Encurralada, Globo quer pagar cachê ao Flamengo por cada jogo
O medo de ficar sem poder transmitir a decisão do Carioca obriga a Globo a buscar nova fórmula. E pagar por partida, como se fosse cachê ao Flamengo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Maracanã lotado.
50.454 pagantes.
Já o maior público de 2020.
R$ R$ 1.796.902,00.
Maior arrecadação do ano.
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Virada emocionante em 13 minutos, no final da partida, quando jogou mais sério.
Vitória contra o Resende.
Festa dos torcedores com o reencontro com os titulares do campeão da Libertadores, do Brasil, do Carioca de 2019.
E mais as estreias de Pedro, Michael e Gustavo Henrique.
Imagens que não foram mostradas pela tevê aberta, pelo canal a cabo, pelo pay-per-view.
E para piorar basta o time de Jorge Jesus vencer o Madureira, no sábado, e estará na semifinal da Taça Guanabara. A partida, às 18 horas, no Maracanã, também não terá transmissão da Globo, dona do direito de transmissão do estadual.
A diretoria do Flamengo segue sem aceitar receber os R$ 18 milhões que a emissora resolveu pagar para exibir os jogos dos outros clubes grandes no torneio: Botafogo, Vasco e Fluminense.
A cota original era de R$ 15 milhões, mas a Federação Carioca pressionou a emissora para um reajuste e a quantia chegou aos R$ 18 milhões.
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Os três outros grandes do Rio estão presos à Globo, no estadual, até 2024. Renovaram por sete anos em 2017.
O contrato com o Flamengo venceu em 2019.
E para a renovação, a primeira atitude da diretoria de Rodolfo Landim foi avisar que não aceitava receber a mesma coisa que os rivais. Depois, exigiu R$ 100 milhões para o Estadual de 2020.
A Globo não só não aceitou, como considerou a proposta 'uma ofensa'. E com poder para desestabilizar a relação com todos os demais grandes, que exigiriam uma compensação financeira para evitar tamanha desigualdade.
Depois de duas reuniões entre o clube rubro-negro e a emissora, apelo da Federação Carioca, o Flamengo avisou.
Aceitaria R$ 81 milhões.
A reação da Globo foi firme.
Não aceitaria pagar tanto dinheiro.
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A direção da emissora não sabia, mas a diretoria flamenguista já estava irritada com a postura da Globo, em relação ao Brasileiro.
Para se vingar do Esporte Interativo que acabou com o monopólio global na transmissão nos canais a cabo, a Globo combinou com a CBF e vários jogos importantes do Flamengo passaram a ser mostrados apenas no pay-per-view.
Uma fórmula da Globo ganhar mais dinheiro e prejudicar a concorrência, na visão flamenguista.
O clube entrou na Justiça exigindo que a fórmula não se repita neste e nos próximos Brasileiros. Porque afasta o clube dos jogos na tevê aberta e nos canais a cabo, que agradam seus torcedores, que não são obrigados a comprar a assinatura da Globo. E também aos patrocinadores, com maior divulgação de suas marcas.
O relacionamento entre o clube e a emissora, que foram parceiros por décadas, ficou ruim de vez.
Só que a Globo não quer passar pelo vexame histórico de não ter o direito de mostrar, por exemplo, a final da Taça Guanabara, da Taça Rio, da decisão do Carioca.
O Flamengo com seus titulares é o favorito disparado da conquista.
O desespero de executivos que conseguiram manter os patrocinadores do futebol, Ambev, Casas Bahia, Chevrolet, Hypera Pharma, Itaú e Vivo, chegou ao nível de total stress. As empresas querem suas marcas nos jogos do clube mais popular do Brasil também no Carioca. Afinal, pagaram R$ 1,8 bilhão.
A Globo decidiu propor ao Flamengo cotas por jogos.
As partidas 'normais' durante o campeonato seriam esquecidas.
A primeira ideia é pagar R$ 10 milhões já na semifinal da Taça Guanabara. E R$ 10 milhões, caso o time chegue à final.
E repetir o mesmo pagamento para o Flamengo, na semifinal e final da Taça Rio.
Seriam R$ 40 milhões.
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Caso o Flamengo não vença os dois turnos e aconteça uma final, o clube receberia R$ 15 milhões por cada uma das duas partidas.
O campeão da Libertadores receberia, então, R$ 60 milhões.
A Globo agradaria os patrocinadores.
A própria Federação Carioca que deseja os jogos decisivos mostrados pela tevê aberta.
Os outros grandes não poderiam fazer nada.
Já que têm contrato até 2024.
E os pequenos não teriam suas cotas reduzidas. Sem a transmissão dos jogos do Flamengo, Bangu, Cabofriense, Volta Redonda e Boa Vista, pequenos mais forte, passariam a receber, em vez de R$ 6 milhões, R$ 4 milhões.
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Essa possibilidade é real, factível.
R$ 60 milhões, livres, sem desconto, por seis jogos.
Como se fosse cachê.
Algo que faz com atores que não mantém como contrato.
Apenas em participações especiais em novelas.
E séries.
O contrato valeria apenas para o Carioca de 2020.
A situação é clara.
O Flamengo venceu o braço de ferro com a Globo.
Carioca, sem os jogos do clube mais popular do Brasil e campeão da Libertadores, do Brasil, não há razão de estar na tela da emissora.
Ainda mais as partidas decisivas.
Uma nova tentativa global será feita nesta semana.
Antes da quase certa classificação do Flamengo à semifinal da Taça Guanabara.
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Seria mais fácil de negociar.
A Globo não tem saída.
Está encurralada.
Justo no campeonato menos importante do calendário.
O Estadual.
A cúpula flamenguista está tranquila.
Sabendo que as negociações seriam difíceis, Landim não colocou nem na previsão orçamentária o dinheiro do Carioca.
Para desespero da emissora, o Flamengo não conta, e não precisa, do dinheiro do Estadual.
O que só apavora executivos globais...
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