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Cosme Rímoli - Blogs

Encurralado, Dorival convoca Neymar. Para tentar manter o emprego. Divide a responsabilidade da Seleção. Contra a Argentina, de Messi

Como o blog havia antecipado, Neymar foi convocado hoje para as Eliminatórias da Copa dos EUA. É uma chamada movida pelo medo de demissão de Dorival. A campanha é péssima, o Brasil está apenas na quinta colocação. E tem Colômbia e Argentina pela frente

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Dorival convocou Neymar após sequência de apenas sete jogos Rafael Ribeiro/CBF

“Feliz por estar de volta!”

Esta foi a única frase que Neymar escreveu, depois da confirmação de sua convocação para a Seleção.

E uma foto que algum parça tirou dele, acompanhando a chamada de Dorival Júnior.

Neymar sabia que seria chamado.


Os dois conversaram muito antes da chamada de hoje.

Não houve surpresa alguma para a estrela midiática.


Nem para ele e nem para quem acompanha o futebol deste país.

Só para ingênuos.


Ele volta depois de apenas sete partidas seguidas, pelo Campeonato Paulista, depois de uma contusão gravíssima, que o tirou dos gramados por um ano e um mês.

E com enorme chance de ser o capitão do Brasil.

A camisa 10 está reservada a ele.

Neymar assiste à convocação. Ele já havia conversado com Dorival. Sabia que seria chamado Instagram/Neymar

Este blog havia antecipado.

Não havia saída para Dorival Júnior.

A pressa do treinador está explicada.

O futebol da Seleção Brasileira estava péssimo.

A geração que vai disputar a Copa do Mundo dos Estados Unidos precisa do talento.

E da liderança de Neymar, mesmo aos 33 anos.

Além de 29 lesões na carreira.

Felipão apostou tudo em Neymar. Jamais treinou um substituto. Quando o perdeu, por contusão na Copa de 2014, não soube o que fazer. Veio o 7 a 1 para a Alemanha CBF

Só que mais ainda neste momento das Eliminatórias da América do Sul.

Dorival Júnior segue ainda sem rumo, buscando um time, uma maneira de a Seleção atuar.

Não para de fazer testes, com resultados pífios.

Pelo pouco tempo de trabalho e pelo fraco rendimento dos jogadores.

Quando teve quase um mês para treinar, veio o fracasso na Copa América.

O presidente Ednaldo Rodrigues já o avisou.

O apoia, mas precisa de resultados, a pressão na CBF segue muito forte, diante do fraco futebol do time pentacampeão do mundo.

Ele assumiu o Brasil na sétima rodada das Eliminatórias, depois do fraquíssimo desempenho e demissão de Fernando Diniz.

A Seleção ganhou do Equador, depois perdeu para o Paraguai...

Foi derrotado pelo Chile, ganhou do Peru...

Empatou com a Venezuela e também com o Uruguai.

Seis jogos, com duas vitórias, duas derrotas e dois empates.

De 18 pontos possíveis, conquistou só oito.

A tabela mostra Colômbia, em Brasília, dia 20.

E ainda o mais temido jogo: Argentina, de Messi, em Buenos Aires.

Se estivesse sozinho, ‘sem Neymar’, a responsabilidade seria toda de Dorival Junior.

Agora, com a convocação do atleta, tudo está dividido.

Com parte maior até para o jogador.

Como estampam os jornais europeus, antecipando o duelo entre Messi e Neymar.

Não entre Dorival Junior e Lionel Scaloni, técnico da Argentina.

Tite fez de Neymar seu grande líder em duas Copas do Mundo. O Brasil não chegou sequer às semifinais... Instagram/Neymar

A convocação do jogador do Santos, óbvio, pautou a coletiva de hoje, na CBF.

“Ninguém precisa falar a respeito do que representa o Neymar. O momento que ele vive é um processo de recuperação, temos esse entendimento. Também entendemos que a qualidade e capacidade de um jogador como ele acabam sendo um condicionante para que ele possa recuperar qualquer situação.

“É um jogador que os atletas já expressaram o que representa. Estávamos aguardando, é a primeira oportunidade de tê-lo. É um jogador que todos conhecem bem. Espero que ele seja feliz com o retorno. Que possamos dar segurança para que ele desenvolva o melhor. Não criamos uma expectativa altíssima jogando a responsabilidade no retorno. Que tenhamos um equilíbrio para estar partidas muito difíceis, também para o adversário. Que tenhamos uma seleção muito preparada.”

Dorival já sabia da euforia de jornalistas, da cúpula da CBF e de torcedores, com a chamada.

Mas, esperto, avisa que o futebol da Seleção não será ‘mágico’ apenas com o meia/atacante.

Pelo menos terá um líder.

Dorival quer que Neymar tenha o comportamento exatamente igual como está no Santos.

Incentivando, cobrando os companheiros, levando confiança, tirando a paz dos adversários.

E como recompensa terá os mesmos privilégios táticos que Pedro Caixinha lhe dá.

Ficará do meio para a frente, correndo para a esquerda, onde rende mais.

Vinicius Júnior fará como Guilherme, se sacrificará, abrirá para o meio, quando Neymar estiver por lá.

Para não ocupar o espaço do camisa 10 da Seleção.

Dorival, lógico, teve de explicar o fraco momento do Brasil sem Neymar.

“Sempre respeitei processos. Às vezes a evolução não é muito difícil. Acredito que esteja se consolidando. A distância entre se jogar muito bem e dar espetáculo é mínima. O que precisamos é consolidação de equipe. Se pegarmos a fase das Eliminatórias, temos 61% de aproveitamento (com essa comissão técnica). Se olharmos bem para o futebol sul-americano, nenhuma equipe tem dado espetáculo, estão jogando por resultado.

“Estamos jogando pela classificação para depois pensar em algo diferente. Tudo é questão de momento.”

Fernando Diniz seguiu o mesmo roteiro de Felipão, Dunga e Tite. Fez o que pôde e o que não pôde por Neymar Vitor Silva/CBF

O Brasil perdeu para a Colômbia e para a Argentina, em pleno Maracanã, nas Eliminatórias, sob o comando de Fernando Diniz.

Dorival assume, precisa pontuar.

E mais do que isso, de um elemento novo, diante do descrédito que estava a sua Seleção.

Neymar é a última cartada, o futebol brasileiro não tem novas cartas na manga.

Estêvão se mostrou novo e inexperiente demais.

Endrick já foi até abandonado por Dorival Júnior.

A dependência é de Neymar.

Como foi com Felipão, Dunga, principalmente Tite, em duas Copas, e Fernando Diniz.

Todos os treinadores fracassaram.

A esperança é que, com Dorival seja diferente.

Aqui, a lista de convocados.

Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr) e Ederson (Manchester City);

Defensores: Danilo (Flamengo), Gabriel Magalhães (Arsenal), Guilherme Arana (Atlético-MG), Léo Ortiz (Flamengo), Marquinhos (PSG), Murillo (Nottingham Forest), Vanderson (Monaco) e Wesley (Flamengo);

Meio-campistas: André (Wolverhampton), Bruno Guimarães (Newcastle), Gerson (Flamengo), Joelinton (Newcastle), Matheus Cunha (Wolverhampton) e Neymar (Santos);

Atacantes: Estêvão (Palmeiras), João Pedro (Brighton), Raphinha (Barcelona), Rodrygo (Real Madrid), Savinho (Manchester City) e Vini Jr (Real Madrid)

Danilo e Marquinhos estão dispostos a dar a tarja de capitão a Neymar.

Assim como Dorival.

O camisa 10, e principal esperança desta geração, há 14 anos, deve aceitar...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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