A Europa desprezou Gabigol. Ficar no Flamengo foi a saída
Clubes gigantes europeus não fizeram proposta para a Inter de Milão. O único caminho foi vender ao Flamengo. Por R$ 78,5 milhões, ele fica na Gávea
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"A Nação me abraçou. Aqui vivemos intensamente. Nos apaixonamos! Sorrimos! Sofremos! Vibramos! Quebramos barreiras. Se é para o bem da Nação, eu fico!"
Esta é a declaração que viralizou nesta terça-feira. Domina a Internet do Brasil, nesta manhã de 28 de janeiro de 2020.
Gabigol ficará no Flamengo.
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Foi comprado por 17 milhões de euros, R$ 78,5 milhões. A Inter de Milão ficará com uma parte dos direitos do jogador. 10%.
Receberá entre luvas e salários, R$ 1,5 milhão a cada trinta dias. A única indefinição está no tempo de contrato. De quatro ou cinco anos.
Por trás de precipitados jornalistas comemorando o final da novela, há algo muito mais profundo.
Gabigol não saiu do Flamengo por falta de propostas.
Nenhum clube europeu, nem grande, nem médio, procurou a Inter de Milão com uma oferta concreta pelo atacante.
Tudo o que fez no Flamengo, sendo artilheiro da Copa América, do Brasileiro, do país, não despertou o interesse da nata do futebol mundial.
Como o blog já havia afirmado, desde que a 'novela' começou.
O futebol de clubes do Brasil e mesmo da América do Sul não é respeitado pelos dirigentes de equipes importantes na Europa.
O jovem destaque individual, que brilhou na Seleção Brasileira de base, e se profissionaliza, sim.
E é contratado pelo potencial mostrado com a seleção, desde menino.
Contra Gabigol havia argumentos intransponíveis para uma venda de dezenas de milhões de euros, como sonhava a Inter.
O atacante brasileiro teve um retumbante fracasso na Europa.
Não serviu para a própria Inter, cuja diretoria se arrependeu profundamente de haver gasto 27,5 milhões de euros, atuais R$ 127 milhões.
Foi para o Benfica e acabou pior ainda.
Acabou rotulado como um jogador sem movimentação, sem recursos técnicos, sem poder de arrancadas, sem visão de jogo. Atacante que atua parado na direita e que depende exclusivamente do esforço dos seus companheiro de time.
Centroavante da década de 80.
Veja mais: Dupla afiada! Dirigentes do Fla acumulam êxitos em idas à Europa
Outro argumento para calar os defensores de Gabigol na Europa. O sucesso do atacante do Flamengo não foi acompanhado pelo próprio treinador da Seleção Brasileira.
Tite o desprezou na maioria das suas convocações.
Não esteve na Copa América.
Gabigol também fracassou no melhor cenário que havia para futuras transações.
O Mundial de Clubes.
Depois de todo sucesso na Libertadores e Brasileiro, ele foi figura simbólica, fraquíssima nos jogos contra o Al-Hilal e, principalmente, diante do Liverpool, na final.
Enorme decepção.
Ou seja, Gabigol não ficou na Europa por pura falta de opção.
Para o Flamengo é sensacional sua compra.
A maior da história do clube.
O futebol brasileiro mantém um ídolo.
Mas tudo é muito mais profundo do que parece.
O futebol de clubes da América do Sul e do Brasil não merece respeito internacional mais.
Graças às gestões incompetentes, irresponsáveis e muitas vezes corruptas, dos dirigentes.
Dos últimos quatro presidentes da Conmebol, três foram presos.
Dos últimos quatro presidentes da CBF, um é presidiário nos Estados Unidos, outros dois estão banidos do futebol.
95% dos jogadores da Seleção Brasileira seguem fora do país, do continente sul-americano.
Há muito mais por trás do 'fico de Gabigol'.
Mas o que vale hoje é festejar.
O artilheiro da Libertadores, do Brasileiro ficou.
Melhor para o Flamengo.
Melhor para o carente futebol deste país...
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