Encurralado, Dorival convoca Neymar. Para tentar manter o emprego. Divide a responsabilidade da Seleção. Contra a Argentina, de Messi
Como o blog havia antecipado, Neymar foi convocado hoje para as Eliminatórias da Copa dos EUA. É uma chamada movida pelo medo de demissão de Dorival. A campanha é péssima, o Brasil está apenas na quinta colocação. E tem Colômbia e Argentina pela frente

“Feliz por estar de volta!”
Esta foi a única frase que Neymar escreveu, depois da confirmação de sua convocação para a Seleção.
E uma foto que algum parça tirou dele, acompanhando a chamada de Dorival Júnior.
Neymar sabia que seria chamado.
Os dois conversaram muito antes da chamada de hoje.
Não houve surpresa alguma para a estrela midiática.
Nem para ele e nem para quem acompanha o futebol deste país.
Só para ingênuos.
Ele volta depois de apenas sete partidas seguidas, pelo Campeonato Paulista, depois de uma contusão gravíssima, que o tirou dos gramados por um ano e um mês.
E com enorme chance de ser o capitão do Brasil.
A camisa 10 está reservada a ele.

Este blog havia antecipado.
Não havia saída para Dorival Júnior.
A pressa do treinador está explicada.
O futebol da Seleção Brasileira estava péssimo.
A geração que vai disputar a Copa do Mundo dos Estados Unidos precisa do talento.
E da liderança de Neymar, mesmo aos 33 anos.
Além de 29 lesões na carreira.

Só que mais ainda neste momento das Eliminatórias da América do Sul.
Dorival Júnior segue ainda sem rumo, buscando um time, uma maneira de a Seleção atuar.
Não para de fazer testes, com resultados pífios.
Pelo pouco tempo de trabalho e pelo fraco rendimento dos jogadores.
Quando teve quase um mês para treinar, veio o fracasso na Copa América.
O presidente Ednaldo Rodrigues já o avisou.
O apoia, mas precisa de resultados, a pressão na CBF segue muito forte, diante do fraco futebol do time pentacampeão do mundo.
Ele assumiu o Brasil na sétima rodada das Eliminatórias, depois do fraquíssimo desempenho e demissão de Fernando Diniz.
A Seleção ganhou do Equador, depois perdeu para o Paraguai...
Foi derrotado pelo Chile, ganhou do Peru...
Empatou com a Venezuela e também com o Uruguai.
Seis jogos, com duas vitórias, duas derrotas e dois empates.
De 18 pontos possíveis, conquistou só oito.
A tabela mostra Colômbia, em Brasília, dia 20.
E ainda o mais temido jogo: Argentina, de Messi, em Buenos Aires.
Se estivesse sozinho, ‘sem Neymar’, a responsabilidade seria toda de Dorival Junior.
Agora, com a convocação do atleta, tudo está dividido.
Com parte maior até para o jogador.
Como estampam os jornais europeus, antecipando o duelo entre Messi e Neymar.
Não entre Dorival Junior e Lionel Scaloni, técnico da Argentina.

A convocação do jogador do Santos, óbvio, pautou a coletiva de hoje, na CBF.
“Ninguém precisa falar a respeito do que representa o Neymar. O momento que ele vive é um processo de recuperação, temos esse entendimento. Também entendemos que a qualidade e capacidade de um jogador como ele acabam sendo um condicionante para que ele possa recuperar qualquer situação.
“É um jogador que os atletas já expressaram o que representa. Estávamos aguardando, é a primeira oportunidade de tê-lo. É um jogador que todos conhecem bem. Espero que ele seja feliz com o retorno. Que possamos dar segurança para que ele desenvolva o melhor. Não criamos uma expectativa altíssima jogando a responsabilidade no retorno. Que tenhamos um equilíbrio para estar partidas muito difíceis, também para o adversário. Que tenhamos uma seleção muito preparada.”
Dorival já sabia da euforia de jornalistas, da cúpula da CBF e de torcedores, com a chamada.
Mas, esperto, avisa que o futebol da Seleção não será ‘mágico’ apenas com o meia/atacante.
Pelo menos terá um líder.
Dorival quer que Neymar tenha o comportamento exatamente igual como está no Santos.
Incentivando, cobrando os companheiros, levando confiança, tirando a paz dos adversários.
E como recompensa terá os mesmos privilégios táticos que Pedro Caixinha lhe dá.
Ficará do meio para a frente, correndo para a esquerda, onde rende mais.
Vinicius Júnior fará como Guilherme, se sacrificará, abrirá para o meio, quando Neymar estiver por lá.
Para não ocupar o espaço do camisa 10 da Seleção.
Dorival, lógico, teve de explicar o fraco momento do Brasil sem Neymar.
“Sempre respeitei processos. Às vezes a evolução não é muito difícil. Acredito que esteja se consolidando. A distância entre se jogar muito bem e dar espetáculo é mínima. O que precisamos é consolidação de equipe. Se pegarmos a fase das Eliminatórias, temos 61% de aproveitamento (com essa comissão técnica). Se olharmos bem para o futebol sul-americano, nenhuma equipe tem dado espetáculo, estão jogando por resultado.
“Estamos jogando pela classificação para depois pensar em algo diferente. Tudo é questão de momento.”

O Brasil perdeu para a Colômbia e para a Argentina, em pleno Maracanã, nas Eliminatórias, sob o comando de Fernando Diniz.
Dorival assume, precisa pontuar.
E mais do que isso, de um elemento novo, diante do descrédito que estava a sua Seleção.
Neymar é a última cartada, o futebol brasileiro não tem novas cartas na manga.
Estêvão se mostrou novo e inexperiente demais.
Endrick já foi até abandonado por Dorival Júnior.
A dependência é de Neymar.
Como foi com Felipão, Dunga, principalmente Tite, em duas Copas, e Fernando Diniz.
Todos os treinadores fracassaram.
A esperança é que, com Dorival seja diferente.
Aqui, a lista de convocados.
Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr) e Ederson (Manchester City);
Defensores: Danilo (Flamengo), Gabriel Magalhães (Arsenal), Guilherme Arana (Atlético-MG), Léo Ortiz (Flamengo), Marquinhos (PSG), Murillo (Nottingham Forest), Vanderson (Monaco) e Wesley (Flamengo);
Meio-campistas: André (Wolverhampton), Bruno Guimarães (Newcastle), Gerson (Flamengo), Joelinton (Newcastle), Matheus Cunha (Wolverhampton) e Neymar (Santos);
Atacantes: Estêvão (Palmeiras), João Pedro (Brighton), Raphinha (Barcelona), Rodrygo (Real Madrid), Savinho (Manchester City) e Vini Jr (Real Madrid)
Danilo e Marquinhos estão dispostos a dar a tarja de capitão a Neymar.
Assim como Dorival.
O camisa 10, e principal esperança desta geração, há 14 anos, deve aceitar...