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Dorival celebra. 'Nunca tive uma equipe vibrante como esse São Paulo.' Luxa, eliminado, disfarça. 'A culpa não foi da escalação'

Dorival Jr. estava orgulhoso dos seus jogadores, pela intensidade, vibração. O São Paulo está na final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. Já Luxemburgo...

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Lucas Moura comemora seu gol, decisivo, para levar o São Paulo à final da Copa do Brasil
Lucas Moura comemora seu gol, decisivo, para levar o São Paulo à final da Copa do Brasil

São Paulo, Brasil

Lucas Moura com toda a liberdade.

Assim como Wellington Rato.

Fizeram o que quiseram com o acovardado Corinthians ontem, no Morumbi lotado.


Em plena decisão da semifinal da Copa do Brasil, o São Paulo teve dois jogadores decisivos livres. 

Renato Augusto, o melhor meia do atual futebol brasileiro, atuou grande parte da partida como segundo atacante, adiantado demais, quando deveria estar ditando o ritmo do Corinthians. Fora Fausto Vera e Maycon encolhidos, ao lado dos zagueiros, dando toda a intermediária a Lucas e Rato.


Fora a intensidade imposta pelo time de Dorival Jr., que parecia estar enfrentando um grupo pequeno, não um clássico tão importante.

Deu para entender por que o último título nacional que Vanderlei Luxemburgo conquistou foi em 2004, com o Santos. E Dorival venceu a última Copa do Brasil e a Libertadores, em 2022.


Bastou o primeiro tempo, com 14 arremates a gol do São Paulo e 1 do Corinthians. 

Rato e Lucas marcaram e definiram a semifinal, com vitória tricolor por 2 a 0, destruindo a vantagem corintiana do primeiro jogo, a vitória por 2 a 1, em Itaquera.

O time de Dorival enfrentará o Flamengo, na decisão.

O São Paulo voltava a disputar o título da Copa do Brasil, que nunca venceu, depois de 23 anos.

O Corinthians caía, eliminado.

O instante em que Lucas Moura empurra a bola para a rede, depois de cabeçada na trave
O instante em que Lucas Moura empurra a bola para a rede, depois de cabeçada na trave

Nos vestiários, a nítida diferença dos discursos.

E a demonstração de quem fez seu time atuar de maneira impressionante diante do outro, que foi um fracasso taticamente.

"A estratégia que criei foi sabendo que o São Paulo viria para cima. Tornei o time mais marcador, mas não conseguimos sair. A diferença do jogo foi que o São Paulo correu a 200 km por hora no primeiro tempo, e nós corremos a 20. A intensidade deles fez a diferença.

"Eu pretendia levar o jogo para o segundo tempo para expor o São Paulo aos nossos contra-ataques, mas saímos perdendo por dois gols, e mudou", admitia Luxemburgo.

"O que essa equipe vem entregando em termos de comprometimento é algo que impressiona todos nós. Nunca tive uma equipe tão vibrante, com tanta pegada, com tanta força, querendo se estabelecer e encontrar um caminho para entregarmos ao torcedor.

"Agora o que vai acontecer daqui para a frente vai depender de merecimento, de entrega, comprometimento. Essa equipe vem deixando tudo dentro de campo para recuperar o amor do seu torcedor para com o seu clube. Isso não tem preço, e eles estão conquistando. Saímos de 30 mil para 62 mil pessoas [no Morumbi]", dizia, entusiasmado, Dorival.

O clima ruim no vestiário corintiano refletia a derrota, a eliminação. A frustração. 

Depois de 11 partidas invictas, o sonho era chegar à final da Copa do Brasil.

Luxemburgo, que repetiu o esquema que havia dado errado no primeiro tempo contra o fraco Coritiba, não assumiu o erro, como é de praxe. Disse que a culpa não era dele, apesar de ser o treinador e escolher a tática e os atletas que entram em campo.

"A diferença do jogo, para mim, não é a escalação. O São Paulo foi superior na atitude e na intensidade do jogo. Vocês [jornalistas] querem achar um culpado, mas o São Paulo foi superior a nós e mereceu o resultado.

"Se nós tivéssemos outra escalação e o São Paulo jogasse da mesma maneira, também poderia vencer. Nós temos a mania de esquecer o mérito do adversário, mas não se pode fazer isso com o São Paulo hoje. Fez um grande jogo."

Lucas Moura chorou após o jogo. Muita emoção no retorno ao clube que ama
Lucas Moura chorou após o jogo. Muita emoção no retorno ao clube que ama

Dorival Jr. confessou que seu time entrou para decidir a vaga para a final desde os primeiros minutos. Ele sabia que a intensidade imposta acabou por surpreender Luxembugo. No segundo tempo, seus atletas cansaram. Mas estavam prontos para aproveitar o desespero do Corinthians, totalmente aberto para tentar descontar. 

"É um fato natural com o ritmo que imprimimos no primeiro tempo. Alguns dos nossos jogadores, como o Lucas, vêm de desgaste. Estamos em três competições, a entrega que estamos tendo, isso é natural. Éramos apenas nós e o Corinthians nessa situação, e as pessoas não entendiam.

"Passei isso com o Flamengo no ano passado, não tem como sustentar um jogo desse. O Corinthians se largou no segundo tempo, tivemos reais oportunidades com o Lucas, com o Juan, com o Nestor, com o Rato.

"Se tivéssemos feito pelo menos mais um gol, talvez teríamos mais controle. Não aconteceu, e o Corinthians se soltou. É natural essa exposição maior, principalmente enfrentando uma equipe com a qualidade do Corinthians. Eles estavam há quantos jogos invictos? Não é fácil."

Quanto a Lucas Moura, jogou os primeiros 45 minutos de forma impressionante.

Facilitados pelo espaço que estranhamente tinha nas intermediárias.

Luxemburgo elogiou o ex-jogador do Tottenham.

E teve de assumir: "Não houve encaixe" no atleta número 7.

O encaixe deveria ter sido preparado por ele.

"Ele conseguiu funcionar em uma faixa do campo, recebendo nas costas do meu meio-campo. Fez isso com maestria. É um jogador de muita qualidade e condição física privilegiada.

"A movimentação dele em campo é de um jogador que ficou muito tempo fora do Brasil, tem uma mudança de direção impressionante e a qualidade de um jogador diferenciado. Nós sabíamos que ele funciona dessa forma, mas não conseguimos encaixar."

Já Dorival se desmanchava ao falar de Lucas.

"É um jogador que será muito importante, com características que não tínhamos: pode atuar pelo lado, por dentro, pelo centro, não vejo problema algum. O importante é a doação que ele está mostrando, a intensidade que ele imprime e a qualidade das jogadas que ele proporciona. Acho que tudo isso faz com que todos cresçam."

Agora, Luxemburgo tem a Copa Sul-Americana e tenta garantir a Libertadores de 2024 no Brasileiro.

E Dorival se preparará também para a Sul-Americana, lutar por uma vaga na Libertadores do próximo ano.

Mas, principalmente, preparar o São Paulo para a final da Copa do Brasil.

Contra o clube que o desprezou no ano passado, mesmo ganhando a mesma competição e a Libertadores.

O Flamengo.

Com desejo de vingança...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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