Memphis descobre o outro lado da torcida do Corinthians. Convocado pela Holanda. Chegou a hora do troco. Contra o rival ‘perfeito’, o Palmeiras
Principal estrela corintiana se tornou o principal alvo da mídia e dos torcedores. Ele era a maior esperança na sonhada reviravolta contra o Barcelona, do Equador. A sobrevivência na Libertadores não veio. E, ao contrário, uma péssima atuação. Desilusão e cobrança
Cosme Rímoli|Do R7

Memphis estranhou.
Sua saída de Itaquera foi bem diferente de todas.
Pela primeira vez, na madrugada de quinta-feira, ele recebeu duras cobranças.
Voltadas diretamente a ele, jogador que exigiu a camisa 10 do Corinthians.
Ele era a maior esperança de reviravolta contra o Barcelona, de Guayaquil.
Na necessidade de vencer por 3 a 0, para pelo menos levar a decisão aos pênaltis, ele foi figura omissa.
Facilmente marcado.
E que ainda perdeu gol feito.
As primeiras vaias e cobranças chegaram e ele apenas encarou os torcedores.
Internamente, ele promete uma reviravolta contra o Palmeiras.
Conversou com seu protegido Yuri Alberto.
E ressaltou que sabe a importância da final diante do maior rival.
Ainda na arena lotada palmeirense.
Memphis não gosta de acompanhar a mídia, a cobertura esportiva dos times que defende.
Mas não pode ficar alienado diante de tantas cobranças.
Jornalistas lembraram dos três dias e três noites de festas no seu 31º aniversário.
Do estado físico ruim, pesado, lento que voltou das férias.
Algo que era comum na Europa e também motivo de críticas.
Porque ele não nega que ‘aproveita’ os dias, e principalmente, as noites de descanso.
A expectativa era que seguiria com o excelente futebol que terminou 2024.
Levou o Corinthians de ameaçado de rebaixamento à Pré-Libertadores.
Se tornou ídolo instantâneo.
Mas a idolatria está ligada aos resultados, aos desempenhos.
O técnico Ramón Díaz e o presidente Augusto Melo o defendem com unhas e dentes.
Apostam que ele reagirá.
Os treinos seguem fechados no Corinthians.
Mas a informação que os próprios jogadores passaram aos seus agentes é que o holandês tem treinado muito.
Até além do normal para a final contra o Palmeiras.
Deixando claro que ele quer usar a partida para mostrar a que veio ao Brasil.
Sabe que deixou o treinador argentino e o presidente corintiano em péssimas situações com a eliminação na Libertadores, principal objetivo do clube em 2025.
A Sul-Americana é uma competição muito menor.

Os números de Memphis foram assustadores diante do Barcelona.
Os piores de todas as partidas pelo Corinthians.
Só tentou 18 passes durante todo o jogo.
Ensaiou um drible que foi travado.
E cara a cara com Contreras, chutou em cima do goleiro.
Pior, aceitou a marcação entre os volantes equatorianos, rendendo quase nada para o Corinthians.
Não se movimentou, ficou fixo, encaixotado, submisso.
A resposta está na sua forma física, abaixo do normal.
Ele precisa estar no auge da preparação para render o que pode.
E é o que tenta fazer para a final de domingo.
Também, é lógico, diante da Espanha, na quinta-feira.
Memphis ganha o maior salário do futebol brasileiro.
São R$ 5 milhões mensais, mansão em condomínio, segurança armada.
E passagens para a Europa, que irá usar para a partida da Copa das Nações.
Mesmo com o fraco desempenho na Libertadores, Memphis segue sendo o líder da equipe.
Ele conversou com o grupo depois da eliminação do Corinthians.
Pediu a ‘entrega total’ contra o Palmeiras.

Como se fosse um ‘pedido de desculpas’ para a torcida que tanto empurrou o time em Itaquera.
“Temos de ser melhores”, frase mais forte que falou após o fim precoce da caminhada na Libertadores, se tornou um mantra.
Palavras que o holandês mais tem usado nos treinamentos.
Em 2024, ele fez 15 partidas pelo Corinthians.
Foram sete gols e quatro assistências.
991 minutos em campo.
Este ano, 14 jogos.
Seis assistências.
E só dois gols.
Com 991 minutos em campo.
O vilão do rendimento ruim não é segredo no Parque São Jorge.
O abuso nas férias e nas festas seguidas em São Paulo.
Chegou a melhor hora da resposta.
E Memphis promete estar pronto para dar.
O Palmeiras que se cuide...