinda da Catalunha. O Barcelona segue exigindo um comportamento discreto dos seus jogadores, mesmo nas férias. Eles recebem uma cartilha ao chegar no clube espanhol.

O volante tentou amenizar a situação publicando outra fotografia.

Desta vez, o trio estava com 26 homens.

Ficou ridiculo esse recuo.

Neymar, que levou Arthur, Medina e vários de seus 'parças' na farra na Bahia, com seu jatinho particular, não se importou com a cobrança. Seguiu nas festas, sabendo que estava sendo filmado por inúmeros celulares.

Antes de deixar a Bahia e voltar para São Paulo, o capitão da Seleção Brasileira de Tite, fez questão de ficar de joelhos e agradecer aos céus.

"2018 foi um ano difícil, de muito aprendizado e mesmo assim eu sorrio para te agradecer Deus, por tudo!"

Ele deve ter aprendido inúmeras coisas.

Simulações de Neymar na Copa. Imprensa francesa não perdoa o fiasco
Simulações de Neymar na Copa. Imprensa francesa não perdoa o fiasco Simulações de Neymar na Copa. Imprensa francesa não perdoa o fiasco

Fracassou com o PSG na Champions 2017/2018. Com ele em campo, o Real Madrid fez 3 a 1, na Espanha, mais do que encaminhou a eliminação do seu time nas oitavas de final. 

Neymar foi o grande símbolo de outro fracasso, a queda da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, na Rússia.

Deve ter tirado várias lições.

Mas não foi às aulas de francês.

Segue sem falar o idioma do clube que pagou R$ 880 milhões por ele.

Situação que a imprensa francesa, em especial do jornal L'Equipe, considera imperdoável.

Como se não disfarçasse estar no PSG só de passagem.

No Barcelona, falava espanhol.

E se virava em catalão.

Em Paris há um ano e meio, não se importa com o francês.

Não é tão difícil entender o porquê de o brasileiro ser tão mal votado nas eleições europeias.

E principalmente do L'Equipe.

Que Neymar siga aproveitando suas farras.

Com suas mansões, seu jatinho, seu iate.

Seu helicóptero.

Afinal, como diz o coordenador da Seleção, Edu Gaspar:

"Ele é um menino".

Embora daqui a um mês e dois dias, completará 27 anos.

Tem um filho de sete anos.

Com Gaspar e Tite ele segue em alta.

Seguirá o capitão da Seleção deste país.

Com direito à festa marcada.

A fraca Copa América, disputada no Brasil.

Excelente torneio para autopromoção, desviar o foco da estagnação da Seleção.

Da falta de intercâmbio com times europeus.

Disfarçar a geração limitada e submissa ao seu camisa 10.

A pose do capitão da Seleção e jogador mais caro do PSG. Assim começa 2019
A pose do capitão da Seleção e jogador mais caro do PSG. Assim começa 2019 A pose do capitão da Seleção e jogador mais caro do PSG. Assim começa 2019

Nada melhor do que adversários fraquíssimos, fazer inúmeros gols, pose, dancinhas.

Com final já marcada para o Maracanã.

Como foi na Olimpíada de 2016, diante do time C da Alemanha.

Na conquista da medalha de ouro que enganou tanta gente.

Depois da obrigatória final, Neymar poder repetir seu discurso.

Mandar a imprensa nacional continuar sendo obrigada a 'engoli-lo'. 

A francesa demonstra a cada dia que não precisa.

Não quer.

E o suporta cada vez menos.

Basta analisar cada lista de melhores jogadores do mundo...

(Recebo nesta sexta-feira, uma ligação de Walmir Lopes, assessor de imprensa, do ex-lateral Léo. Ex-jogador, conselheiro e homem que articulou a campanha derrotada de Modesto Roma, na eleição do Santos.

Walmir pede para que seja publicada uma versão mais completa de Léo sobre o pai de Neymar ter recebido 10 milhões de euros, atuais R$ 42,9 milhões, dias antes da final do Mundial.

A versão apresentada pelo correspondente do L' Equipe, Eric foi publicada na entrevista feita em maio de 2018 e replicada aqui. 

"Falei com o Léo, ex-capitão do Santos, na época, até hoje ele prefere se recusar a acreditar."

Como toda a entrevista na qual ele falou sobre Neymar.

O ex-jogador com maior número de conquistas pelo Santos, pós Pelé, participante ativo da derrotada campanha de Modesto Roma para a presidência do Santos, acionou Walmir Lopes.

Ele disse, segundo Lopes, que estava muito vago. Parecia que ele duvidava de Neymar.

Léo pediu para sair o seguinte complemento.

"Na entrevista que concedi ao jornalista francês Eric Frosio, por telefone, em dezembro de 2017, quando me foi perguntado se eu acreditava que o pai de Neymar havia recebido algum valor do Barcelona antes da decisão do Mundial de Clubes de 2011, no Japão, em que o Santos enfrentou o clube espanhol, eu fui categórico ao dizer que não acreditava que isso tinha acontecido.

Na ocasião, fui testemunha após o confronto em quer perdemos o título, que Neymar era um dos jogadores mais abatidos, refletindo toda sua tristeza e decepção com a derrota.

Da forma como está colocado no artigo desta quinta-feira, deixa transparecer que eu estava suspeitando que aquela especulação era verdadeira."

Assim que falei com Walmir, achei justa a colocação do ex-jogador. Não tenho como adivinhar o que ele falou para Eric. Mas sim as palavras que ouvi do jornalista francês.

Telefonei para Eric. 

Ele não tinha questionamento algum sobre a entrevista feita no ano passado. E também não fez agora, quando reproduzi trechos. Mas deixou claro que 'talvez poderia ter explicado melhor a postura de Léo'.

O complemento de Léo está publicado.

Lembrando que o ex-jogador estava duas vezes errado em relação à final do Mundial.

A primeira em acreditar que não era verdade que o pai de Neymar havia recebido 10 milhões de euros do Barcelona, dias antes da final.

Seu erro maior é inesquecível.

Antes do confronto, Léo, campeão da Libertadores, declarou.

"Quero ver se o Barcelona é tudo isso."

O Santos foi goleado por 4 a 0.

Os espanhóis poderiam fazer 8 a 0, se quisessem.

Eu estava no Estádio Internacional de Yokohama, naquela constrangera partida.

Foi a final mais fácil da história dos Mundiais.

Léo e Neymar jogaram muito mal.

Como todo o time de Muricy Ramalho.

Para sofrimento da torcida santista...)

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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